Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a noite de quinta-feira no Morumbi nos jogou um balde d’água fria na empolgação que começamos a ter com o time. O empate contra um time medíocre como o Barcelona de Guayaquil nos fez retornar à realidade.
Julgo um ponto fora da curva no trabalho que Zubeldía vem realizado. E não o estou culpando pelo empate. Ele até tentou mudar jogadores, trocar posição no ataque, colocou o time ultra ofensivo, mas não conseguiu furar o bloqueio equatoriano. Uma pela falta de criatividade; mas também pela total ineficiência do nosso ataque quando Calleri não está em campo.
A disposição tática do time foi muito clara: ele deixou Alisson e Galoppo no meio de campo e formou uma linha de quatro na frente, com Michel Araújo, Luciano, André Silva e Ferreira. Ainda por cima contava com descidas alternadas de Wellington e Igor Vinicius. E para aumentar o volume, Alan Fraco, não poucas vezes, apareceu na frente da área adversária.
Com tudo isso o São Paulo passou o primeiro tempo sem sequer incomodar o goleiro do Barcelona. Michel Araújo tentava algumas investidas pela direita, mas faltava o último passe. Ferreira, do outro lado, até levava perigo, mas também faltava a conclusão. Luciano e André Silva trombavam um com outro, sem espaço (Calleri sempre abre espaço para alguém). A bola batia na defesa do Barcelona e voltava. E às vezes, ainda, éramos pego em contra-ataques, muitos dados por erros do São Paulo.
No segundo tempo, quando se imaginava que o quadro poderia mudar, o São Paulo foi amassado pelo Barcelona nos primeiros cinco minutos, só conseguido equilibrar depois disso. Mas continuou se entrar na área adversária.
Zubeldía colocou Lucas e Juan. Então, com Juan, o São Paulo chegou a ter uma chance clara de gol. Só que e, cara a cara com o goleiro, praticamente recuou a bola. E Lucas, bem, está completamente fora de ritmo.
De resto as outras substituições de Zubeldia, com Erick, Luiz Gustavo e Moreira, não foram suficientes para tirar o sono do São Paulo e provar, mais uma vez, que soberba não dá vitória. Porque foi exatamente isso o que aconteceu. O São Paulo estava desconcentrado, achando que ganharia o jogo a qualquer momento. E na vida, ou se leva a sério o que se faz, ou passa vergonha. Por isso as vaias dos 50 mil torcedores presentes no Morumbi se fizeram ouvir.
Não voltei dos 80 aos 8, porque não cheguei nesse pico de euforia em nenhum momento. Mas como disse no editorial passado, o coração estava começando a se aproximar da razão. Digamos que ele voltou ao lugar onde costuma ficar.