Perfil do elenco e estratégias de Dorival não combinam no São Paulo

Não deu liga. Essa é a análise, até agora, da tentativa de Dorival Júnior de impor seu jogo ofensivo, explorando os lados do campo e a subida de meio-campistas e laterais, com o elenco que o São Paulo montou para a temporada. Na busca de aliar suas convicções táticas com os reforços trazidos pela diretoria, o técnico está longe de agradar e sob intensa pressão no clube.

Quem ouve Dorival apontar evolução nas entrevistas coletivas depois das pouco convincentes apresentações na temporada, certamente, questiona. O fato é que o técnico se baseia no que treina, e é fato que se vê no CT da Barra Funda uma equipe trabalhando para atacar pelas pontas e posicionada para não sofrer gols pelo alto. Mas a derrota para o Ituano, nessa quarta-feira, deixou claro, mais uma vez, como pouco ou nada disso se aplica nos jogos.

O gol que decidiu a vitória por 2 a 1 dos anfitriões em Itu saiu em uma jogada intensamente trabalhada por Dorival, mas saiu tão desajustada que sobrou para o pequeno Cueva tentar, em vão, evitar o cabeceio de Alison. O primeiro gol, originado em bola perdida na frente, teve ainda Bruno Alves não respeitando a linha de impedimento tão praticada nos treinos para ajudar na recomposição.

Mas erros defensivos estão longe de ser uma exclusividade do São Paulo. O principal sintoma de que o que se treina não pode ser aplicado está no ataque. Dorival parece, de alguma forma, se sentir pressionado a escalar Nenê, Diego Souza e Cueva. É claro que nenhum dos três tem a característica de jogar pelos lados como o técnico quer. Contudo, mesmo sem ninguém com o perfil que pediu, ele insiste em tentar fazer, na marra, sua estratégia dar certo.

Nessa quarta-feira, a nova tentativa foi um 4-4-2, com Cueva mais próximo de Diego Souza. Mas o que se viu foi o camisa 9, que se encaixa mais saindo do meio-campo e pouco tem ajudado como centroavante, atuando no setor do campo em que menos contribui: abrindo para os lados. Assim, para aparecer alguém na área, só com a correria de Cueva e Marcos Guilherme.

Nenê se mexeu como pôde para tentar ajudar, mas só auxiliava mesmo na bola parada. Na desorganização, Marcos Guilherme corria para trombar com adversários, porque já vinha desde muito atrás. E Cueva flutuava, pedia a bola, tentando ser uma solução que até conseguiu ser, já que graças aos seus lampejos algo positivo ocorreu em Itu – apesar de ter perdido pênalti no último lance da partida.

No segundo tempo, Dorival apostou em Valdívia e Tréllez nas vagas de Nenê e Diego Souza e conseguiu dar um fator que falta para a sua estratégia: fôlego. Mas ficou longe de mostrar qualquer ajuste suficiente para que a equipe fosse além das jogadas individuais de Cueva para levar real perigo a um Ituano que, até bater o Tricolor, não estava nem na faixa de classificação de seu grupo no Campeonato Paulista. E ainda ficou mais exposto.

Se continuar ganhando o voto de confiança da diretoria, Dorival terá de aceitar, definitivamente, a realidade: ou abre mão de tentar agradar aos dirigentes que pouco o ouviram nos pedidos por reforços, ou percebe que o seu sonho de implantar o estilo ofensivo que o marca é simplesmente impossível de se aplicar com o elenco que tem em mãos no São Paulo.

 

Fonte: Lance

4 comentários em “Perfil do elenco e estratégias de Dorival não combinam no São Paulo

  1. Quem, como eu, participa diariamente deste Site, deve lembrar que, quando da contratação do Diego e depois do Nene, eu afirmei que não poderiam jamais jogar juntos se o Dorival não mudasse seus conceitos e a forma de armar o time. Disse mais; disse que, se ele queria aproveitar os contratados, teria que jogar num 3 5 2, com o Cueva como atacante e dois alas/atacantes, podendo tentar com o Diego centralizado ou, melhor, com o Brener de parceiro do Cueva.
    Continuo com minha opinião. Digo mais: se o time for repetido, corre o risco de não ganhar da Ferrinha e vai ser um vexame total, porque perigará ficarmos de fora das finais do paulistinha!!!

  2. É impressionante pq o Dorival Jr nao consegue dar liga, tudo bem que talvez nao tenha sido o jogador ideal que ele queria para deixar o time mais rapido, agora se ele nao participou das contratacoes nao teve seu aval entao ele nao tem culpa pq ele nao sabe treinar com muitos jogadores medalhoes e lentos, ele sabe sim é treinar garotos e mais nada, agora a pergunta que nao quer calar pq aceitou entao dirigir o sao paulo sabendo que ele nao conseguiria usar garotos mesclados com 2 ou 3 jogadores experientes é muita burrice é pedir para ser mandado embora, pq ja veio de um 2017 pessimo onde o time so nao caiu para segundona pq Hernanes foi contratado e sem ele e sem jogador com essas caracteristicas no elenco nao daria liga.
    Eu no lugar dele na reuniao ja descascava o abacaxi, nao me deram jogador que eu pedi e com o que eu tenho nao consigo montar um time ideal e entao tchau, simples como 2 + 2 =4, agora dizer que montamos o time esse ano, e que nao tiveram pre temporada é tudo balela, quem desses que o sao paulo perdeu teve pre temporada desejada, o santos que ganhou de nos so teve uma contratacao o Gabigol, perdeu seu meia e assim mesmo deu uma aula de como ganhar do nosso time com uma jogada, é de doer. E o que faz o Rai e Ricardo Rocha, vieram para que?
    Se essas contratacoes foram indicadas pelo Rai , Ricardo Rocha algum motivo tiveram pq nao é possivel queimar dinheiro assim sabendo que nao daria certo ou que o DJr nao daria resultado é um tiro no pé.
    Agora cade seu Leco Lero, anda sumido, pq esta escondendo?

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