Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a vitória “obrigatória” do São Paulo sobre o Cobresal nesta quarta-feira, no Morumbi, tirou uma grande pressão dos ombros do elenco e do técnico Thiago Carpini, mas não deu sobrevida infinita a ele, muito menos tirou a instabilidade que o time vem apresentando desde o início desta temporada.
Ganhar do Cobresal num Morumbi cheio era obrigação. Mas demorar até 40 minutos do segundo tempo para marcar um gol num time que não disputaria nem a série B do Brasileiro, já é demais.
A prova de que Carpini está perdido e precisa de alguém para tentar corrigir seu rumo está na escalação que ele colocou em campo. Está evidente que não foi ele quem escalou o time, mas Muricy Ramalho. A formação de três zagueiros remonta aos bons tempos do São Paulo, quando Muricy (antes Paulo Autuori e Leão) ganharam tudo pelo clube. Só que os tempos eram outros, o elenco era muito superior a este.
A prova maior da mão de Muricy foi que Carpini foi fazendo substituições, tirou Pablo Maia, Michel Araújo, Igor Vinicius, tudo para colocar o time mais ofensivo, mas em nenhum momento diminuiu o número de zagueiros.
Convenhamos que ele conseguiu dar mais consistência à defesa, mas isso deveria ser feito na Argentina, contra o Talleres, não no Morumbi, contra o Cobresal.
São erros assim que me levam cada vez mais ao descrédito com Carpini. O time continua sem conjunto, com espaços imensos entre os compartimentos em campo, a marcação é frouxa, o meio de campo continua com imensa dificuldade para armar, por mais que James Rodrigues tenha feito uma boa partida, com várias assistências. Mas num esquema com três zagueiros, onde os laterais são alas e mais atacam do que defendem, ficamos órfãos pelo lado esquerdo, porque Michel Araújo continua sendo um jogador nulo e o time, com isso, ficou penso pelo lado direito, onde Igor Vinicius até fez uma boa partida.
Outro dado que comprova a mão de Muricy: ele jogava com dois alas e dois centroavantes. Carpini não começou com um atacante aberto pelos lados e Calleri pelo centro. Optou por Luciano e o São Paulo jogou com os dois centroavantes. Luciano à parte, somos dependentes de Calleri. Se um resultado negativo nesta quarta-feira causaria a demissão de Carpini, ele que ajoelhe e agradeça a Calleri, o mais importante jogador do São Paulo nos últimos tempos, e também a Rafael por duas defesas que fez quando o jogo ainda estava 0 a 0.
Calleri é algo indescritível. O respeito, o amor, o profissionalismo, a raça, a dedicação, tudo o que ele dedica à camisa do São Paulo me emocionam. Sim, Calleri é capaz de arrancar lágrimas dos meus olhos quando está em campo e faz o que faz. Foi uma das únicas coisas certas que essa diretoria fez desde que assumiu, em 2021. Esse é o cara.
Foco virado, agora, para o Fortaleza, sábado à noite, no Morumbi, pelo Brasileiro. É ai que temos que dedicar nossas atenções e preocupações. Temos que ganhar o jogo, por uma série de fatores, mas o principal: começar com vitória o Brasileiro, que será desesperador.