Antes de briga, Osorio aconselhou Ataíde a romper com Aidar

Mesmo que ainda estivesse em dúvida, o que já não há mais, o técnico Juan Carlos Osorio fatalmente decidiria deixar o São Paulo após a briga entre o presidente Carlos Miguel Aidar e o ex-vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro. Isso porque Ataíde era o único dirigente com o qual o colombiano mantinha relação mais próxima no clube. Com Aidar, ao contrário. Antes mesmo do entrevero entre os chefes, Osorio já tinha avisado ao vice que não dirigiria mais nenhuma palavra ao presidente.

Em uma conversa pouco antes de tomar sua decisão de aceitar dirigir a seleção do México e, portanto, realizar um sonho, Juan Carlos Osorio aconselheu Ataíde a se desligar da figura de Aidar, segundo relatado por interlocutores das duas partes. O colombiano disse que acreditava na honestidade e caráter do vice, mas não tinha o mesmo sentimento pelo presidente. Quando afirmou, há duas semanas, que não confiava na diretoria, o recado na verdade era para o mandatário.

Pessoas influentes no Morumbi contam que, entre outras coisas, a insatisfação do técnico se dá porque Aidar teria sido o autor da mensagem crítica após a derrota de 2 a 1 para o Ceará, no Morumbi. Na época, Osorio revelou que um dirigente do clube tinha enviado uma mensagem em seu celular que o desanimou. O teor da mensagem é conhecido por todos no clube: pedia para o técnico parar de inventar.  Assim, por essas e outras, o técnico sugeriu a Ataíde que virasse presidente do São Paulo, pois só ele poderia recolocar o clube nos eixos.

A conversa mexeu com Ataíde, segundo os mesmos relatos. Não é de hoje que o cartola está insatisfeito com as condutas de seu presidente. O caso Iago Maidana o tirou do sério. Após a divulgação das polêmicas em torno da negociação do zagueiro, Aidar disse que as tratativas tinham sido conduzidas por Ataíde e José Eduardo Chimello, gerente-executivo. Num primeiro momento, o vice de futebol confirmou a informação, mas, sem realmente ter tido nenhuma participação, se arrependeu e cobrou o presidente para que fizesse um desmentido. Aidar aceitou.

Em uma reunião com toda a grande cúpula são-paulino, Carlos Miguel Aidar assumiu a responsabilidade pelo polêmico caso da contratação do zagueiro e pelas punições que o clube vir a sofrer, pois o negócio pode ter ferido o novo regulamento de transferências da Fifa, válido desde maio.

Com o pedido negado pela seleção do México e a confirmação da saída do vice, além do diretor de futebol Rubens Moreno, já não havia mais possibilidade de Osorio seguir no São Paulo. A saída das duas figuras mais importantes do CT da Barra Funda ainda podem trazer mais consequências ao futebol do clube.

Por um lado, alguns profissionais se sentiam motivados a seguir o trabalho normalmente em meio à ebolulição política pela confiança seja em Ataíde, seja em Osorio. Por outro, sem o respaldo dessas figuras, já se sentem ameaçados pela sempre insegura gestão de Aidar. Vale lembrar que o presidente já disse que o São Paulo pode ser gerido por 90 pessoas e não 900, quadro médio de funcionários quando ele assumiu.

Outro ponto a se destacar é que sempre houve uma nítida distância entre o Morumbi, onde fica a presidência e outros departamentos, e a barra Funda, local do dia a dia do futebol. O centro de treinamento sempre foi blindado por Ataíde, que agora perde força para as decisões de Aidar. Uma reformulação é comentada nos bastidores do clube, com mais força desde que houve a briga entre os chefões. No momento, o futuro do São Paulo é uma incógnita. A realidade tem tons desastrosos.

Fonte: Lance

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