São Paulo responde, e CBF só espera clube goiano para denunciar caso Iago

A Confederação Brasileira de Futebol recebeu nesta sexta-feira a documentação do São Paulo referente à contratação de Iago Maidana, de 19 anos. Dos três clubes envolvidos na negociação, resta apenas o Monte Cristo (da terceira divisão goiana) responder à entidade, já que o Criciúma enviou sua parte dos contratos assim que notificado, na terça-feira.

As informações que faltam são fundamentais, pois o Monte Cristo foi usado como ponte pela empresa Itaquerão Soccer, que pagou R$ 800 mil (menos do que a multa rescisória de R$ 1,5 milhão, portanto) para tirar o zagueiro do Criciúma. Após dois dias de vínculo federativo no clube goiano, 60% dos direitos econômicos foram vendidos ao São Paulo pelo preço de R$ 2 milhões. A FAI Sports, de Porto Alegre, também fez parte das tratativas.

Quando receber os últimos documentos, a CBF deverá oferecer denúncia ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, pois vê, desde já, indícios preliminares de burla à regra que proíbe a participação de terceiros em transferências. Caso se comprovem irregularidades, os clubes podem ser advertidos, multados ou impedidos de registrar novos atletas por determinado período.

O regulamento nacional reza que “nenhum clube ou jogador poderá celebrar um contrato com um terceiro por meio do qual este terceiro obtenha o direito de participar, parcial ou integralmente, de um valor de transferência pagável em razão da futura transferência dos direitos de registro de um atleta de um clube para outro, ou pelo qual se ceda quaisquer direitos em relação a uma futura transferência ou valor de transferência”.

– O registro em si está correto. Não há nada no regulamento que impeça um jogador de ficar dois dias em um clube antes de ser vendido, mas logicamente vemos indícios de que não houve caráter desportivo (no Monte Cristo). Temos que levantar todos os fatos. Além disso, se a multa é de R$ 1,5 milhão, por que o São Paulo não a pagou diretamente ao Criciúma? O São Paulo tem que se explicar – disse o diretor de registro e transferência da CBF, Reynaldo Buzzoni, na quarta-feira.

– Em termos, já haveria uma irregularidade na participação de um intermediário não cadastrado. A empresa Itaquerão Soccer não consta no nosso cadastro de intermediários, que antigamente eram os agentes Fifa. Nem ela nem a FAI Sports. O clube vai ter que apresentar com quem negociou. Se provarem que esses intermediários não participaram, o São Paulo precisa explicar por que não pagou a multa diretamente – reforçou o dirigente.

A estratégia são-paulina é exatamente essa: como o contrato obviamente foi firmado com o Monte Cristo, o presidente tricolor, Carlos Miguel Aidar, nega a participação de intermediários ediz que não tinha a informação de que Iago pertencia anteriormente ao Criciúma. O clube catarinense, por sua vez, acusa o São Paulo e se diz vítima no negócio.

 

Fonte: Globo Esporte

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