Saída de Neres aproxima São Paulo de média e projeção anual de vendas

Nos últimos três anos, o São Paulo acostumou-se a desmontar o elenco no meio das competições. A justificativa foi sempre a mesma: necessidades financeiras diante da crise vivida pelo clube. O futebol, no entanto, acabava prejudicado pelas vendas de peças importantes para os técnicos. E é para tentar – pelo menos no discurso – evitar um novo desmanche em 2017 que o atacante David Neres será negociado com o Ajax (HOL) por 15 milhões de euros (cerca de R$ 50,7 milhões). O time tricolor ainda ficará com 20% do garoto.

Em 2014, ano em que Carlos Miguel Aidar foi eleito presidente e em que a crise financeira foi evidenciada, foram cinco jogadores vendidos. Três eram titulares – o atacante Aloísio Boi Bandido, ao Shandong Luneng (CHN), o zagueiro Rhodolfo, ao Grêmio, e o lateral direito Douglas, ao Barcelona (ESP) -, mas os dois primeiros saíram ainda em janeiro, como pode acontecer com Neres. Ao longo do ano, o clube ainda vendeu Lucas Evangelista à Udinese e Mazola, que nem sequer fazia parte do elenco, ao Portimonense (POR). Somadas, as negociações resultaram em R$ 37,6 milhões, dos quais R$ 24,3 milhões ficaram no Morumbi.

Em 2015, o baque foi significativo para as pretensões do então técnico Juan Carlos Osorio, que perdeu seis jogadores de uma vez entre junho e agosto: Souza para o Fenerbahçe (TUR), Denilson para o Al Wahda (EAU), Paulo Miranda para o Red Bull Salzburg (AUT), Boschilia para o Monaco (FRA), Rafael Toloi para a Atalanta (ITA) e Jonathan Cafu para o Ludogorets (BUL). Antes, em janeiro, Osvaldo foi vendido ao Al Ahli (ARS). O total das transferências foi de R$ 102,3 milhões, mas como o clube possuía parcelas pequenas dos direitos econômicos dos atletas, o saldo foi de R$ 55,1 milhões.

Já em 2016, houve apenas uma venda no primeiro semestre, quando o recém-chegado Kieza pediu para ir ao Vitória e o São Paulo recuperou imediatamente o que havia gastado para tirá-lo do futebol chinês. Depois, vendeu 25% dos direitos do atacante Rogério para emprestá-lo ao Sport e, em seguida, negociou Paulo Henrique Ganso com o Sevilla (ESP) e Alan Kardec com o Chonqing Liffan (CHN). Já fora do elenco, os atacantes Ewandro e Ademilson também foram vendidos, para Udinese e Gamba Osaka (JAP), respectivamente. As baixas enfraqueceram o time, que brigou para não cair no Campeonato Brasileiro, mas ficou com R$ 59,1 milhões dos R$ 80,1 milhões gerados.

Com apenas a negociação de David Neres, o São Paulo chegaria bem próximo dos valores alcançados nos dois últimos anos e sem afetar – pelo menos em quantidade – tanto o elenco. Na posição do garoto, a maior revelação dos últimos tempos em Cotia, o técnico Rogério Ceni conta com Luiz Araújo, que não deve ser vendido ao Lille (FRA), Neilton e Wellington Nem, além de poder escalar o meia Cueva mais aberto.

O orçamento da diretoria previa a necessidade de arrecadar R$ 60 milhões em vendas neste ano. O número já ficaria bem próximo de ser atingido e, assim, novo desmanche poderia ser evitado. É provável que Lyanco também seja vendido, já que a Juventus (ITA) deve aumentar a proposta inicial de R$ 17 milhões, e a promessa então é de manter um elenco sólido para Ceni. No meio do ano, porém, João Schmidt já se despedirá para jogar na Atalanta e o assédio deve ser grande sobre Cueva e Rodrigo Caio, que ainda não renovou o contrato.

 

Fonte: Lance

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