Reunião do Conselho para apurar relação Pinotti – Cimerman não pode virar teatro

O Conselho Deliberativo do São Paulo convocou para o dia 31 de outubro a reunião extraordinária para apurar a relação do diretor executivo de Futebol, Vinicius Pinotti, com o ex-gerente de Marketing, Alan Cimerman. O pedido foi protocolado por integrantes da oposição após o surgimento de documentos que comprovavam que o dirigente pagou mesadas no valor de R$ 9.100,00 entre abril de 2016 e fevereiro de 2017 a Cimerman. Os documentos foram obtidos e publicados pelo Uol.

Alan Cimerman é suspeito de comandar um esquema de venda irregular de ingressos e camarotes nos shows do U2 e Bruno Mars, que estão sendo realizados no Morumbi neste mês e em novembro, caso que vem sendo investigado pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais. O atual diretor de Comunicação e Marketing do São Paulo, Marcio Aith, calcula que cerca de R$ 2 milhões foram desviados.

Essa será a segunda reunião extraordinária a ser realizada este ano. A primeira foi por conta da demissão de Rogério Ceni e teve a presença de Leco, o presidente do clube. De acordo com o estatuto do clube, o presidente do Conselho, Marcelo Pupo, tinha até 30 dias para convocar a reunião. Para tanto, era necessário que o documento entregue no dia 10 deste mês tivesse ao menos 50 assinaturas de conselheiros. Foram obtidas 55 assinaturas. No entanto, de acordo como estatuto, por não ser conselheiro, Pinotti não é obrigado a comparecer.

Já me posicionei sobre o fato aqui e no Jornal Tricolornaweb. Esses pagamentos foram feitos por Vinicius Pinotti para Alan Cimerman como forma de suprir os descontos que ele teve ao ser contratado para exercer a função de gerente de Marketing pelo regime de CLT, já que a promessa era de que ele faria um contrato de pessoa jurídica. Isso foi vetado pelo então vice-presidente de Comunicação e Marketing, José Francisco Manssur.

Os pagamentos, pelos recibos que eu tive acesso, foram feitos diretamente por Pinotti à empresa de Alan. Isso não remete a crime algum, pois Pinotti faz com o dinheiro dele o que bem entender. Se quiser sair voando de helicóptero e jogando para baixo, é problema dele.

O que precisa ser investigado é a mentira, pois Pinotti disse ter sido um empréstimo para pagamento de despesas com tratamento de saúde do pai de Alan, enquanto o ex-gerente disse que seria por serviços de marketing prestados por ele a Pinotti.

À época salientei – e mantenho essa posição – que, por existirem duas versões, poderiam ser uma verdadeira e uma mentirosa, ou duas mentirosas. Nunca duas verdadeiras. O que se viu é que ambas foram mentirosas. E, repito, é exatamente isso que tem que ser investigado. Além do mais, que razão faria Vinicius Pinotti ter tanta ligação com Alan Cimerman, se sua reputação no mercado já não era das melhores?

São explicações que precisam ser dadas e que os conselheiros cobrem, não repitam cenas de aplaudir em pé, enquanto continuam torpedeando pelas redes de WhatsApp. Essa reunião tem que ser para valer, não pode virar mais um teatro, pois o São Paulo já está cheio de comédias trágicas, não precisando de mais alguma.

 

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