Efetivado no Santos, ex-interino luta com tampão do São Paulo

As diretorias de Santos e São Paulo tiveram de recorrer a trabalhos de auxiliares técnicos no decorrer do Campeonato Paulista depois das saídas de seus treinadores. Mas o destino dos interinos foi diferente. Se Marcelo Fernandes acabou efetivado no Peixe, Milton Cruz dirige o Tricolor como tampão enquanto o clube ainda tentar contratar Alejandro Sabella.

Neste domingo, a partir das 18h30 (de Brasília), sem a badalação de treinadores renomados, os dois têm a responsabilidade de lutar por uma vaga na decisão, em jogo único na Vila Belmiro.

Funcionário fixo da comissão técnica do São Paulo desde 1997, Milton Cruz vai para seu 29º jogo como interino no clube. Desta vez, o auxiliar está substituindo Muricy Ramalho, que deixou o comando da equipe há duas semanas por pressão de resultados e também por conta de problemas de saúde.

O presidente Carlos Miguel Aidar não descartou uma remota hipótese de até efetivá-lo, mas deixou claro que seu grande objetivo é Alejandro Sabella. O argentino deve dar uma resposta ao São Paulo nos próximos dias. Antes disso, Milton Cruz tenta classificar a equipe para a final do Estadual, animado por ter vencido Portuguesa, Red Bull Brasil e, na Copa Libertadores, o uruguaio Danubio.

“Vencer sempre é bom, porque traz confiança e motivação. Esperamos poder fazer um grande jogo novamente”, declarou o auxiliar, que vinha sendo criticado pela torcida antes de assumir a equipe e se fortaleceu com os resultados. O interino tem o apoio do principal jogador do time. “O Milton trabalha há muito tempo com a gente e está conseguindo mostrar o seu valor”, enalteceu Rogério Ceni.

Apesar de o presidente ter deixado aberta a possibilidade de efetivá-lo caso não haja acerto com Sabella, Milton Cruz espera voltar à função de auxiliar em breve, buscando opções de reforços para o time no mercado.

Montagem sobre fotos de Sergio Barzaghi/Gazeta Press e Fernando Dantas/Gazeta Press

Marcelo Fernandes e Milton Cruz se enfrentarão neste domingo, a partir de 18h30 (de Brasília), na Vila Belmiro

Já Marcelo Fernandes não ficou por muito tempo como temporário no Santos. O ex-auxiliar assumiu a equipe depois da demissão de Enderson Moreira no início de março, quando a diretoria manifestou o interesse por Dorival Júnior e Vagner Mancini. Porém, enquanto a cúpula santista buscava um novo comandante, o interino venceu o Botafogo e ganhou muita confiança ainda ao derrotar o Palmeiras. O resultado positivo no clássico fez os principais jogadores do elenco, como Robinho, defenderem o treinador, que acabou efetivado por Modesto Roma Júnior.

“A questão do clássico com Palmeiras foi um conjunto de coisas. Quatro anos no clube, dez dias e dois jogos, deu para (a diretoria) me analisar à frente da equipe. Chegaram ao denominador. Mas não precisa ser depois de clássico. Tem que estar preparado, porque a oportunidade pode aparecer em clássico ou contra time pequeno”, comentou o treinador de apenas 43 anos, mas que conta com o auxílio de Serginho Chulapa para dirigir o time da Vila Belmiro.

Desde que passou a substituir Enderson Moreira, Marcelo Fernandes comandou o Peixe 11 vezes: conquistou oito vitórias, perdeu em uma oportunidade e empatou duas partidas. Membro da comissão permanente do clube há quatro anos – período em que igualmente chegou a trabalhar com Muricy Ramalho, a propósito -, além de ter atuado no sistema defensivo do Alvinegro na década de 90, ele explica que o ‘segredo’ é não inventar.

“Segredo é trabalho, sem vaidade. Futebol, às vezes, fazer o simples é complicado. Conseguindo fazer, as coisas acontecem naturalmente”, afirmou o comandante, que neste domingo encarará seu primeiro grande teste no novo cargo.

Fonte: Gazeta Esportiv

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