No São Paulo, Dorival tentará repetir faceta de “bombeiro” dos times grandes

Desde que iniciou a carreira de treinador, na Ferroviária, em 2002, Dorival Júnior trabalhou em 19 equipes e conquistou nove títulos. Porém, além dos canecos, o técnico também já mostrou sua capacidade de salvar equipes grandes do rebaixamento. Isso aconteceu com cinco gigantes do futebol brasileiro comandados por ele. E é justamente esse seu lado “bombeiro” que precisará vir à tona a partir de segunda-feira, quando começará a trabalhar no São Paulo.

Da televisão, Dorival, de 55 anos, verá seu time atual em ação contra o Santos, neste domingo, às 19h (de Brasília), na Vila Belmiro, para tentar acabar com o jejum de seis jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. Por questões familiares, o treinador, anunciado na quarta-feira, não pôde iniciar sua trajetória no Tricolor antes. Pintado, membro da comissão técnica permamente do clube, vai dirigir a equipe diante do Peixe, auxiliado pelo técnico do sub-20, André Jardine.

Abaixo, listamos os cinco trabalhos de Dorival que podem ser usados como inspiração para evitar um inédito rebaixamento do São Paulo à Série B.

  • Atlético-MG (2010)

O primeiro grande que Dorival teve de salvar foi o Galo, há sete anos. Anunciado no dia 25 de setembro de 2010, o técnico tinha como missão fazer o clube mineiro reagir. Parecia impossível, pois o time frequentava as últimas colocações desde o início da competição. Após 21 rodadas, o alívio veio com uma vitória sobre o maior rival, o Cruzeiro, por 4 a 3. Depois, com uma derrota, chegou a voltar ao grupo dos piores, mas reagiu imediatamente. Tanto que conseguiu conduzir o Atlético-MG a uma honrosa 13ª posição.

Dorival comanda treino do Galo, primeiro clube grande que livrou da queda (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Dorival comanda treino do Galo, primeiro clube grande que livrou da queda (Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG)

  • Flamengo (2012)

No Brasileirão de 2012, o desafio foi no Rubro-Negro carioca. Anunciado no dia 25 de julho, chegou para substituir Joel Santana, demitido após uma derrota por 1 a 0 para o Cruzeiro. A equipe chegou a ocupar a 15ª colocação na tabela, mas deu a volta por cima e terminou o torneio em 11ª.

– Em 2012, conseguimos ficar nove partidas sem perder na competição. Conseguimos projetar uma outra situação para o ano seguinte, inclusive em relação à montagem do elenco. Sem dúvida, o título da Copa do Brasil (de 2013), que eu já não estava, teve muito a participação desse trabalho, da formação desse grupo – afirmou o treinador, em contato com o GloboEsporte.com.

Dorival Júnior também conseguiu livrar o Flamengo do sufoco (Foto: Maurício Val/Vipcomm)

Dorival Júnior também conseguiu livrar o Flamengo do sufoco (Foto: Maurício Val/Vipcomm)

  • Fluminense (2013)

Na temporada seguinte ao trabalho no Flamengo, Dorival viveu um ano de constrastes. Foi demitido do Vasco e deixou a equipe carioca na zona de rebaixamento do Brasileiro. Em seguida, acabou contratado justamente para salvar outro grande do Rio, o Fluminense. Ele assumiu a equipe no dia 11 de novembro, um dia após a derrota para o Corinthians, que colocou o Tricolor das Laranjeiras no grupo dos piores. Em cinco partidas, Dorival colecionou três vitórias, um empate e uma derrota. Não seria o bastante, porém, para evitar, no campo, a queda. Mas, aí, veio o Caso Héverton, que resultou em perda de pontos da Portuguesa pela escalação irregular do jogador. A Lusa entrou na zona do rebaixamente e o Flu, de Dorival, safou-se.

– Fui contratado para trabalhar em cinco jogos. Segundo o presidente da época e o Rodrigo Caetano (diretor de futebol), precisávamos de nove pontos e conquistamos dez. Com essa campanha e o problema que aconteceu com a Portuguesa, acabamos deixando o Fluminense na Primeira Divisão – recorda-se.

