Muricy inicia 2015 e tenta acertar São Paulo mais rápido que em outros anos

A temporada de 2015 será a sexta que o São Paulo começa com Muricy Ramalho no comando nos últimos 10 anos. Quase todas elas terminaram bem, com troféus ou, pelo menos, torcedores felizes, mas tiveram um início atribulado. A missão é fazer um ano novo diferente.

A Libertadores, principal objetivo do clube, principalmente com a possibilidade de um confronto precoce com o rival Corinthians, que ainda precisa passar pelo Once Caldas, da Colômbia, na primeira fase, obrigam técnico e dirigentes a colocarem o Tricolor nos cascos mais rapidamente.

A esperança de que isso aconteça está apoiada nas poucas perdas de 2014 para 2015. Só saiu Kaká. Não que seja pouco, todos lamentam sua ida para o Orlando City, mas acreditam que a estrutura do time, o que foi construído durante o Campeonato Brasileiro, não se perderá.

Ainda por cima, reforços chegaram: os laterais Carlinhos e Bruno, o volante Thiago Mendes e o meia Daniel. Breno, zagueiro que brilhou com Muricy em 2007, voltará a treinar depois de cumprir pena na Alemanha por incendiar sua casa. E o atacante Dudu tem negociação em andamento para se tornar a opção de velocidade que o treinador e Rogério Ceni pedem há meses.

A estreia na temporada será no dia 31 de janeiro ou 1º de fevereiro, dependendo de ajuste na tabela do Paulistão, contra o Penapolense. Na Libertadores, a equipe jogará dia 11 de fevereiro, fora de casa, contra Corinthians ou Once Caldas.

O título do torneio que o São Paulo tanto almeja, e não conquista há 10 anos, é o calcanhar de aquiles da vitoriosa trajetória de Muricy à frente da equipe. Em 2006, na primeira que disputou, chegou à final, mas perdeu para o Internacional. Nas três edições seguintes, equipes brasileiras voltaram a ser algozes: o Grêmio nas oitavas de final, Fluminense e Cruzeiro nas quartas.

Muricy ramalho são paulo treino (Foto: Vipcomm)Em 2006, Mineiro foi um dos destaques do Tricolor de Muricy, vice da Libertadores e campeão brasileiro (Foto: Vipcomm)

O fracasso na competição internacional se deve, também, ao mau começo de ano. Ajustes foram realizados apenas durante a temporada. Isso se repetiu agora, em 2014. Mesmo fora da disputa da Libertadores, alguns dos principais jogadores só foram contratados ou puderam estrear durante o ano: Alan Kardec, Alexandre Pato, Kaká e Michel Bastos.

Por isso, Muricy, escolado, cobra da diretoria velocidade na montagem do grupo. Ele não quer mais ter de adaptar o São Paulo durante o ano. É consenso no Morumbi que é possível fazer um belo primeiro semestre com o atual elenco.

Confira o que deu errado em cada começo de ano do Tricolor com Muricy:

2006 – a equipe fez pré-temporada menor e usou reservas nas primeiras partidas em razão do título mundial em dezembro de 2005. Isso custou o título paulista. Houve ainda problemas judiciais com jogadores como Aloísio e André Dias, sem falar na parada para a Copa do Mundo. Ainda assim, a base campeã do mundo fez bela Libertadores e perdeu só na final.

2007 – Jogadores que seriam fundamentais na conquista do título brasileiro só foram lançados na equipe depois da eliminação precoce na Libertadores, casos de Breno e Hernanes. O atacante Dagoberto também só estreou nas oitavas de final, e no banco. Virou titular no Brasileirão.

muricy ramalho adriano são paulo (Foto: VIPCOMM)Adriano, Muricy Ramalho, Miranda e Richarlyson em treino do São Paulo, no primeiro semestre de 2008 (Foto: VIPCOMM)

 

2008 – A aposta em Adriano, o Imperador, tornou o time dependente dele. O atacante correspondeu. Fez muitos gols e foi o menos culpado pela eliminação diante do Fluminense. O time, porém, coletivamente, só ganhou força depois de sua saída.

2009 – Uma série de contratações erradas, como Wagner Diniz, Renato Silva e Eduardo Costa prejudicou o primeiro semestre. Também não houve paciência com jogadores como Arouca e Washington. A lesão séria de Rogério Ceni deixou a equipe sem liderança. Com tantos problemas e uma atuação desastrosa contra o Cruzeiro, Muricy foi demitido.

Kaka, São Paulo X Figueirense (Foto: Marcos Ribolli)Kaká abraça Muricy em seu último jogo com a camisa do São Paulo (Foto: Marcos Ribolli)

2014 – Juntando os cacos da temporada de 2013, a pior do século para o São Paulo, que quase caiu, a diretoria trouxe reforços importantes, como Souza e Alvaro Pereira, mas o time que embalou no Brasileirão só foi montado durante a Copa do Mundo. Depois da competição de seleções, estrearam Alan Kardec, Kaká e Michel Bastos. Pato não disputou o Paulistão. Hudson só foi “descoberto” no fim do primeiro turno. Resultado: fiascos no Paulistão e na Copa do Brasil.

 

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