Hernanes vê “tendência guardiolística” e fala sobre o São Paulo

– Conquiste a massa e nenhum imperador terá poder contra você.

A frase acima usada por Hernanes, do São Paulo, no Seleção SporTV desta quarta-feira, dá uma amostra de como o jogador encarnou a essência de Profeta no programa. A declaração é de Maximus, protagonista do filme Gladiador, inspiração do jogador ao longo da carreira.

Em entrevista ao vivo, Hernanes também disse ver uma “tendência guardiolística”, ao comentar sobre o nível do futebol brasileiro, explicou os problemas físicos no começo da temporada no São Paulo e falou sobre o momento de reserva na equipe do técnico Cuca.

– Não, jamais (sobre continuar sendo reserva). Quero estar sempre em campo desde o início. Esse começo está sendo assim, mas estou completamente apto no aspecto físico e técnico para poder jogar do início. Vai depender da escolha do Cuca.

Com dez pontos em quatro jogos, o São Paulo é um dos líderes do Brasileirão. O Tricolor enfrentará o Bahia, neste domingo, às 11h, no Morumbi, pela quinta rodada.

Problemas físicos e lesões

– Sim, para esclarecer algumas coisas desse aspecto: tive dois meses de férias na China e ia ter dois meses de pré-temporada na China. Na Europa é assim: 45 dias de pré-temporada. Felizmente em dezembro conseguimos um acerto com São Paulo e aí tive cinco dias, após dois meses, cinco dias para me preparar e jogar contra o Frankfurt. O corpo não estava preparado. Senti incômodos, recuperava de um, tinha outro. Não dava tempo. Tinha Paulista, Libertadores… não deu tempo de preparar corpo para a carga de jogos que teria. Mas temos que, de algum jeito, abreviar esse espaço de tempo e voltar rapidamente. Mas o corpo não pensa assim. Precisa de um tempo fisiológico. Acabei tendo vários problemas. Curava de um, compensava em outra parte e me arrastei. Mas agora estou completamente bem fisicamente e trabalhando como posso. Estou bem contente com esse momento que está iniciando.

Nível do futebol brasileiro

– Esse ano estou achando o nível muito bom, porque quando olho para o Brasileirão vejo Palmeiras, Grêmio, Santos jogando um bom futebol, Internacional vem forte, Flamengo, Cruzeiro… o nível do nosso futebol tá bom. Tem uma tendência “guardiolística”, depois do Barcelona da década de 2000 a 2010. Todo mundo quer um pouco imitar o Barcelona. Vejo essa tendência no Brasil de toque de bola, posse. Nossos times estão conseguindo se adaptar a esse tipo de futebol também. Não é um futebol só técnico, mas muito tático. O jogador vai se adaptando a dar menos toques na bola. Isso é uma diferença do Brasil pra fora: lá são dois toques. O drible vem só na parte do ataque perto do gol. No resto são dois toques na bola. Vejo essa tendência aqui no Brasil também. É bom e ao mesmo tempo o jogador tem de adaptar, mas sem perder característica. O Brasil é drible. Tem de evoluir nesse sentido, mas sem perder a essência.

Influência da política do São Paulo no futebol

– Engraçado é que em teoria não deveria afetar o nosso trabalho aqui no CT da Barra Funda. Estamos blindados, viemos, trabalhamos e não teria de ser afetado por nada extracampo. Mas sabemos que, para dar certo… engraçado, ao mesmo tempo que está desconectada, não, está conectada de alguma maneira quântica, não sei como (risos), afeta os resultados. Ou dentro de campo afeta lá fora. É uma dinâmica para ser estudada mais a fundo para compreender esse mistério. É um ciclo. Afeta lá e aqui. Cria uma bola de neve… está num período mais calmo e a tendência é desenvolver o nosso trabalho da melhor maneira. Com os resultados vindo acalma. É uma faca de dois gumes.

Nível atual e relação com Cuca

– Sou um cara consciente, sei que nas melhores condições posso ajudar de maneira mais efetiva. Quando não estou, não é porque fiz no passado que mereço jogar. Tem de provar a cada dia que mereço, em respeito pelos companheiros, garotos e instituição. Estou aqui para servir.

– Quanto ao Cuca, tinha escutado muitas histórias sobre ser nervoso. Continua nervoso, mas tem lidado muito bem conosco, mesmo em momentos… por exemplo, contra o Fortaleza fomos sufocados no primeiro tempo. Sem ficar bravo e gritar, ele conseguiu mexer com nosso brio… Ele de vez em quando dá as suas, o que é normal, mas com um equilíbrio maior talvez.

Fonte: Globo Esporte

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