Na raça, São Paulo vira sobre Danúbio e dá grande passo para a classificação

O Danubio, cuja folha salarial equivale a uns dois jogadores médios do São Paulo, foi um rival mais duro do que a equipe brasileira esperava para o compromisso desta quarta-feira, no acanhado estádio Luis Franzini, em Montevidéu. Diante de pouquíssima pressão das arquibancadas e sob um frio intenso na capital uruguaia, o Tricolor por pouco não decepcionou, mas venceu por 2 a 1 com o gol da vitória aos 46 minutos do segundo tempo. Mas como assim? Não era a vida sendo decidida na Libertadores?

Diferentemente do que se diz da escola uruguaia de futebol, o Danubio é um time com bom toque de bola e razoáveis opções ofensivas. Mas como assim? Nada de carrinhos a esmo, provocações e anti-jogo: o rival do São Paulo aplicava velocidade, arrancadas e penetrações com qualidade de seus jovens jogadores. O São Paulo é que começou perdido, distribuindo patadas e sem conseguir criar. A aproximação do meio com o ataque era lenta e a troca de passes defeituosa. Aí não há mistão do outro lado que consiga facilitar as coisas…

Numa saída errada, Rogério Ceni defendeu a melhor chance do Danubio. Em um cruzamento de Michel Bastos na área, Pereyra quase mandou contra as próprias redes, mas Torgnascioli salvou. Eram os próprios times querendo se sabotar, mas como assim? O problema do Tricolor é que eram quatro homens ofensivos contra cinco defensores do Danubio. A conta não batia. E ao mesmo tempo, Souza não se aproximava, tampouco os laterais. E assim o time de Milton Cruz foi levando o primeiro tempo… Você há de se perguntar… mas como assim, né? Com pouca gente para chegar à frente nenhum time consegue dominar um jogo. Simples, não?

O jogo estava tão inexplícável que o Danubio demorou só dois minutos para desetabilizar tudo o que o São Paulo havia programado no intervalo. Após uma cobrança de falta, a bola sobrou no meio da rua para Leandro Sosa, que bateu firme, no meio do gol. Assim, sem jeito, sem muita força, no meio do gol. E gol, com falha de Rogério Ceni. Mas como assim? Depois disso, os uruguaios chutaram de qualquer direção, no mais puro “chuta que ele aceita”.

O problema do São Paulo estava longe de ser falta de talento. Tanto que Michel Bastos abriu espaço na defesa do Danubio para dar sua sétima assistência na temporada, com um cruzamento na segunda trave, onde Pato esperou o quique da bola para cabecear sem chances de defesa. Era só jogar um pouquinho… Ou, como cantava a torcida rival, “pongam huevos que ganamos”, um jeito uruguaio de implorar um tanto de raça. Michel se esforçou, Reinaldo caprichou e Pato quase anotou o segundo.

Depois dali o jogo foi disputado menos na bola e mais nas faltas. Menos na qualidade do jogadores e mais no volume dos gritos. Tudo que o São Paulo devia evitar e por pouco não conseguiu. A salvação surgiu novamente dos pés de Michel Bastos, em cruzamento que parou na cabeça do argentino Centurión. Bola na rede e cumbia do gringo! Um gol épico, de idolatria!

Agora a classificação para as oitavas da Libertadores ficou mais fácil, dependendo apenas de um empate na última rodada, contra o Corinthians, desde que o rival derrote o San Lorenzo nesta noite. Tudo certo? Não porque os argentinos pegam o Danubio e o Tricolor enfrenta o melhor time da fase na rodada final. Era dia de São Paulo. Mas continuará sendo?

FICHA TÉCNICA
DANUBIO (URU) 1 x 2 SÃO PAULO

Local: estádio Luis Franzini, em Montevidéu (Uruguai)
Data/Hora: 15 de abril de 2015, às 22h
Árbitro: José Argote (Venezuela)
Assistentes: Carlos López e Luis Murillo (ambos da Venezuela)
Público/Renda: Não disponíveis

Cartões amarelos: Fornaroli e Gravi (DAN); Dória, Hudson e Reinaldo (SPO)

GOLS: Leandro Sosa, 2’/2ºT (1-0), Alexandre Pato, 15’/2ºT (1-1) e Centurión, 46’/2ºT (1-2)

DANUBIO: Franco Torgnascioli, Cristian Gonzalez, Joaquín Pereyra, Ricca e Formiliano (Ghan, 42’/2ºT); Jorge Gravi, Ignacio Gonzalez, Nicolás Milesi (Viana, 16’/2ºT) e Leandro Sosa; Bruno Fornaroli e Matias Castro (Silvera, 28’/2ºT). Técnico: Leonardo Ramos.

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Paulo Miranda (Centurión, 32’/2ºT), Rafael Toloi, Dória e Reinaldo; Rodrigo Caio (Luis Fabiano, 7’/2ºT), Hudson, Souza, Michel Bastos e Ganso (Lucão, 48’/2ºT); Alexandre Pato. Técnico: Milton Cruz.

 

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