Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, ouvinte da Rádio São Paulo, o jogo desta quarta-feira no Morumbi, onde o São Paulo perdeu para o Santos por 1 a 0, escancarou a total ausência de um mínimo de força de nossa diretoria nos bastidores. Ao invés de ficar dando entrevistas e mandando e-mails ridículos à FPF, ou à CBF, que certamente, ao serem recebidos pelas entidades, são jogadas na lixeira mais próxima, a diretoria deveria questionar-se a si própria e tentar entender a razão de tudo acontecer contra o São Paulo.
Não vou criticar diretamente a arbitragem, porque ela não deu o pênalti para o Santos e deu o gol de Erick. Foi o VAR quem intercedeu nos dois lances e “fez a cabeça” da dona Edna, tendo como consequências as revisões dos lances.
Considero ambos interpretativos. Na minha opinião houve pênalti para o Santos, mas o gol de Erick foi legítimo. Mas não é isso o que estou discutindo. Pergunto: fosse em Itaquera ou na Arena Palestra, seria revisto o lance do pênalti, tivesse ocorrido contra Corinthians ou Palmeiras? Também pergunto: fosse em Itaquera ou na Arena, teria sido anulado o gol de empate do Corinthians ou Palmeiras nos últimos minutos do jogo? Pergunto isso tendo a certeza que o VAR, sequer, iria interferir. E minha resposta é NÃO para todas as questões.
Essa falta de representatividade começou lá atrás, quando Juvenal Juvêncio brigou com Ricardo Teixeira. De lá para cá, foram só reveses e a arbitragem, sempre, na dúvida é contra o São Paulo.
Percebam, então, que temos menos força nos bastidores do que um time que hoje habita a serie B do Brasileiro. Mais do que isso, tudo acontece em nossa casa. Talvez tenham vendido o naming rights para uma fábrica de chocolates já imaginando que ali seria palco de alguns que iremos receber.
Saindo da arbitragem e passando para o futebol do São Paulo, ela não pode mascarar os problemas que o time começa a enfrentar e tende a se agravar num futuro próximo. O que já aconteceu nessa quarta-feira será rotina para Thiago Carpini que vai precisar quebrar muito a cabeça em noites sem sono para colocar o time nas quartas-de-final do Paulista e, pior, aguentar Libertadores e Brasileiro sendo jogados em paralelo, com o departamento médico cada vez mais requisitado.
Carpini ainda não tem certeza, mas não deve contar com o retorno de nenhum dos seis jogadores que estão no departamento do São Paulo no jogo contra o Red Bull Bragantino, sábado, no Morumbi. Para piorar o quadro, Moreira sentiu uma contusão no aquecimento e Carpini foi obrigado a mudar a escalação dentro do vestiário. Entraria com três volantes (o que para mim é um absurdo), e acabou tendo que deslocar Bobadilla para a lateral, entrando Galoppo no meio.
O time não rendeu nada no primeiro tempo. Teve duas hipotéticas chances por erros individuais de João Paulo. Mas se alguém levou perigo, foi o Santos, com uma grande defesa de Rafael.
O time está sem cara, sem desenho, perdeu o encanto que encontrou nos clássicos contra Corinthians e Palmeiras, fazendo o torcedor do São Paulo descer novamente do pedestal em que procurava se instalar e colocar os pés no chão. Longe de achar que Carpini não é o técnico ideal para nós, vejo com mais realidade que o elenco, que eu julguei melhor que o de 2023, não é tão melhor assim.
Agora, o clássico já passou. Carpini, independentemente da arbitragem de Edina Alves, criticada também pelo presidente Julio Casares, precisará encontrar alternativas para escalar o São Paulo daqui a apenas dois dias.
Manter o esquema com dois atacantes? Levar Luciano ao lado do campo? Dar novas oportunidades a Erick, Ferreira e Nikão? Mas: E Lucas? E Igor Vinicius? E Rafinha? Quando? Quando?Quando?
Nós podemos terminar essa rodada do Campeonato Paulista fora da zona de classificação. Basta para isso que São Bernardo e Novorizontino vençam seus compromissos hoje. Mas, de novo, aponto lá para a frente: como Carpini vai segurar o São Paulo na Libertadores e no Brasileiro, concomitantemente, tendo, além do departamento médico, desfalques certos de Arboleda, Ferraresi e Bobadilla para suas Seleções, durante a Copa América?
Aquele otimismo que nos invadiu há pouco mais de 20 dias, ao que parece, começou a se desfazer e nossa realidade está voltando, para desespero da torcida que conduz.