“O Breno monstro vai voltar”, promete zagueiro, após prisão na Alemanha

O São Paulo apresentou um novo velho conhecido da torcida: Breno, zagueiro de 25 anos. Depois de ficar praticamente três anos preso na Alemanha, onde defendia o Bayern de Munique, o jogador tenta recomeçar a carreira como profissional no Tricolor.

Vestindo a camisa de número 33, a mesma da sua primeira passagem pelo clube, ele fez uma promessa: a de que o “monstro” vai voltar.

– Tudo isso foi um aprendizado. Na vida passamos por situações que servem para aprender. Se aconteceu tudo isso no passado foi parar tirar como provas e pegar as coisas boas. O negativo passou. Posso dizer que o Breno monstro de antes vai voltar – afirmou.

Condenado a três anos e nove meses por ter incendiado sua própria casa, Breno foi libertado antes do tempo por bom comportamento. O ex-zagueiro, que acertou contrato com o São Paulo até outubro, cumpriu dois terços da pena a que foi condenado em 4 de julho de 2012 por incêndio intencional.

Durante a detenção, o defensor admite ter pensado em desistir do futebol, mas reconhece que o São Paulo foi fundamental na sua recuperação. Ele aproveitou, inclusive, para repassar tudo o que ocorreu desde o início.

– Vou resumir: saí para a Alemanha muito jovem, com outra cultura e um idioma muito difícil. Achei que jogaria, mas não foi assim. E nunca fui titular fixo. No Nuremberg tive uma sequência de jogos, mas sofri uma lesão e fiquei 10 meses parado. Depois que voltei, tive de operar novamente o joelho. Fui ficando triste e, no dia do acidente, recebi a notícia que iria operar pela terceira vez. Eu bebi, fiquei inconsciente e acabou acontecendo. Falaram em problema de esposa, mas não existiu. Foi um acidente e um erro meu – disse Breno.

–  Aconteceu, paguei pelo meu erro e quero viver só coisas boas daqui para frente. Passava na cabeça (parar de jogar), mas com meu empresário em contato com o São Paulo fizemos um contrato quando eu estava lá dentro. Isso me deu pensamento positivo para um dia voltar – emendou.

Olhando para trás, o zagueiro reconhece ter se cercado de pessoas ruins, mas agora pensa em retomar a carreira no futebol. Nesse recomeço, ele não liga para possíveis brincadeiras.

– Era garoto e tinha 17 anos quando fui vendido. Queria jogar bola. Meus empresários falaram sobre o Bayern, e que eu iria para jogar. Infelizmente não era aquilo mesmo que aconteceu. Pode ser, sim, que eu tenha ouvido as pessoas erradas, mas passou e preciso apagar. Agora é pensar no presente. Não há medo em voltar a ser o jogador que eu era antes. Não esqueci. Treinei com o time e fui bem. Estou tranquilo. Sobre chacota e brincadeira não vão me entristecer. Podem brincar, mas não vou ficar com raiva de nada – finalizou.

Após o início da pré-temporada no CT da Barra Funda, Breno sentiu uma lesão na coxa esquerda. Agora, o jogador acredita que retornará em alguns meses e espera estar à disposição de Muricy Ramalho para o início do Brasileirão. A última partida como profissional do zagueiro foi no dia 17 de abril de 2011, pelo Bayern de Munique contra o Bayer Leverkusen, ambos da Alemanha.

 

Confira o restante da entrevista coletiva de Breno

Lesão

– Sei do trabalho no Reffis e daqui a pouco estarei no campo novamente. Não fiquei feliz, mas também não estou triste com a lesão, depois de tudo o que passei.

Readaptação

– Eu me reapresentei três dias antes e no dia que o time voltou, não imaginava que iniciaria as atividades com eles. Foi uma surpresa, mas fiquei muito feliz. Infelizmente, tive essa lesão. A readaptação está sendo normal. Não há nada especial. Estou treinando e sei que preciso entrar em forma para voltar ao ritmo dos outros jogadores. Tudo normal.

Retomar a forma de antes e comentários que tem ouvido 

– Ser o jogador que eu era antes não há medo. Não esqueci. Treinei com o time e fui bem. Estou tranquilo. Sobre chacota e brincadeira não vão me entristecer. Podem brincar, mas não vou ficar com raiva de nada.

Detenção

– Esses três anos o mais difícil era ficar lá dentro, longe da família e dos meus filhos. Queria saber como estavam lá fora. E lá dentro não é fácil. Treinava quando dava, porque tinha horários certos de treinamento. Fazia mais na academia. E quando comecei a sair para o Bayern, treinava também com o preparador físico.

Tempo de retorno

– Por mim estaria em campo, mas depende muito da minha condição e dos trabalhos que farei. Tenho de ter cautela. Agora é passo a passo. Não será fácil, mas também não será difícil. Acho que com alguns meses estarei à disposição do professor. Sobre voltar a Europa eu não sei. Vivo o presente, de recomeço no São Paulo, e quero ajudar.

Recepção do elenco e meta para 2015

– A recepção foi sensacional. Todos carinhosos e me trataram bem. Não só jogadores, como toda a comissão. A minha meta é estar o quanto antes à disposição. Imagino que no Brasileiro estarei. Por mim, espero conseguir até antes.

Por que a certeza de que o “monstro” Breno voltará?

– Porque futebol a gente não esquece. Preciso trabalhar a parte física. Meu foco é jogar o que sabia antes, mas agora mais maduro.

Clima na cidade natal

– Fui uma vez a Cruzeiro (SP), por estar muito corrido. Quando saio de casa, vejo uma boa recepção legal das pessoas. Me desejam força e falam “bem-vindo”. Estou feliz por essa recepção boa das pessoas.

Papel do São Paulo em sua recuperação

– Nesse tempo o papel do São Paulo foi muito importante para mim e a minha família. Desde o primeiro dia me apoiaram. Foi uma perspectiva para o futuro. Me ajudaram muito.

Pensou em parar de jogar?

– Passava na cabeça, mas com meu empresário em contato com o São Paulo fizemos um contrato quando eu estava lá dentro. Isso me deu pensamento positivo para um dia voltar.

Renovação

– Quem resolve é o meu empresário. Vai acabar agora e penso, sim, em renovar, mas isso meu agente e a diretoria resolvem.

Fonte: Globo Esporte

Foto: Agência Estado

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