Recopa traz más lembranças para Ceni e Tite

A Recopa Sul-Americana está longe de ser um dos torneios de maior prestígio do continente, mas também já teve seus momentos de brilha. Disputada desde 1989, a competição que reúne os dois grandes campeões da América já rodou o mundo, traz más lembranças para nomes Rogério Ceni e Tite e teve e vilões inusitados, como Ronaldo Fenômeno.

O maior artilheiro da história das Copas tinha pouco mais de 18 anos quando entrou em campo pelo Cruzeiro na final contra o São Paulo, depois de um 0 a 0 no Morumbi. Diante de um Mineirão lotado, Ronaldo teve duas chances claras de marcar contra Zetti. Na primeira, dominou mal e reclamou de um suposto pênalti, não marcado. Na segunda, mandou na trave, e não impediu que o jogo fosse para os pênaltis.

Nas cobranças, o calvário do então jovem atacante Ronaldinho continuou. Na sua vez de bater, ele chutou fraco e Zetti fez da defesa, abrindo caminho para o que seria o primeiro título do São Paulo na Recopa.

O torneio, aliás, é recheado de triunfos brasileiros. Em 19 edições, foram sete conquistas brasileiras. Quando surgiu, no fim dos anos 1980, a Recopa reunia os campeões da Libertadores e da Supercopa Sul-Americana, então a segunda competição mais importante do continente.

Nesta primeira fase de sua história, a Recopa rodou o mundo. O torneio, disputado em jogo único nestes casos, chegou a passar por Miami (EUA), Kobe e Tóquio (Japão) e conseguiu produzir partidas interessantes.

Em 1989, por exemplo, o Racing reclamou do “pênalti mais claro da história do futebol”, como classificou um comentarista de TV na época, quando um jogador do Nacional tirou com o braço um gol evidente dos argentinos. O juiz ignorou o lance e os uruguaios foram campeões da Recopa, sob protesto dos rivais, que jogavam em casa.

No ano seguinte, o destaque foi René Higuita. O espalhafatoso goleiro do Atlético Nacional era praticamente um líbero de sua equipe contra o Boca, mas foi traído pelo próprio estilo de jogo. Foi em uma saída errada do arqueiro cabeludo que os argentinos fizeram 1 a 0 com Diego Latorre, que serviu para ganhar a eliminatória.

Chilavert, um herdeiro de Higuita, compensaria seu mentor anos depois. Pelo Vélez, contra o River Plate, ele fez um gol de pênalti no tempo normal e ajudou a levar a decisão para os pênaltis. Nas cobranças decisivas, ele errou sua tentativa, mas pegou dois dos rivais e garantiu o título à sua equipe.

O expressinho do São Paulo e o Grêmio também beliscaram seus títulos na época, mas os brasileiros sobrariam mesmo na segunda fase do torneio, a partir de 2003. Na Recopa que reúne o campeão da Libertadores e da Sul-Americana, os times verde-amarelos tiveram mais chance de brilhar, mas ainda assim penaram.

Dois dos personagens da Recopa desta quarta, por exemplo, sofreram na disputa. Em 2006, o São Paulo perdeu a taça para o Boca em pleno Morumbi. Rogério Ceni, irritado, atirou a medalha de prata para a torcida, em gesto que tornou-se icônico na sua carreira.

Já Tite viveu um mau momento em 2009, quando comandava o Inter. A equipe gaúcha encarou a LDU e levou 4 a 0 no placar agregado, com um 1 a 0 no Beira-Rio e 3 a 0 no Equador. Meses depois, ele seria demitido pelo mau desempenho do time no Campeonato Brasileiro.

Só que a Recopa também traz boas lembranças para um corintiano em especial. Quando ainda era apenas uma promessa, Alexandre Pato foi decisivo pelo Inter na Recopa de 2007, quando o Inter bateu o Pachuca. Hoje reserva no Corinthians, o atacante marcou nos dois jogos e ajudou os gaúchos a levantarem a taça.

Nos últimos anos, o domínio tem sido brasileiro. Em 2011, o Inter passou fácil pelo Independiente, assim como o Santos não teve trabalho com a Universidad do Chile no ano passado. Nesta temporada, o título brasileiro está garantido, resta saber qual rival sairá comemorando do Pacaembu.

Fonte: Uol

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