Empresas pediram que Aidar e ex-vice não negociassem pelo São Paulo

Dirigentes do São Paulo afirmaram ao UOL Esporte que nos últimos meses empresas que tentaram negociar contratos de parceria com o clube pediram, em determinados momentos das negociações, que o ex-vice-presidente de marketing Douglas Schwartzmann e o ex-presidente Carlos Miguel Aidar não se envolvessem nas conversas. Aidar renunciou à presidência na última terça-feira (13), ameaçado de impeachment após denúncias de desvio de dinheiro e lesão ao cofre do clube feitas pelo vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro.

Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, tomou posse como presidente interino do São Paulo após a renúncia de Aidar e falou pela primeira vez no cargo nesta quinta-feira (15). Disse que dará seguimento à apuração de atos lesivos da gestão Aidar ao clube e prometeu cobrar o que foi tirado do clube se houver provas contra os acusados. Neste momento, também, o São Paulo tenta limpar a imagem da instituição, suja nas últimas semanas em meio às suspeitas levantadas e a saída do presidente.

Segundo dirigentes que estavam na diretoria com Aidar, o São Paulo foi procurado nas últimas semanas por empresas que têm contratos de patrocínio com o clube. Não houve cancelamento de nenhum acordo, mas preocupação pelo noticiário que envolvia altos dirigentes em possíveis casos de desvio de dinheiro. O mais grave deles faz referência ao maior contrato de patrocínio do clube: segundo escreve Ataíde Gil Guerreiro em e-mail a Aidar, revelado pelo UOL Esporte, há indicações de que o ex-presidente tentou direcionar comissão do acordo para a empresa de sua namorada, Cinira Maturana da Silva – Aidar confirmaria a tentativa na gravação feita por Gil Guerreiro, segundo descrito no e-mail.

O contrato com a Under Armour causa preocupação dentro do São Paulo porque não se sabe ao certo se houve desvio de dinheiro no caso. A comissão do acordo foi fechada com a Far East Global, empresa de Hong Kong, do empresário norte-americano Jack Banafsheha e teria direito a R$ 18 milhões que jamais recebeu – Leco, ainda como presidente do conselho deliberativo, conseguiu barrar a aprovação do contrato. No entanto, Ataíde Gil Guerreiro afirma ter recebido indícios de que houve comissão repassada à namorada de Aidar.

Também causa estranhamento entre aqueles que faziam parte da diretoria de Aidar que a Far East Global não tenha acionado o clube na Justiça por não ter recebido os R$ 18 milhões aos quais tinha direito. Em reunião de diretoria, segundo dirigentes, o único indício de cobrança da empresa foi um e-mail apresentado pela alta cúpula, que dizia apenas, segundo relato: “Hi, I need money” (Oi, eu preciso de dinheiro). A forma infantil com que o e-mail foi escrito causou suspeitas de dirigentes e funcionários do clube.

No e-mail enviado por Ataíde a Aidar, o vice de futebol afirma que, em conversa gravada, o ex-presidente diz que Douglas Schwartzmann é o “cabeça de uma operação fraudulenta” no caso do contrato com a Far East Global.

Presidente interino, Leco deverá convocar eleição presidencial para o próximo dia 27. Chapas que queiram apresentar candidatura devem oficializar um nome até o próximo dia 22, segundo prazo de cinco dias de antecedência previsto pelo estatuto. Hoje, Leco é o único candidato e tem o apoio da Legião, grupo de Gil Guerreiro, do Clube da Fé, de Marco Aurélio Cunha, dos aliados de Juvenal Juvêncio e de dissidentes dos grupos Movimento São Paulo, de Schwartzmann, e do Vanguarda. Um grupo de ex-aliados de Aidar que conversava para lançar candidato, entre membros do Movimento São Paulo, Vanguarda, Força São Paulo e Participação, perdeu força – os dois últimos afirmam agora que não farão oposição a Leco.

 

Fonte: Uol

Nota do PP: não custa lembrar que o próprio Aidar estava “impressionado” com a volúpia de Douglas Schwartzmann para pedir comissão nos negócios, dizendo que ele tinha perdido a noção do perigo.

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