Leco retira candidatura e vai apoiar Carlos Miguel Aidar no São Paulo

A eleição para presidente do São Paulo, em abril de 2014, deverá ter apenas dois candidatos. Na última quarta-feira, após uma conversa Juvenal Juvêncio, atual mandatário, o vice Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, abriu mão de concorrer ao cargo. Até então, ele se lançaria à revelia da situação, já que o presidente havia decidido lançar Carlos Miguel Aidar. Leco, que esperava ser o indicado, não aprovou a escolha, mas recuou após um apelo antes da vitória da equipe sobre o Náutico.

Dessa forma, Aidar irá enfrentar Kalil Rocha Abdalla, candidato da oposição que tem apoio de nomes como Marco Aurélio Cunha, ex-superintendente de futebol, dos ex-presidentes José Eduardo Mesquita Pimenta, bicampeão mundial no início dos anos 90, Paulo Amaral, desafeto de Rogério Ceni, e dos ex-jogadores Careca e Darío Pereyra.

A relação entre Juvenal e Leco estava estremecida. O vice havia ficado indignado com a opção por Aidar, e lançou uma candidatura quase independente. Depois disso, o presidente assistiu a três jogos ao seu lado, como de praxe, mas nem sequer lhe dirigiu a palavra.

Paralelamente, Juvenal intensificou o assédio a membros do grupo Participação, do qual Leco é líder, que contém 39 pessoas. O presidente pediu apoio a Aidar, e deu a entender que dificultaria a eleição desses membros ao Conselho, no pleito que vai ocorrer na primeira quinzena de abril. Os que não são vitalícios, e precisam se reeleger, ficaram receosos de se colocarem contra Juvenal.

Como resultado da pressão, o grupo pediu a Leco que retirasse a candidatura. Na quarta, ele foi chamado por Juvenal para uma conversa. Os dois trabalham juntos desde 1984, quando iniciaram suas funções no São Paulo, curiosamente, pelas mãos de Carlos Miguel Aidar, que é mais jovem do que ambos, mas era o presidente na época.

O presidente disse ao vice que estava muito chateado com o racha na situação, e que gostaria de tê-lo ao seu lado. Também o convenceu de que não teria chance de vencer a eleição, e correria um grande risco de ficar fora do clube a partir do próximo mandato. Leco foi vice de futebol, vice geral e diretor de orçamento e controle nos oito anos de mandato de Juvenal, desde 2006.

– Sem deixar de reconhecer minha legitimidade, tomei essa decisão em prol do meu grupo, porque sempre fui um homem de grupo, e também porque acho que será bom para o São Paulo Futebol Clube – disse o vice.

Leco negou que tenha feito qualquer compromisso para ocupar um cargo caso Aidar vença a eleição. A partir de novembro, a situação deverá intensificar sua campanha. E Aidar, Juvenal e Leco voltam a estar do mesmo lado, como foi há 30 anos.

 

Fonte: Globo Esporte

 

Nota do PP: Leco foi pressionado a tomar essa atitude para não perder todos os cargos que detém no clube, principalmente a vice-presidência Social. Esse foi o preço pago para sua desistência, pois Juvenal havia decidido puní-lo caso resistisse com sua candidatura.

3 comentários em “Leco retira candidatura e vai apoiar Carlos Miguel Aidar no São Paulo

  1. Bingo…, era mais ou menos o que eu tinha falado aqui, de que Leco estava junto de Juvenal o tempo todo, mesmo quando propôs continuar candidato depois da definição da situação pelo Aidar. Eu só não esperava que ele retirasse a candidatura tão cedo. Talvez tenha sido forçado por perceberam que a estratégia de manter duas candidaturas estava mais prejudicando do que ajudando a situação (vale lembrar que a estratégia do JJ sempre foi de candidato único na eleição ou, no máximo, duas candidaturas, mas que fossem ambas da situação). Muito provavelmente viram que a candidatura do Dr. Kalil está mais forte do que o previsto.
    Quanto aos candidatos, botava fé no Dr. Kalil, mas ele enfiou os pés pelas mãos ao declarar que gostaria de ver o Morumbi dividido novamente pelas torcidas em clássicos. Será que ele ainda pensa assim depois do jogo de domingo?

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