Mancini fala de reforços, Hernanes, promessa a Cuca e “o novo São Paulo”

Vagner Mancini, coordenador técnico do São Paulo, recebeu da diretoria a missão de comandar o time interinamente até a chegada de Cuca, que está em fase final de tratamento cardíaco.

Logo em sua estreia, Mancini sofreu a pressão da derrota para o Corinthians, em Itaquera, e viu o Tricolor sair da zona de classificação para as quartas de final do Paulistão – está atrás de Oeste e Ituano no Grupo D. Neste domingo, às 17h, o São Paulo recebe o RB Brasil no Morumbi, com transmissão ao vivo do Premiere para todo o Brasil e da TV Globo para o estado de SP, além de acompanhamento em tempo real (com vídeos) no GloboEsporte.com.

Na última quinta-feira, no CT da Barra Funda, Mancini atendeu a reportagem do GloboEsporte.com. Ele falou sobre os seus planos e de como prepara o São Paulo para a chegada de Cuca.

No bate-papo, o técnico interino comentou sobre reforços, a falta de confiança dos jogadores, disse que Hernanes está sendo massacrado por sua condição física e previu uma mudança de perfil.

O que pretende entregar a Cuca?

– Eu gostaria de entregar um São Paulo, e eu acredito muito nisso, estou convicto nisso, vencedor. “Ah, o São Paulo vencendo partidas em sequência?” Seria ótimo isso. Mas temos de nos preocupar em entregar um elenco vencedor. Vencedor de atitude, de amor à camisa. Vencedor diariamente, quando o atleta sabe que tem de fazer tudo aquilo que é necessário para ele ser competitivo.

Como recuperar a confiança?

– Em primeiro lugar, durante a semana. O treinamento serve justamente para isso. A partir daquele momento que você devolve a confiança no treinamento, o atleta começa a realizar. E aí ele tem que ter uma chave, que é o equilíbrio emocional. A partir do momento que entra em campo, encontra um estádio em um ambiente hostil, seja dentro ou fora de casa, tem de saber lidar.

– Essa sintonia fina, o atleta já tem na sua herança, ele tem lastro para isso. Assim como tem da parte tática, tem também da parte emocional. É por isso que no futebol tem muita gente com superstição, porque se apóia em algumas coisas que dão confiança.

Mais difícil recuperar um time que joga mal ou emocionalmente abaixo?

– É muito mais difícil aquele time que está emocionalmente fragilizado, porque o ser humano vive da emoção. Fora de campo temos uma equipe que trabalha com isso. Todos da comissão técnica estão alinhados com isso, temos o setor de psicologia, temos o departamento médico. O respaldo é dado fora de campo e é levado para dentro de campo.

Pressão em quem chegou agora

– É realmente isso que acontece com o Willian Farias (o volante disse que após 40 dias de clubes sente a pressão de 11 anos) e com outros atletas. Comigo também, mas quando assinei o contrato eu sabia disso, sabia que esse peso estaria debruçado nos ombros de quem estivesse em 2019 no São Paulo, então nós temos realmente que buscar soluções para isso.

Poucos gols feitos, muitos sofridos

– Nós temos que inverter. Que o São Paulo nos próximos jogos faça oito, nove gols e sofra um, dois, porque essa é a lógica de um time grande. Diante desse quadro, temos alguns desafios. O meu é devolver a confiança. A partir do momento que ajustar a equipe, parar de tomar gol, vamos ter jogadores para decidir. Todo mundo quer que haja reação, que o time volte a encantar.

Como você e Cuca estão planejando o elenco do São Paulo?

– É um pouco cedo para falar disso. A gente está olhando o mercado, a gente discute. Nós temos uma equipe de trabalho no campo e nós temos também uma equipe de trabalho que monta elencos e que participa. Mas neste momento o que dá para dizer é que a gente precisa se reforçar e há a necessidade, sim, de esses atletas que estão no São Paulo também se reforçarem, gerando confiança e sendo os atletas que a gente sabe que eles podem ser. Dessa forma vamos fazer um grupo vencedor para esta temporada.

Precisa mudar o perfil do elenco?

– Eu acho que sim. Eu acho que o perfil tem que ser alterado. O perfil tático, de sistema, o perfil de jogo, jogado dentro de campo, e o perfil de atleta, talvez até de característica. Aí vamos aguardar um pouco até para que o Cuca libere o pensamento dele. Hoje está tudo muito global ainda. Mas com certeza isso vai acontecer.

Condição física do Hernanes, após atuar em um futebol menos competitivo, na China

– Eu vou tentar responder de uma forma muito simples: o Hernanes realmente vem de um futebol diferente, não tão intenso como o nosso em termos de jogos. Aí o Hernanes chega e não encontra uma equipe que seja para ele desenvolver e entrar no ritmo. Quando essa equipe não está vivendo um bom momento, o Hernanes vira a solução do problema. E aí estamos sendo desumanos com ele.

– Nós temos que saber que, nesse momento, se o São Paulo estivesse totalmente ajustado, ele seria uma peça fundamental, seria o cérebro do time, seria o cara para dar o respaldo a todos esses jovens. Quando a gente joga toda a responsabilidade para o Hernanes, a gente está aumentando uma deficiência que ao longo do tempo ele vai perder, mas hoje ele tem ainda. Todos nós queremos ver o Hernanes jogando bem, o Hernanes sendo o cérebro, o capitão, porém, hoje estamos mais violentando o Hernanes do que ajudando.

Fonte: Globo Esporte

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