Vitória sobre o líder Cruzeiro mantém sonho do título vivo, afirma Muricy

A vitória sobre o Cruzeiropor 2 a 0, neste domingo, no Morumbi, manteve o sonho do título ainda vivo no São Paulo. Foi assim que o técnico Muricy Ramalho definiu o resultado que reaproximou sua equipe do líder do Campeonato Brasileiro. A distância agora é quatro pontos, mas chegaria a dez em caso de derrota em casa.

– A nossa chance, se quisesse ter o sonho do título, era hoje, apesar de que ainda falta muito campeonato. Esse time (Cruzeiro) é e continua sendo o melhor do Brasil. Fizemos um bom jogo, marcamos e respeitamos o rival. Merecemos o resultado – disse o treinador.

Após 21 jogos, o São Paulo tem 42 pontos, contra 46 da equipe mineira, que sofreu nesta tarde apenas a sua terceira derrota na competição – todas longe do Mineirão, onde tem aproveitamento de 93,3%.

– Foi uma grande partida, era a nossa oportunidade de diminuir e conseguimos. Temos de continuar fazendo a nossa parte. Começamos mal no torneio, chegaram jogadores, saíram outros. O São Paulo é um time forte e consistente. Isso dá confiança – completou Muricy.

O Tricolor volta a campo na quarta-feira para enfrentar o Coritiba, uma das equipes que ocupa a zona de rebaixamento. O confronto será na casa do rival, às 22h. Para essa partida, o técnico não terá o meia Kaká, suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo contra o Cruzeiro.

Confira os principais tópicos da entrevista de Muricy

TORCIDA

A gente até concorda que o futebol está ruim, mas temos de falar bem quando está bom. Vi alguns jogos que foi legal ver. Depois dos 7 a 1 (derrota da seleção brasileira para a Alemanha na Copa do Mundo), nada prestava. Lugar comum é falar que o futebol brasileiro é só porcaria. Às vezes temos jogos como hoje, outro dia teve Cruzeiro e Fluminense. Está tendo bons jogos. Temos esperança do futebol brasileiro melhorar.

QUARTETO

As pessoas e os jogadores que estão lá estão gostando de fazer o que estão fazendo. A nossa zaga hoje jogou muito. Quando se fala em quarteto, eles mesmo não acham isso. No nosso dia a dia cobramos muito deles porque os outros jogadores estão fazendo a diferença também. Além de serem grandes jogadores, estão se doando muito pelo time. Esses quatro, sem a bola, estão trabalhando muito. É difícil fazer eles entenderem, mas eles estão gostando. É um time, não é só o quarteto.

CRUZEIRO

A gente gosta do futebol bem jogado, e quem gosta disso gosta do Cruzeiro. É difícil falar se vai oscilar ou não. Acho difícil. Nessa competição tem de ter plantel para fazer o que estão fazendo. E eles têm. As demais equipes foram formadas durante a competição

LUIS FABIANO

Há espaço para todo mundo. Aqui é um plantel, não tem 11. Tem espaço para todo mundo. Só que quem está jogando não quer dar chance para ninguém. E é assim que tem de ser. Todo mundo está ralando, não tem esse negócio de dono. Aqui tem uma coisa muito importante que se chama São Paulo Futebol Clube. O resto é resto, que somos nós. Estamos preparando ele (Luis Fabiano), tem de ter paciência. Não pode ter recaída. Amanhã vou preparar outro treino para ele com a molecada. Ele sabe que vai ter de brigar muito, está vendo como o time está se portando.Ele vai voltar, não sei quando, mas vai voltar bem.

DESFALQUES: KAKÁ NA QUARTA E PATO NO DOMINGO 

Tenho de pensar no Coritiba, você vai me desculpar. Contra o Coritiba não dá, onde vou colocar ele (Luis Fabiano)? Estamos olhando com carinho. Tem jogadores que estão hoje no time que nem no banco ficavam. E hoje são titulares. Aqui é assim, eles sabem. Ele (Luis Fabiano) vai voltar na hora da certa. Mas não podemos mudar nossa maneira de jogar por causa de um jogador. Demoramos muito para achar isso. Não tínhamos um time, estávamos recuperando desde o ano passado. O São Paulo estava quase na segunda divisão, teve reformulação depois de janeiro. Não pode se entusiasmar. É legal, mas não aconteceu nada ainda.

EDSON SILVA E DENILSON

No futebol, o jogador está mal e o cara que está ao lado fala que não serve mais. É assim o futebol. As pessoas veem só quem está jogando bem no dia. Eu não sou assim, não desisto do jogador quando está fora. O difícil é quem está fora. Quem está jogando, beleza. Eles são os que mais treinam e não aparecem, porque não jogam. É o mais difícil para o atleta. Toda hora tem exemplo assim no nosso time, Denilson, Edson Silva… Não é simpatia ou favor nenhum. O Denilson voltou a jogar porque ele quis, porque ele brigou e voltou a treinar forte. A gente se perguntava como um cara que jogou tantas partidas no Arsenal não poderia jogar aqui. O técnico não tem ouvido para uns malas que tem ao lado. Não tem conversa aqui. O Edson também, às vezes nem no banco ficava. Ele é um cara que cumprimentava todo mundo, sempre de cara boa, e nem no banco ficava. E ia para o treino duro. Amanhã eu vou estar lá e vou treinar o time. Se eu não tivesse essa postura em todos os lugares que passei não ia ter recuperação. Eu penso diferente. A gente nunca pode desistir do jogador, desde que ele não desista dele. Não é que eu faço coisa boa, eles conseguiram os lugares deles pelo trabalho.

 

Fonte: Globo Esporte

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