Vice pelo Goiás, artilheiro Toloi espera não bater na trave de novo

Primeiro minuto do segundo tempo da prorrogação. Rafael Toloi recebe cruzamento na área e, com o goleiro já vencido na jogada, cabeceia na trave. A bola não entraria mais – na vez que entrou, o ataque estava em impedimento –, e o Goiás perderia nos pênaltis o título da Copa Sul-americana de 2010 para o Independiente, na Argentina. Agora no São Paulo, o zagueiro disputa de novo a final do torneio. O jogo de ida contra o também argentino Tigre, em La Bombonera, é na noite desta quarta-feira.

“Foi uma experiência muito grande para mim. É claro que queria ter sido campeão, mas infelizmente não aconteceu. Espero que neste ano seja diferente”, diz à GE.net o beque, que, mesmo tendo se passado um bom tempo daquele vice-campeonato, tem só 22 anos. “Sou jovem ainda, mas já tive um amadurecimento muito grande. Até porque disputei pela Seleção Brasileira sub-20 também Sul-americano e Mundial, outras duas competições internacionais”.

Toloi envergou a camisa 3 tricolor pela primeira vez em julho, depois de o Goiás ceder à insistência para vender sua maior promessa recente. A estreia no clássico contra o Palmeiras não foi das melhores. Cometeu pênalti que seria defendido pelo goleiro Denis e ainda fez parte do vacilo coletivo resultante no gol de empate do rival. Apesar disso, foi garantido pelo técnico Ney Franco em todos os esquemas táticos testados, até a equipe se encaixar no 4-2-3-1 e deslanchar.

Sergio Barzaghi/Gazeta Press

Rafael Toloi foi titular da equipe esmeraldina na perda do título sul-americano para o Independiente

Ao lado de Rhodolfo e com o apoio de toda a retaguarda, a revelação esmeraldina ganhouconfiança e contribuiu para tornar a defesa do São Paulo a menos vazada do returno do Campeonato Brasileiro e também da Sul-americana. Até investiu em algumas subidas ofensivas no torneio continental, fazendo dois gols, um a mais do que Luis Fabiano. Além de um gol de falta contra a Universidad de Chile, fez o do empate por 1 a 1 com a Católica, este essencial para assegurar a vaga para a decisão, já que o jogo de volta terminaria 0 a 0.

 

“Estava até falando com o Luis sobre isso. Foi sorte, como ele brinca (risos). O Rhodolfo foi quem cruzou para eu cabecear. Uma jogada de ataque de dois zagueiros! Foi um gol importante, que nos deu a classificação. Espero fazer outro, quem sabe? Se sobrar uma bolinha dentro da área quando for para o ataque, não só para mim, mas para o Rhodolfo, o pessoal que vem de trás…”, brinca o zagueiro artilheiro.

O gol de cabeça contra a Católica compensou sacrifício de viajar a Santiago com o tornozelo esquerdo dolorido. Se em 2010 seu time era azarão frente ao Independiente, o maior vencedor da Libertadores, desta vez ele se classifica vivendo o outro lado: enquanto o São Paulo impõe respeito no cenário sul-americano por diversas conquistas, o Tigre jamais disputou uma taça continental.

“Favoritismo é só até entrar em campo”, minimiza. “Apesar de estar em penúltimo lugar na Argentina, essa equipe tem qualidade. No meu pensamento, eles entraram focados na Sul-americana, porque já estão classificados para a Libertadores e não corriam risco de rebaixamento. É uma equipe que vem fazendo bom trabalho. Temos que ter atenção para poder conquistar o título”, cobra o são-paulino, ao lembrar a eliminação do Palmeiras na semifinal de dois anos atrás.

“O Palmeiras era favorito na semifinal e nós o eliminamos com o Goiás. Favoritismo, a gente deixa para o pessoal falar. Temos que entrar em campo e fazer nosso melhor sempre, como a gente vem fazendo. Numa reta final de temporada, é normal o ritmo cair, mas nossa equipe vem em um ritmo forte. Essa decisão é importante não só para o São Paulo, mas para mim especialmente, pelo fato de não ter conquistado o título daquela vez. É hora de provar que merecemos”, observa.

Nem mesmo a Bombonera, estádio do Boca Juniors e palco da final desta quarta-feira, é tão novidade para Toloi. Foi lá que o Goiás treinou na véspera da derrota para o Independiente, em 2010. É lá que o defensor espera começar a construir uma história diferente para não bater na trave de novo: “Vamos jogar da mesma forma como estamos jogando em qualquer lugar”.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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