Sem Ney Franco, São Paulo terá oitavo técnico em quatro anos

O São Paulo terá que contratar seu oitavo técnico diferente nos últimos quatro anos. Com a confirmação da demissão de Ney Franco, o Tricolor acumula sete ex-treinadores desde o começo de 2009. Após Muricy Ramalho se manter por três temporadas completas – entre 2006 e 2008 – o Tricolor não conseguiu mais terminar um ano sem mexer na função.

A média é de dois comandantes por ano e o resultado é que após a conquista do Brasileirão em 2008, o clube conquistou apenas a Copa Sul-americana em 2012.
No período, a diretoria tentou manter a filosofia de apostar em um treinador que não estivessem em alta e que priorizassem a utilização dos garotos formados em Cotia. Antes de Ney Franco, passaram pelo time com pouco sucesso Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo César Carpegiani, Adilson Batista e Emerson Leão.

O revezamento de treinadores começou em junho de 2009, quando Muricy Ramalho deixou a equipe após mais um insucesso pela Copa Libertadores. Em seu lugar, assumiu Ricardo Gomes, aposta da diretoria depois de um período trabalhando na Europa e que conseguiu se manter no cargo por 13 meses, um recorde desde então. Entretanto, a falta de títulos colocou o treinador em xeque e ao fim de seu contrato, em agosto de 2010, não foi procurado para renovação.

O nome de Sérgio Baresi, na época treinador do time de base, ganhou força e tornou-se efetivo. Mas o jovem comandante não conseguiu muito tempo para implantar sua filosofia e bastaram três jogos seguidos sem vencer para ele sair do cargo, apenas dois meses depois de assumir.
Retornou então ao São Paulo o experiente Paulo César Carpegiani, que comandara o time em 1999. Em nove meses, a equipe não conseguiu engrenar como a diretoria esperava e três derrotas consecutivas foram o estopim para o encerrar a segunda passagem do treinador.

Com contrato curto e sob forte desconfiança após trabalhos ruins por Corinthians e Santos, Adilson Batista foi contratado em julho de 2011, depois da diretoria cogitar nomes como Dunga, Cuca, Autuori e Dorival Júnior. Tinha tudo para dar errado e deu: exatamente três meses depois de sua contratação, o treinador não resistiu a uma sequência de seis jogos sem vitória e foi demitido.
Em outubro de 2011, chegou ao time Emerson Leão. Com uma passagem de sucesso pelo clube entre o final de 2004 e o início de 2005, o polêmico comandante chegou também sem ser um consenso entre a diretoria e a torcida do clube pelos insucessos que acumulara nos anos anteriores. Aos trancos e barrancos, conseguiu se manter oito meses no posto, mesmo sendo constantemente questionado – o presidente Juvenal Juvêncio chegou ao ponto de tirar o zagueiro Paulo Miranda da concentração sem o aval do treinador.
Foi então que Ney Franco foi trazido, após fazer grande trabalho pela seleção brasileiras sub-20, onde comandou diversos jogadores são-paulinos, como, por exemplo, Casemiro, Bruno Uvini, Henrique, Willian José e Lucas. O começo foi bastante animador, com vitórias em sequência e um título da Copa Sul-americana no final de 2012. Mas em pouco tempo já começaram a surgir dúvidas sobre seu trabalho ora com Rogério Ceni pedindo alterações, ora de João Paulo de Jesus Lopes criticando o desempenho do time.
O clima então ficou insustentável e a demissão se tornou inevitável. Os bons resultados do início do trabalho minguaram e nos últimos cinco jogos foram três derrotas e dois empates, pior sequência do comandante no Morumbi que foi suficiente para que a diretoria optasse por mais uma mudança de treinador.

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