Hernanes reencontra público e algoz da despedida em retorno ao Morumbi

Ah, se um dos meus cinco chutes tivessem entrado. Se Ricardo Oliveira tivesse cumprido a promessa que fez a Bolívar e feito mais um gol. Se um árbitro tivesse dado mais alguns minutos de acréscimo. Ah, se aquela bola de D’Alessandro não tivesse desviado em Alecsandro e enganado Rogério Ceni…

Essas talvez sejam algumas das lembranças do meia Hernanes quando nesta quinta-feira, a partir das 19h30, subir ao Morumbi novamente para defender o São Paulo. O gol em questão, de Alecsandro, foi o da eliminação na semifinal da Libertadores de 2010, no dia 5 de agosto. Ou seja, por dois dias, não são sete anos exatos. E quis o destino que, apesar de o adversário da vez ser o Coritiba pelo Campeonato Brasileiro e não o Internacional pela Liberta, o mesmo Alecsandro estivesse do outro lado.

O centroavante algoz será titular do Coxa na volta de Hernanes ao Morumbi. De reserva passou a principal esperança de gol com a lesão de Henrique Almeida, jogador formado no São Paulo. É um dos únicos elos da triste despedida do Profeta. O Tricolor mesmo não tem mais resquícios daquele time que ficou a um gol do Mundial de Clubes (como a final foi contra o Chivas do México, quem passasse à final garantiria a vaga). Mas o outro ponto que ligará o camisa 15 é bem mais animador e pode ser o diferencial para Hernanes superar seu antigo carrasco: a torcida.

Com a missão de estar ao lado do time na luta contra o rebaixamento, os são-paulinos compraram quase 50 mil ingressos antecipadamente para a partida desta noite. A expectativa da diretoria é de que o público ultrapasse os 55 mil, recorde da competição que é do próprio São Paulo. Em 2010, 57.113 pessoas pagaram para ver a eliminação diante do Inter e a emocionante despedida de Hernanes, que chorou após a partida.

– Sete anos depois, show de bola. Aquele foi um momento bem marcante. Eu queria muito ganhar a Libertadores. Assisti à final da Libertadores em 2005 no Morumbi, ainda em transição da base para o principal, e vi como o torcedor são-paulino se identifica com a Libertadores. Como não consegui, foi motivo de frustração, e também por estar deixando o São Paulo, clube em que me criei – relembrou Hernanes, em entrevista exclusiva ao LANCE! publicada nesta semana.

Alecsandro lembra com satisfação da despedida de Hernanes. No início do ano passado ele disse:

– Foi o gol mais importante da Libertadores daquele ano. Até hoje todo mundo acha que foi do D’Alessandro. Quando o D’Alessandro bate a falta e eu desvio, é no gol do túnel do Morumbi, e nossos roupeiros e massagistas estavam ali. Eu tinha falado para eles: “Eu vou fazer um gol e vou vir aqui falar com vocês”. Na hora que eu faço o gol, eu já caio no túnel e o D’Alessandro sai para comemorar, então a TV pegou ele comemorando. Tanto que na narração oficial o cara sai falando “D’Alessandro, D’Alessandro, D’Alessandro”. Depois do replay o comentarista é que fala: “Não, não, o gol foi do Alecsandro”. Só que eu nunca apareço na imagem. A câmera atrás do gol é que pega o desvio de calcanhar, bem consciente, diferente do que alguns cornetas dizem. Sorte foi, mas também foi consciente.

Alecsandro calou o Morumbi e fez Hernanes chorar. Nesta quinta-feira, o palco novamente estará todo colorido em vermelho, branco e preto. As vozes estarão ao lado do meia que, sete anos depois, terá um reencontro marcante e uma chance de fazer uma pequena vingança.

 

Fonte: Lance

Um comentário em “Hernanes reencontra público e algoz da despedida em retorno ao Morumbi

  1. Foi uma das eliminações mais tristes do SPFC, porque aquele time merecia ser campeão, assim como em 2000 na final da CP do Brasil frente ao Cruzeiro, dois dias em que quase não dormi e nunca vou esquecer.

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