Nenê é um dos jogadores à disposição de Mancini no São Paulo para o clássico graças, em parte, a atuação do próprio coordenador nos bastidores durante o interesse do Fluminense no camisa 10.

Atendendo a um pedido da diretoria e de André Jardine, Mancini ajudou e conversou com Nenê para mostrar que a melhor decisão era ficar no São Paulo. O papo foi no sentido de expor ao jogador que ele era importante para o Tricolor, independentemente de ser titular ou reserva.

Nenê, inclusive, chegou a usar esse discurso em entrevistas. Depois, o Fluminense contratou Paulo Henrique Ganso, nome descartado internamente no Morumbi, em meio a opiniões divergentes.

No São Paulo, a atuação de Mancini como coordenador é elogiada nos bastidores pela serenidade e participação no dia a dia. Há relatos de respaldo para a antiga comissão técnica (enquanto Jardine tem nova função indefinida, o auxiliar Sandro Forner saiu do clube).

A relação entre Nenê e Mancini, aliás, é de longa data. O técnico tem 52 anos, e Nenê tem 37. Os dois chegaram a jogar juntos pelo Paulista, de Jundiaí, no início dos anos 2000.

– O Nenê é um caso diferente no elenco do São Paulo. Eu joguei com ele no Paulista de Jundiaí, eu com uma idade já avançada. Tenho uma amizade de longa data com ele. O Reinaldo (Chapecoense), Everton (Atlético-PR) e Willian Farias (Vitória) foram meus atletas. O que isso me ajuda? Ajuda porque esses atletas já sabem a minha metodologia de treinamento e o que penso sobre futebol – falou Mancini.

Além de Nenê, Everton, Reinaldo e Willian Farias, Vagner Mancini também treinou Anderson Martins no Vitória e Pablo no Atlético-PR.

Apesar disso, as disputas no time estão abertas e isso não garante vantagem a esses atletas, segundo o interino.

– Autoridade, comando e liderança vem da pessoa. Posso ser coordenador e ter esse comando. O fato do Nenê ser meu amigo, Reinaldo ter sido meu atleta, não credencia eles para serem titulares. O que vale é o que está jogando no momento. Eu sou justo no que faço, falo a verdade para o jogador. Se eu tiver que falar, vou falar. O atleta sabe disso – comentou o técnico.

– Talvez fora não seja visto assim, mas temos um respeito muito grande pelos atletas. O mais correto é ser sincero com o cara. Se o cara não está bem, não tem que jogar. Futebol tem que ser dessa forma. Tem que jogar a equipe que puder render mais para o São Paulo – completou.

Mancini aceitou a condição de virar treinador interino de forma extraordinária para viabilizar a contratação de Cuca, em tratamento cardiológico por mais aproximadamente dois meses.

Antes de assumir a função, inclusive, Mancini conversou com André Jardine para esclarecer a situação. Agora, o antigo treinador está fora do comando, mas foi mantido no clube em novo posicionamento ainda indefinido.

Mais atrás, antes de ser contratado como coordenador, Mancini conversou com membros da Associação Brasileira de Executivos de Futebol (ABEX), treinadores mais próximos e teve o apoio do próprio Jardine para acertar com o São Paulo.

Os diálogos foram para explicar que sua função não teria atribuições de um executivo de futebol e para se posicionar como alguém fora do mercado de treinadores, embora tenha aceitado essa condição no caso específico de Cuca.