Sem envolver Fifa, CBF pode tratar ida de zagueiro para o São Paulo no STJD

A investigação sobre a ida de Iago Maidana do Criciúma para o São Paulo, na qual o Monte Cristo (da terceira divisão goiana) foi utilizado como ponte por um grupo de investidores denominado Itaquerão Soccer, será tocada exclusivamente pela Confederação Brasileira de Futebol. Por se tratar de uma transferência nacional, a entidade não levará o caso à Fifa. Caso sejam confirmadas irregularidades, o julgamento ficará a cargo do Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

– Se há envolvimento de terceiros que não os clubes, o que é proibido, além de infringir o regulamento da Fifa, isso infringe também o nosso regulamento. Mas, como se trata de uma transferência nacional, o mérito é nosso. Se constatarmos algo errado, nós ofereceremos denúncia ao STJD – explica o diretor de registro e transferência da CBF, Reynaldo Buzzoni.

As sanções possíveis, porém, não seriam diferentes das estipuladas pela Comissão Disciplinar da Fifa, segundo o dirigente. Caso se comprove burla à regra que proíbe a participação de terceiros desde 1º de maio, o tribunal poderá advertir, multar ou impedir um clube de registrar novos jogadores por determinado período.

Na terça-feira à tarde, a CBF requisitou documentações a Criciúma, Monte Cristo e São Paulo. Até o momento, apenas o clube catarinense, que se diz vítima no negócio, enviou informações e esclarecimentos à entidade.

– O registro em si está correto. Não há nada no regulamento que impeça um jogador de ficar dois dias em um clube antes de ser vendido, mas logicamente vemos indícios de que não houve caráter desportivo. Temos que levantar todos os fatos. Além disso, se a multa é de R$ 1,5 milhão, por que o São Paulo não a pagou diretamente ao Criciúma? O São Paulo tem que se explicar – analisa Buzzoni, que, à primeira vista, estranha a forma como foi feita a negociação.

– Em termos, já haveria uma irregularidade na participação de um intermediário não cadastrado. A empresa Itaquerão Soccer não consta no nosso cadastro de intermediários, que antigamente eram os agentes Fifa. Nem ela nem a FAI Sports. O clube vai ter que apresentar com quem negociou. Se provarem que esses intermediários não participaram, o São Paulo precisa explicar por que não pagou a multa diretamente – diz o diretor da CBF.

ENTENDA O CASO
Iago Maidana pertencia ao Criciúma, com quem rescindiu contrato após pagamento de R$ 800 mil por parte de uma empresa paulista chamada Itaquerão Soccer – segundo o clube catarinense, a quantia foi ainda menor: R$ 400 mil. Em seguida, o zagueiro de 19 anos ficou vinculado dois dias ao Monte Cristo antes de ter 60% de seus direitos econômicos vendidos ao São Paulo por R$ 2 milhões. Os 40% restantes foram mantidos pelos empresários no clube goiano. A FAI Sports, de Porto Alegre, também fez parte das tratativas.

Dos R$ 2 milhões a serem pagos pelo São Paulo, a primeira parcela de R$ 1 milhão foi transferida ao clube goiano na quinta-feira passada, 17 de setembro. A outra metade será dividida em dez parcelas mensais de R$ 100 mil a serem quitadas até julho de 2016. O valor será aumentado em R$ 400 mil caso o jogador faça dez partidas pelo time profissional.

Ocorre que, de acordo com o regulamento nacional de registro e transferência de atletas de futebol, “nenhum clube ou jogador poderá celebrar um contrato com um terceiro por meio do qual este terceiro obtenha o direito de participar, parcial ou integralmente de um valor de transferência pagável em razão da futura transferência dos direitos de registro de um atleta de um clube para outro, ou pelo qual se ceda quaisquer direitos em relação a uma futura transferência ou valor de transferência”.

 

Fonte: Globo Esporte

3 comentários em “Sem envolver Fifa, CBF pode tratar ida de zagueiro para o São Paulo no STJD

    • Vc ainda tem dúvidas? Eu não tenho nenhuma dúvida de que essa diretoria é cretino, está na cara que não houve uma negociação séria…Quem será que ganhou com essa negociação hein, quem será…..

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