O São Paulo tratou de se preparar para a Libertadores da América formando um elenco com diversos nomes provenientes de outros países da América do Sul. A chegada de Edgardo Bauza e outros dois auxiliares argentinos, além do chileno Eugenio Mena e a iminente vinda do uruguaio Lugano deixaram o ambiente mais receptivo a quem tem o espanhol como língua-mãe. Bom para o atacante Centurión.

Contratado no início do ano passado, ele viveu um 2015 cheio de altos e baixos, principalmente no que se refere às coisas que aconteceram fora das quatro linhas. Com dificuldades para falar português e sozinho no país devido à doença da namorada, Melody Passini, ele chegou a ver o ex-técnico Muricy Ramalho cogitar deixá-lo afastado dos gramados.

“Pensei em não colocar nem no banco, porque me preocupo com o futuro do jogador. Tem o nosso trabalho de psicologia. Estamos preocupados em não deixá-lo sozinho, porque tem dificuldade em se comunicar. Estamos estudando, porque não queremos queimar o jogador”, afirmou o treinador, demitido pouco tempo depois dessas palavras.

Agora, porém, tudo parece conspirar a favor do atleta ex-Racing. Enquanto na última temporada ele era visto quase sempre com Wilder, colombiano que chegou na metade do ano, ele já diversificou bastante suas amizades em menos de uma semana de trabalhos em 2016, assim como o amigo. Além disso, Melody está perto de acabar o tratamento que a afastou dele durante o semestre.

Na reapresentação, foi possível observá-lo conversando em meio a risadas com José Di Leo, auxiliar técnico de Bauza. Também foram comuns alguns papos rápidos com o próprio comandante, principalmente após o encerramento das atividades.

“É muito importante aprender a falar a língua dos companheiros. Estamos nos acostumando com os brasileiros e eles com a gente. Todo mundo agora tenta falar espanhol”, declarou o recém-chegado Eugenio Mena, outro que já arrumou uma amizade com o atacante.

Resta saber agora, no entanto, se o entrosamento fora do campo vai melhorar o desempenho dentro dele. Autor de seis gols no ano passado, ele deve ter mais chances com as saídas de Alexandre Pato e Luis Fabiano, titulares em 2015. Rogério, a princípio, é seu único concorrente para a posição.