Dorival Junior também teve sorte, além de competência, para salvar o Fluminense em 2013 (Foto: Guito Moreto / O Globo)

Dorival Junior também teve sorte, além de competência, para salvar o Fluminense em 2013 (Foto: Guito Moreto / O Globo)

  • Palmeiras (2014)

Mais um ano se passou e lá estava Dorival Júnior apagando o incêndio de outro grande. Desta vez, a missão foi no Palmeiras, que havia acabado de subir da Série B. Ricardo Gareca foi mandado embora e Dorival pegou o Verdão na 16ª colocação do Campeonato Brasileiro. A equipe oscilou muito, chegou a entrar na zona de rebaixamento e sofreu até a última rodada para escapar, graças a um empate em 1 a 1 com o Atlético-PR, no Pacaembu. Na ocasião, o Santos deu uma bela contribuição ao rival por bater o Vitória, que lutava contra o Verdão.

Dorival Junior contou com a ajuda do Santos para livrar a cara do Palmeiras em 2014 (Foto: Marcos Ribolli)

Dorival Junior contou com a ajuda do Santos para livrar a cara do Palmeiras em 2014 (Foto: Marcos Ribolli)

  • Santos (2015)

De volta ao clube onde vivera os melhores momentos da carreira de treinador, o atual técnico tricolor fez o Santos mudar da água para o vinho, ao ficar com a vaga que era de Marcelo Fernandes. O time já estava havia três rodadas na zona de rebaixamento. Porém, com uma grande reação, chegou a entrar no G-4 com dois meses e meio de trabalho de Dorival. No fim, faltou fôlego e o Peixe acabou o nacional em sétimo – ainda deu tempo de levar o time à final da Copa do Brasil, perdida para o Palmeiras, nos pênaltis.

Dorival Júnior mudou o Santos de patamar na edição de 2015 do nacional (Foto: Marcos Ribolli)

Dorival Júnior mudou o Santos de patamar na edição de 2015 do nacional (Foto: Marcos Ribolli)

Agora em 2017, Dorival Júnior terá de fazer o São Paulo renascer. A equipe parece estar perdida na temporada. Eliminado de três competições (Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana), o Tricolor tenta ganhar do Santos neste domingo para sair do sufoco. Caso contrário, o bombeiro Dorival já estará preparado para mais uma lição de fogo na carreira.

Informações de Santos x São Paulo, pela 12ª rodada do Brasileirão:

Data e horário: domingo, 19h (de Brasília)
Local: Vila Belmiro, em Santos
Santos provável: Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Jean Mota; Renato, Thiago Maia e Lucas Lima; Thiago Ribeiro, Copete e Kayke
Desfalques: Bruno Henrique (dores no pé esquerdo), Vitor Bueno (ruptura de ligamento do joelho), Caju (lesão muscular na panturrilha), Gustavo Henrique e Luiz Felipe (recondicionamento físico após cirurgias no joelho), Zeca (trabalho de reforço muscular depois de lesão muscular) e Ricardo Oliveira (em processo de recondicionamento físico após pneumonia)
Pendurados: Lucas Veríssimo, Victor Ferraz, Lucas Lima, Copete e Bruno Henrique
São Paulo provável: Renan Ribeiro; Araruna (Bruno), Lugano (Arboleda), Rodrigo Caio e Junior Tavares; Jucilei e Petros; Marcinho, Cueva (Lucas Fernandes ou Jonatan Gomez) e Denilson; Lucas Pratto
Desfalques: Denis (tendinite no ombro esquerdo), Maicosuel (trabalho de fortalecimento muscular) e Morato (cirurgia no joelho direito, só volta em 2018)
Pendurados: Cícero, Lugano e Cueva
Arbitragem: Sandro Meira Ricci (Fifa-SC), auxiliado por Emerson Augusto de Carvalho (Ffia-SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa-SP)
Transmissão: Premiere e Premiere HD (com Jota Jr e Wagner Vilaron)

Fonte: Globo Esporte

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