Homem forte com Juvenal, dirigente deixa gestão Aidar e vê modernização

Uma das mudanças promovidas pelo presidente Carlos Miguel Aidar na nova diretoria do São Paulo afeta João Paulo de Jesus Lopes. O atual vice-presidente administrativo não terá cargo e será substituído por Osvaldo Vieira de Abreu, diretor financeiro nas últimas gestões. Um dos dirigentes mais próximos do ex-presidente Juvenal Juvêncio, inimigo público de Aidar, ele diz que a sua saída não tem ligação com essa briga.

– O presidente deve anunciar algumas mudanças e a minha estará inserida nesse contexto. Eu havia pedido ao Aidar o afastamento há várias semanas por incompatibilidade de horários da minha vida profissional com a função de vice-presidente administrativo. Essa é a única razão. O Aidar me pediu para manter e continuar, mas realmente não tenho como conciliar as duas atividades. Saio definitivamente e deixo de ter qualquer cargo – disse.

De saída do Tricolor, Jesus Lopes cita a contratação do Instituto Áquila como passo importante para a modernização. A empresa faz um estudo do modelo de administração do clube e presta consultoria, apontando defeitos e soluções. Desde o início do trabalho foram identificados erros de gastos desnecessários em vários departamentos. A previsão é de que o processo seja finalizado entre agosto e setembro.

– Participei desse trabalho e é algo que me deixa satisfeito. Com essa consultoria o São Paulo vai se reorganizar administrativamente, para minimizar despesas e otimizar as receitas. O clube ficará mais moderno e os departamentos vão funcionar integrados. A produtividade será maior – afirmou o dirigente, que participava das reuniões com a empresa no Morumbi.

Amigo de Aidar e Juvenal, Jesus Lopes reconhece que a briga dos mandatários não é benéfica ao São Paulo. Ele diz ter conversado com os dois sempre no sentido de acabar com o conflito, mas deixa nas mãos deles a decisão sobre o que fazer a respeito.

Mesmo sem um cargo na direção do Tricolor, o dirigente admite dar opiniões informais a Aidar quando solicitado. A ideia do mandatário é usar a experiência de Jesus Lopes como uma espécie de “consultor da presidência”.

Jesus Lopes ocupa cargos na diretoria do São Paulo desde 2002, com o presidente Marcelo Portugal Gouvêa, falecido em 2008. Nas três gestões de Juvenal ele sempre teve ligação direta com o futebol, hoje administrado por Ataíde Gil Guerreiro, Gustavo Vieira de Oliveira e Rubens Moreno. Após a eleição de Aidar, em abril do ano passado, o dirigente virou vice administrativo e de finanças. Nos últimos dias de seu mandato, inclusive, ele assumiu interinamente a presidência do Tricolor, no período de descanso de Aidar, que retomou as atividades na última segunda-feira.

– Saio sem nenhum aborrecimento pessoal. Respeito os três presidentes com os quais trabalhei. Não tenho nenhuma mágoa, apenas frustrações em relação ao futebol. Tivemos grandes conquistas dentro de campo, além de financeiras e patrimoniais durante esse tempo. Eu me sinto orgulhoso de ter participado disso – finalizou.

 

Fonte: Globo Esporte

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