São Paulo dá novo vexame e leva virada do São Bernardo no Paulista

Sábado de sol, mais torcida no estádio do que nos últimos jogos, diversas mulheres por conta da gratuidade do ingresso. O cenário era favorável ao São Paulo, mas o que era para ser uma vitória tranquila acabou em uma indigesta derrota para o São Bernardo por 3 a 1, neste sábado, no Pacaembu. O revés no Campeonato Paulista preocupa por ser antes de um jogo importantíssimo pela Libertadores, contra o River Plate (ARG), e mostra que a equipe de Edgardo Bauza, chamado de burro, ainda não é confiável.

As coisas poderiam ter sido fáceis já de início. Aos três minutos de jogo, Carlinhos fez boa jogada dentro da área e foi derrubado. O árbitro marcou pênalti. Calleri, que não marcava há seis jogos, pediu para bater, mas mandou para fora. Decepção do argentino, que vive fase terrível após um início avassalador: já são sete jogos sem balançar redes.

A cobrança desperdiçada poderia ter mudado todo o cenário da partida, mas ainda assim o São Paulo teve o privilégio de sair na frente, com Ganso aos 29 minutos. O meia recebeu de Calleri e, da entrada da área, fuzilou sem deixar a bola cair no chão. Golaço, o segundo consecutivo do camisa 10, que tem bom início de temporada. É quando o time de Bauza sai do comum e empolga. Mas esses momentos ainda são raros em 2016.

Enquanto conseguia se segurar atrás, graças principalmente à eficiência de Lugano, o São Pauloera pouco inspirado na frente, principalmente pela ineficiência da dupla argentina Calleri e Centurión. É nítido que os gringos estão sem confiança. A bola se esvai no pé, vai na canela. Complicado. Já o uruguaio fez sua melhor partida desde que retornou, com dois cortes de chutes perigosos do Bernô.

Veio o segundo tempo e a equipe do ABC se soltou. De quando em quando, assustava o goleiro Denis. Jean Carlos, Alyson e Henan se revezavam nos disparados de média distância. Até que Tatá, aos 23 minutos, pouco depois de entrar, escapou pela direita e arrematou: a bola ainda desviou em Rodrigo Caio e cobriu Denis. O São Bernardo empatava e era melhor no jogo. Bauza passou a ser alvo da torcida.

O segundo gol veio aos 31, após um detalhe interessante. Pouco antes de sofrer a virada, Bauza tirou Thiago Mendes e lançou Alan Kardec, substituição semelhante à que arrebentou o time na estreia na fase de grupos da Libertadores, contra o The Strongest (BOL). A ideia era recuar Ganso para a armação e forçar com quatro mais à frente. No entanto, como contra os bolivianos, o efeito foi inverso e imediato. Jean Carlos ficou com a sobra após rebatida de Denis e virou o jogo. Bauza foi chamado de burro. Já aos 46, o gol contra de Bruno foi o golpe de misericórdia. Mais um vexame, vaias da torcida, torcedores indo embora antes do apito final.

A desconfiança e inconformismo da torcida com o time do São Paulo neste início de ano é mais do justificável. Apesar de ter um modelo de jogo, há jogadores em má fase, Calleri, Centurión, as jogadas ofensivas são raras e à garra característica dos times de Bauza ainda não chegou. Dessa forma, é pra lá de preocupante a situação de um time que terá uma verdadeira final contra o atual campeão da Libertadores, na próxima quinta-feira, na casa do adversário, sob a pressão de jogar no Monumental de Nuñez. Por outro lado, o duelo pode representar uma reviravolta na temporada, com uma vitória. O problema é que está difícil de acreditar.

FICHA TÉCNICA

SÃO PAULO 1 X 3 SÃO BERNARDO

Data: 5/3/16 – 16h
Local: Pacaembu, São Paulo (SP)
Árbitro: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral
Público/renda: 11.771 pagantes / R$ 453.397,00
Cartões amarelos: Cañete (São Bernardo)
Gols: Ganso, 29’/1ºT (1-0); Tatá, 24’/2ºT (1-1); Jean Carlos, 31’/2ºT (1-2); Bruno (contra), 46’/2ºT (1-3).

SÃO PAULO: Denis, Bruno, Lugano, Rodrigo Caio e Mena (Rogério – 27’/2ºT); Hudson, Thiago Mendes (Alan Kardec – 30’/2ºT) e Ganso; Centurión (Wesley – 14’/2ºT), Carlinhos e Calleri. Técnico: Edgardo Bauza.

SÃO BERNARDO: Luiz Daniel, Eduardo, João Francisco (Rayan – 20’/2ºT), Luciano Castán e Magal; Daniel Amora (Tatá – 13’/2ºT), Marino, Jean Carlos e Cañete; Alyson (Jefferson Kanu – 26’/2ºT) e Henan. Técnico: Sérgio Soares

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