Sem rodízio e improvisação, Doriva quer impor seu estilo no Tricolor

Doriva mostrou respeitar o seu antecessor, mas nem de longe quer seguir a cartilha de Juan Carlos Osorio. Estreante do dia no CCT da Barra Funda, apesar de conhecer o lugar desde a época em que era jogador, o novo técnico do São Paulo admitiu que às vezes é necessário trocar algumas peças da equipe. A regra para ele, porém, é tentar repetir um time o maior número possível de vezes.

“Em relação a rodízio, a minha leitura é que eu gosto de repetição. Repetir uma equipe, ter uma base”, afirmou o comandante, contrastando suas palavras com os números apresentados por Osorio. Em 28 jogos no comando do Tricolor, o colombiano não repetiu a escalação nem uma vez sequer. O rodízio, elogiado por alguns e criticado por outros, era visto como uma maneira de deixar a intensidade física e a competição sempre altas no elenco.

“Logicamente que, em alguns momentos, não dá. Mas temos um centro de reabilitação bem capacitado para isso. No momento em que a gente precisar de um rodízio para os atletas, será feito. Você tem que colocar em campo o atleta que está 100%. Há essa oscilação, lesões, cartões, mas não tenho por hábito ficar trocando a equipe constantemente. Eu, pela minha linha de trabalho, creio que com a repetição das informações vem o entrosamento”, analisou.

Após encarar o Tricolor sob o comando do ex-treinador enquanto estava na Ponte Preta, Doriva classificou como “interessante” o jeito de jogar da equipe. Agora, podendo trabalhar com nomes que conviveram com Osorio, como o auxiliar Milton Cruz e o coordenador de preparação física, Zé Mário Campeiz, ele espera obter detalhes do dia a dia que levaram a outro ponto marcante da passagem do colombiano: as improvisações.

O antigo comandante buscava, nas características dos atletas, achar novas posições. O lateral esquerdo Carlinhos, por exemplo, teve na sua deficiência na marcação a senha para ser escalado como meia e depois ponta direita. Breno, zagueiro, praticamente só jogou como primeiro volante. Thiago Mendes, segundo ou terceiro homem de meio-campo, também foi recuado para a posição de cabeça de área.

“Temos que trabalhar diretamente com o atleta. Acho que os jogadores têm qualidades que podem ser usadas em diversos momentos. Não costumo improvisar, mas, às vezes, a situação te obriga. O Osorio tinha as condições dele por trabalhar no dia a dia com o elenco e saber como cada um gosta de atuar. Tenho que ver com os atletas, mas, de antemão, a improvisação não é uma linha que eu adoto”, explicou.

No primeiro treino comandando por ele, aliás, isso pôde ser observado. Divididos em times de cinco, os atletas fizeram a função que estão mais acostumados a realizar. No ataque que pode ser considerado titular, Thiago Mendes era o segundo volante, com Ganso de armador e o trio ofensivo mostrando Rogério, aberto na direita, Pato, na esquerda, e Luis Fabiano centralizado. Na defesa, Hudson, único primeiro volante de origem, ocupou a posição. A linha de quatro defensores ficou com Bruno, Breno, Luiz Eduardo e Carlinhos.

Fã do 4-2-3-1, por vezes variando ao 4-1-4-1, Doriva indica assim uma possível equipe para encarar o Fluminense, no dia 14, em sua estreia pelo Tricolor. Vale lembrar, porém, que ele ainda espera os retornos de Rodrigo Caio e Lucão, titulares com Osorio e a serviço da Seleção olímpica. Michel Bastos, com estiramento no músculo posterior da coxa esquerda, só deve ficar à disposição para o embate contra o Santos, no dia 21, pela Copa do Brasil.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

6 comentários em “Sem rodízio e improvisação, Doriva quer impor seu estilo no Tricolor

  1. O que interessa na prática são os resultados é o que conta e o que fica e o que marca a passagem do treinador são vitórias e títulos , qualquer outro argumento é balela no futebol.

    Obrigação no futebol é vencer , vencer e vencer.

    Osório deixou bons legados no clube , como o crescimento de Thiago Mendes , Breno que se destacou de volante , a forma de atacar em velocidade com marcação alta. Era um time corajoso em campo ganhando ou perdendo.

    e deixou aspectos ruins , como o futebol de Michel Bastos que caiu demais no seu comando , e algumas alterações estranhas que resultaram em tropeços no Morumbi , como a entrada de Edson Silva na partida contra o Avai no Morumbi , tirando um atacante que resultou no empate de 1 a 1 .

    Outra coisa ruim foi Lyanco de lateral contra o Vasco no Maracanã .

    • Fico com a mesma impressão.
      Osorio deixou um time-base titular montado, com jogadores rendendo bem. Esse cara vai tirar Matheus Reis da lateral, Thiago Mendes não será primeiro volante, Luis Fabiano novamente vai ganhar a posição de titular. Carlinhos, que vinha jogando bem, adaptado à meia, voltará para lateral onde marca pouco e cansa mais. Hudson será titular na primeira partida, anotem aí.
      Doriva vai perder um tempo que não tem para descobrir o que já está descoberto.
      Enfim, posso estar enganado, mas voltaremos à era Ney Franco, quando o time parecia um pebolim, com uma tática simétrica, que ninguém sai da posição. Acho uma confissão de ignorância de quem monta time assim.

  2. O rodizio só é benefico quando vc tem um elenco quase todo qualificado, titulares e reservas, mas nao é o nosso caso, esse discurso se dá bem nas Pepas, nas Galinhas, o nosso mal temos 11 bons titulares, e os reservas entao, Edson Silva, Wesley, enfim por enquanto o Doriva esta certo, joga quem esta melhor se precisar durante a partida fazer mudanças tudo bem, e tb gostei dessa de improvisar, pode ate ser feito mas se o jogador nao se der bem nao adianta insistir, so ver o caso do Ganso se improvisa-lo ja era mata o que ele sabe fazer de melhor, nao adianta nem todo jogador é coringa.
    Respeito os metodos implantados pelo Osorio mas estava demorando para ele perceber que improvisar e rodizio no sao paulo nao iria dar muito certo.
    Gostei do futebol ofensivo dele, marcacao forte e ataque constante isso sim deixou um legado muito bom.

  3. É, essa conversa de rodízio relamente já deu. Os técnicos brasileiros não gostam de rotacionar os jogadores porque não sabem os benefícios (aos imbecís digo que também tem os contras) e usam de desculpa quando um “titular” esta fora do time e o perde um jogo.
    Tomara que esse discurso já não seja uma condição imposta pelo contratente para contradizer o técnico anterior (vide mensagem enviada).

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