Marco refuta ser ‘cala boca’ em guerra política e deixa futuro aberto

O retorno de Marco Aurélio Cunha ao São Paulo foi comemorado pela maior parte dos são-paulinos. Foram diversas manifestações de apoio ao dirigente, que agora volta ao Tricolor como diretor executivo no lugar do tão criticado Gustavo Vieira de Oliveira. Mesmo assim, não foram poucas as pessoas, muitas de dentro do clube, que entenderam a chegada do ex-vereador como uma estratégia do presidente Leco para usar o prestígio de Marco, até então membro da oposição, para controlar a pressão sobre a atual gestão do São Paulo. Coube então ao próprio Marco Aurélio Cunha explicar a situação neste sábado, em sua apresentação oficial.

“Não tem essa de ‘calar a boca’. A oposição está aqui comigo porque tenho inúmeros amigos lá e amigo não trai amigo. Temos de trabalhar juntos pelo São Paulo. É o time entrando em campo. Cada um de nós trabalhando pelo São Paulo. Minha linha pode ser diferente, mas quando sento à mesa, vou ajudar quem está no poder. Isso é colaborar com aquilo que você está fazendo. Não posso admitir alguém torcer para dar errado. Estou aqui para as coisas andarem bem. Temos de fazer a equipe evoluir e o São Paulo ser o que sempre foi. Não é discurso político, é de moralidade. Você tem de andar bem com seus membros, com as pessoas que trabalham ao lado”, disse, adotando um tom firme nas palavras.

E a boa impressão que Marco Aurélio Cunha causa no São Paulo não é restrita apenas a conselheiros e diretores. A maior organizada do clube também aprova e apoia o superintendente à época de Juvenal Juvêncio. Esse é outro ponto relacionado com a contratação do dirigente. Acalmar os ânimos é necessário, principalmente depois da invasão ao CT da Barra Funda que culminou em furtos, depredação e até agressão a alguns atletas. Marco Aurélio então fez questão de dar sua opinião sobre o ato de vandalismo e ressaltou a importância da torcida não manchar a ‘cultura são-paulina’.

Leco apresentou Marco Aurélio Cunha e deixou a sala antes da coletiva do novo dirigente (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)
Leco apresentou Marco Aurélio Cunha e deixou a sala antes da coletiva do novo dirigente (Foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)

“Minha vinda representa muitos são-paulinos, que me pediam o tempo todo em redes sociais, restaurantes, no táxi, em todo lugar que eu ia. Isso me sensibilizou demais. Me comoveu. Agora, o primeiro ponto é o torcedor voltar, voltar comigo, com a presidência. O conselho tem de ser torcedor também. A crítica pode ser democrática, mas não invadir a casa. Nos gabamos por não termos invasões, por nunca sairmos da Série A e somos convidados a sermos comuns com esse tipo de exercício. É um vexame quando a uniformizada invade a sua própria casa. Ninguém gosta de provocar o próprio vexame. A torcida deve pensar muito mais agora antes de fazer um ato como esse”, afirmou.

Já quando questionado sobre a possibilidade de seguir trabalhando na equipe do Morumbi depois do período de três meses acordado com a Confederação Brasileira de Futebol, Marco Aurélio deixou claro que deseja dar sequência ao planejamento que vinha dando suporte na CBF, mas também não descartou seguir no clube do coração.

“Eu não seria liberado. Tenho compromissos com as seleções femininas e tenho ajudado em outros setores. Estou muito comprometido com as mudanças que o futebol brasileiro vem fazendo. Meu compromisso é retornar. Mas nunca pensei na minha carreira direito. Eu não me programa. As coisas vão acontecendo. Nunca me imaginei na CBF, nunca me imaginei vereador e não imaginava voltar nesse momento. A vida é feita dessas boas surpresas. O que vai acontecer depois não faço a menor ideia”, despistou.

 

Fonte: Gazeta Esportiva

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