Rogério Ceni muda esquema, reorganiza peças, e defesa do São Paulo evolui

Quatro meses separam uma transformação vivida pelo sistema defensivo do São Paulo na temporada 2017. No início de fevereiro, o ataque empolgava, mas a defesa dava calafrios, com alto número de gols sofridos. Agora, no Campeonato Brasileiro, a situação mudou. Em três rodadas, o Tricolor foi vazado apenas uma vez e divide o posto de melhor defesa da competição com Corinthians, Chapeceonse e Cruzeiro.

Por que a defesa tricolor melhorou? Um dos fatores é que Rogério Ceni percebeu que suas linhas atuavam muito espaçadas e, por isso, reposicionou seus jogadores em campo. Em duas partidas, inclusive, o técnico alterou o esquema tático do 4-3-3 para 3-4-3/3-5-2. E o time saiu vencedor em ambas: bateu Avaí e Palmeiras por 2 a 0.

O São Paulo mudou também sua filosofia de jogo. No início da temporada, Ceni pedia insistentemente para que seus jogadores fizessem marcação pressão na saída de bola do adversário. Isso deixava o meio de campo pouco povoado e, consequentemente, a defesa exposta.

A equipe marcava muitos gols, mas também levava muitos, mesmo quando enfrentava equipes fracas, como PSTC (venceu por 4 x 2, pela Copa do Brasil), São Bento (3 x 2, pelo Campeonato Paulista), Novorizontino (empate por 2 x 2) e Mirassol (outro 2 a 2).

Agora, a situação mudou. O São Paulo tem se comportado bem quando o adversário tem a posse de bola, sem se desesperar tanto, como contra o Palmeiras, no sábado. Existe a hora de pressionar e a hora de recuar suas linhas. No clássico, o rival teve 60% do tempo com a bola, mas criou apenas duas chances de gols, sendo que uma foi em cobrança de pênalti. O sistema defensivo tricolor foi praticamente intransponível, independente da formação tática – Ceni usou esquema com três zagueiros e duas linhas de quatro no fim do segundo tempo.

Desde o começo do ano, Ceni escalou oito jogadores diferentes na zaga. Na maioria das vezes, Rodrigo Caio (24 partidas das 29 disputadas pela equipe) e Maicon (18 jogos) foram os titulares, mas também atuaram Lugano (8), Lucão (8), Breno (5, até ser emprestado para o Vasco), Douglas (6), Lyanco (vendido para o Torino) e Éder Militão (recém-promovido da base, com duas partidas pelo time principal). E o setor deverá sofrer mais modificações na sequência da temporada.

Lugano não sabe se vai continuar no São Paulo (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

Lugano não sabe se vai continuar no São Paulo (Foto: Érico Leonan/saopaulofc.net)

O caso mais urgente é o de Lugano, que fica sem contrato no dia 30 de junho. Apesar do forte movimento da torcida a favor do uruguaio nas redes sociais, a dúvida da diretoria é muito grande sobre uma renovação. O principal motivo para isso é o custo-benefício. O ídolo ganha cerca de R$ 300 mil mensais, valor que é considerado muito alto para um atleta que atua pouco.

O clube poderia investir esse salário para trazer um atleta mais jovem (Lugano tem 36 anos) e que conseguisse ter maior sequência dentro da equipe. Em entrevista concedida no último sábado, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva afirmou que o caso poderia ter um desfecho até o final desta semana.

Outro que pode deixar a equipe do Morumbi é Rodrigo Caio, que hoje é o atleta mais valorizado do elenco. A cada janela de transferências, o defensor é procurado. Especula-se que Internazionale e Lazio tenham interesse no jogador de 23 anos que, em entrevista concedida no CT da Barra Funda na última terça-feira, afirmou que pensa em permanecer porque seu foco está em garantir uma vaga na seleção brasileira que disputará a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.

Valorizado, Rodrigo Caio pode deixar o São Paulo na janela de transferências (Foto: Marcelo Hazan)

Valorizado, Rodrigo Caio pode deixar o São Paulo na janela de transferências (Foto: Marcelo Hazan)

– Para ter uma chance de jogar a Copa, preciso jogar em alto nível, constantemente e em um grande clube. Para sair do São Paulo, preciso sair para um lugar onde tenha certeza que vou jogar. Não vou tomar decisões precipitadas que me façam perder essa chance de jogar a Copa – ressaltou Rodrigo Caio.

Até por isso, o São Paulo observa o mercado atrás de reforços para a defesa. Um nome que agrada bastante é o de Luiz Otávio, mas a Chapecoense agiu rápido e comprou os direitos junto ao Luverdense. Em outra tentativa, a diretoria do Tricolor chegou a conversar com o Santos por Cleber, mas o negócio não prosperou e foi encerrado.

Fonte: Globo Esporte

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