Sem Adalberto e Ney Franco, Milton Cruz recupera funções no São Paulo

Milton Cruz sempre foi citado por dirigentes e conselheiros do São Paulo como o diferencial do clube nos recentes sucessos. Até 2011, o coordenador técnico tinha a função de intermediar as negociações com reforços apontados pela diretoria, e também tinha autonomia para recomendar. Além disso, trabalhava no campo e partilhava decisões com os treinadores. Tudo isso se comprometeu com Adalberto Baptista e Ney Franco. Agora, com Paulo Autuori e sem o braço-direito de Juvenal Juvêncio, ele volta a fazer o que fazia, e dá mostras nessa semana de sua recuperação.

Ativo na excursão pelo exterior, o auxiliar técnico voltou ao Brasil após a conquista sobre o Benfica, em Portugal, junto dos quatro atletas poupados, com o objetivo de recuperá-los até o jogo contra a Portuguesa, pelo Brasileirão, que acontece neste domingo. Além de Rafael Toloi, Fabrício, Jadson e Osvaldo, Milton também comandou as atividades no CT da Barra Funda com Luis Fabiano que, assim como o quarteto, será titular amanhã.

Milton recupera autonomia no campo por conta de Autuori. Já havia trabalhado com o treinador em 2005, e continuará ativo. Com Ney Franco, a situação era inversa. O ex-técnico da equipe disse nessa semana em entrevista ao jornal “O Globo” que Milton se afastou, e não quis participar. Durante o período de um ano sob o comando de Ney Franco, o coordenador técnico perdeu espaço dentro da comissão.

Agora, Milton Cruz também recupera a função na diretoria de futebol. Sem Adalberto, ele volta a intermediar negociações e indicar reforços, segundo dirigentes ouvidos. O ex-diretor – que defendia a permanência de Ney – centralizava o comando do futebol e não permitia interferências. Caso emblemático foi o do volante Josué, que mantinha conversas com Milton e ofereceu-se para voltar ao São Paulo quando ainda estava no Wolfsburg (ALE), no fim do ano passado, mas ouviu recusa da diretoria.

Neste domingo, o São Paulo que enfrenta a Portuguesa no Canindé terá um pouco mais da participação de Milton Cruz como coordenador técnico. Como nunca desde 2010.

Antes de Adalberto: Milton influente em reforços e elo entre diretoria e elenco

Contratações
Entre 2004 e 2010, o São Paulo se caracterizou por montar times a partir de contratações sem custos. Na maioria das vezes, o clube negociava durante o ano com jogadores que estavam a seis meses do fim do contrato e firmava acordo ao término do Brasileirão. O principal responsável por apontar e conversar com os alvos era Milton Cruz, que até então funcionava como voz da diretoria no mercado de jogadores. Entre 2006 e 2008, anos do tribrasileiro, diversos atletas que compuseram o elenco foram ao São Paulo nesse molde: Leandro, Alex Dias, Ilsinho, André Dias, Borges, Hugo e Jorge Wagner.

Críticas
A partir de 2009, e após a demissão de Muricy Ramalho, o São Paulo iniciou o jejum de títulos. Com os fracassos, vieram críticas internas ao trabalho de Milton Cruz. Os argumentos eram as contratações – nos mesmos moldes – de atletas que não conseguiram repetir o sucesso de outros no São Paulo: Wagner Diniz, Junior Cesar, André Lima, Xandão, André Luis e Leo Lima são exemplos.

Com Adalberto: afastado
Adalberto Baptista assumiu a diretoria de futebol em 2011, após a segunda reeleição de Juvenal Juvêncio como presidente. Centralizou, a partir de então, a condução de contratações. Milton, assim, foi afastado de sua principal função. Com Ney Franco, auxiliar perdeu espaço no campo. Como Adalberto defendia e só conversava com o ex-treinador, Milton perdeu a função de ligar o elenco à diretoria. Adalberto pediu demissão após pressão intensa e desentendimento com Rogério Ceni.

Um comentário em “Sem Adalberto e Ney Franco, Milton Cruz recupera funções no São Paulo

  1. A verdade sempre vem à tona, diz o velho ditado, começam a aparecer as perdas e desmandos do pseudo-técnico, o qual, por mágoa e interesse em tumultuar ainda mais o ambiente, agiu como autêntica “maria-lavadeira.”

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