Quarentões, Dida e Rogério Ceni fazem duelo de “vovôs” no Beira-Rio

Rogerio Ceni e Dida se viram pela primeira vez em 1993. Era semifinal da Copa São Paulo de Futebol Júnior. É muito provável que à época os dois nem soubessem o nome um do outro. Só uma questão de tempo. Naquele dia, o São Paulo eliminou o Vitória e mais adiante sagrou-se campeão do torneio. Mas as trajetórias dos goleiros se cruzaram mais do que eles imaginavam. Campeões do mundo em 2002 com a seleção brasileira, eles voltam a se encontrar nesta quarta-feira, às 22h, em Porto Alegre. Mais experientes, os dois figuram na turma dos quarentões. Ceni segue no Tricolor. E Dida defende as cores do Internacional.

O goleiro do time paulista já chegou à casa dos 41, completados em 22 de janeiro. Por mais que a torcida clame, está irredutível da decisão: vai pendurar as luvas no fim do ano. Levará com ele uma infinidade de recordes usando a camisa tricolor. Nesta noite, chegará ao jogo número 1.157 pelo clube. De quebra, acumula impressionantes 118 gols na carreira – 58 em cobranças de faltas, 59 de pênalti e um com a bola rolando.

O adeus só não aconteceu no ano passado graças ao momento ruim vivido pelo São Paulo. Rogério não queria se aposentar com o time lutando contra o rebaixamento. A mudança de ideia começou no segundo semestre, quando teve uma atuação de gala diante do Universidad Católica, no Chile, pela Copa Sul-Americana. A empolgação, aliada aos pedidos da torcida e de Muricy Ramalho, fizeram o capitão renovar.

montagem - dida x rogério ceni (Foto: Editoria de Arte)Dida e Rogério Ceni: quarentões se reencontram em duelo pelo Campeonato Brasileiro no Beira-Rio

Em 2014, Ceni já alternou bons e maus momentos. Não é o goleiro espetacular de antes, mas também nada deve para os mais jovens. Na quarta passada, fez o pior jogo da temporada, ao falhar nos três gols da derrota para o Bragantino, no Morumbi, pela Copa do Brasil.

Mesmo assim, segue absoluto na vaga, com enorme liderança no elenco e com uma disposição impressionante. Ele esteve em campo em 35 das 38 partidas do Tricolor, perdendo apenas para Ganso, com 36. Foram 37 gols sofridos, cinco marcados.

Após não renovar com o Grêmio, Dida foi anunciado no Beira-Rio ainda em 2013. No Colorado, assinou o sonhado contrato de dois anos, que atravancou a negociação com o rival – terá 42 quando o vínculo acabar (faz aniversário em 7 de outubro).

Sua contratação ocorria para dar solidez ao delicado sistema defensivo da equipe, que sofreu 52 gols no Brasileirão passado e colocou em dúvida a qualidade de Muriel. Ainda na pré-temporada, recebeu elogios do grupo e comissão técnica pela aplicação e desempenho nas atividades. O goleiro, porém, sentiu uma lesão na perna direita que só o permitiu estrear no sétimo jogo do clube em 2014, na derrota por 1 a 0 para o Veranópolis.

O estilo calado, avesso às entrevistas, também se percebe nos treinos. Apesar disso, Dida procura orientar os companheiros. Até o tradicional rachão recebe em algumas ocasiões sua presença. Entrosado no vestiário, comprou um camarote com Rafael Moura, Juan e Alex no remodelado Beira-Rio para dar mais conforto aos familiares.

O goleiro vive seu melhor momento. Está há cinco partidas sem tomar gol pelo Brasileirão. Diante do Ceará, na derrota por 2 a 1 no jogo de ida pela Copa do Brasil, ainda evitou o que poderia ser pior, ao defender o pênalti de Magno Alves. No total, sofreu 19 gols em 28 partidas. O Inter espera que o camisa 1 mantenha a fase e segure os ataques de Ganso, Kaká, Pato e Alan Kardec.

– São duas lendas. Dois caras novos, não (risos). Não será a primeira vez que enfrentarei o Rogério. Tenho uma parceria muito boa com ele. É um orgulho ter dois caras assim, com tanta história na Seleção. Eles são caras vitoriosos. Não falta nada no currículo deles. Só enriquecem o futebol brasileiro – afirmou D’Alessandro.

 

Fonte: Globo Esporte

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