Em um mês, Osorio vê Tricolor entrar em pane dentro e fora de campo

Dia 1º de junho de 2015. Juan Carlos Osorio é apresentado no CT da Barra Funda como novo técnico do São Paulo. O treinador acreditava ter nas mãos um grupo capaz de brigar pelo título do Brasileirão. Fora das quatro linhas, a diretoria minimizava o atraso no pagamento dos direitos de imagem, que era tratado como algo prestes a ser resolvido. Em um mês, muita coisa mudou para o treinador colombiano. E claramente para pior.

Quando assumiu o cargo, Osorio diz ter sido avisado pela diretoria de que um atleta seria negociado. A realidade, no entanto, é bem diferente. Em um mês, o treinador perdeu quatro peças (Denilson, Paulo Miranda, Rodrigo Caio e Souza). A equipe ainda tenta segurar Dória, cujo contrato de empréstimo chegou ao fim, e pode ficar sem Pato, que está na mira do Lazio,

O treinador, em sua última coletiva, deixou clara a insatisfação.

– Uma coisa que acho importante e vou falar em castelhano para ficar claro. Não falo que mentiram para mim. Mas tampouco me falaram da situação econômica tão delicada do clube. Eu não sabia. É diferente. Não me enganaram, mas também não me disseram. Agora entendo melhor. Mas não pensava que o problema econômico era tão grande e que tínhamos de perder três jogadores ao mesmo tempo. Eu entendia um, mas três é muito difícil. Eu expliquei bem? Estou feliz de estar aqui e continuo motivado. Mas tenho de responder a vocês e aos torcedores, falar com clareza – afirmou o treinador que, naquela altura, ainda contava com Souza.

As dificuldades complicam o dia a dia do gringo. Em alguns treinos, goleiros jogaram improvisados na linha. Contra o Atlético-PR, Osorio não tinha um primeiro volante de origem para escalar, já que Hudson, o único do elenco, estava suspenso. Para ter um zagueiro no banco de reservas, o treinador foi obrigado a relacionar o garoto Lyanco, do time sub-20, que treinava entre os profissionais havia uma semana e entrou durante a partida.

Pior: com a grave crise financeira, a diretoria já avisou que reforços não serão contratados. O São Paulo deve três meses de direitos de imagem aos jogadores e, no dia 10, completará o quarto mês. Só para arrumar essas pendências, o clube precisa desembolsar R$ 11,2 milhões. As vendas de Denilson e Paulo Miranda renderão ao clube a quantia de R$ 13,8 milhões. Só que esse valor não será pago à vista, o que dificulta a vida no clube para arrumar a casa.

A solução dos problemas atenderia pelo nome de Rodrigo Caio. Só que a transferência do meio-campista se tornou um grande incógnita. Ele estava vendido ao Valencia por R$ 44 milhões, mas o clube espanhol quis mudar os termos do negócio acertado. Além disso, o jogador entrou em desacordo com seus empresários sobre o pagamento de luvas e salários.

Na segunda-feira, o Valencia anunciou que havia desistido do jogador. Na terça, ele iniciou negociações com o Atlético de Madrid, que deverá ser o seu próximo clube. Só que ninguém sabe os termos do negócio. Há quem diga que, em vez de ser vendido, ele atuaria por empréstimo de um ano, com valores fixados para uma futura transferência.

No meio de todo esse furacão, está Juan Carlos Osorio, que ainda se adapta ao futebol brasileiro e, em um mês, já tem um terremoto dentro do clube para administrar.

Fonte: Globo Esporte

4 comentários em “Em um mês, Osorio vê Tricolor entrar em pane dentro e fora de campo

  1. Vou insistir no meu ponto de vista: NÃO SE FAZ OMELETE SEM OVO, já dizia Oto Glória na década de 70. O problema do Tricolor é gerencial… Durante as eleições, tanto o ex-Presidente, quanto o atual, lembrando a postura da Presidente Dilma na eleição para a Presidência da República, venderam o clube numa situação confortável, estável e pronto para “decolar”. Na campanha jogaram dinheiro no lixo, pagando shows de Zezé de Camargo, além de garantirem outras benesses, como por exemplo viagens grátis para Conselheiros acompanhando a delegação. Gastos inúteis e que poderiam ser evitados…

  2. Concordo com toda a matéria, mas, durante os jogos, ele precisa mexer melhor no time usando o que tem, e não insistir no Carlinhos (que não joga nada) jogando de meia e sem jogador dentro da área. Se o time precisa ataca, coloque os atacantes que tem e, depois, mostre que não foram suficientes…

    • É o preço da adaptação, meu caro. Contraram-o no meio da temporada para apagar fogo. É óbvio que encontraria problemas no início, e que os resultados poderiam ser questionados.
      Parece-me ser um bom treinador, mas precisa de tempo (o que não estamos acostuamados a dar para os treinadores) para conhecer o clube, jogadores, campeonato.
      Contraram o cara e nem fizeram um “kick-off” sobre o clube, campeonato, etc., já saiu pro jogo. Assim é muito complicado e tem que contrar com muita sorte para dar certo de cara, e ainda com uma adminstração terrível que o clube tem…

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