Dirigentes dizem que times do México não participarão da Taça Libertadores

O anúncio oficial do presidente da Liga MX, Enrique Bonilla, deve ser feito até o fim da semana, mas, pelo que os dirigentes de alguns dos principais clubes mexicanos disseram no fim de semana passado, os times do país não aceitaram as mudanças na Taça Libertadores e não participarão da edição de 2017. Em declarações reproduzidas no portal “Mediotiempo”, os presidentes do Pachuca, Jesús Martínez Patiño, e do Tigres, Alejandro Rodríguez, foram bem claros que as novas condições elaboradas pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) não foram aceitas, entre elas, a extensão da disputa até dezembro e a nova distribuição de vagas. Com a manutenção de seus três representantes, sua saída pode significar mais participantes para outros países.

– Pelo que vejo, vamos abrir mão da Libertadores. Acho que Enrique Bonilla anunciará oficialmente. É o que se vê das votações, foi para apoiar o calendário da nossa Liga. Está muito complexa a situação pela questão dos calendários. Nesse aspecto, temos que apoiar todo o projeto da Liga, para não afetá-la – disse Patiño, também integrante do comitê de desenvolvimento esportivo da Liga MX.

O GloboEsporte.com entrou em contato Juan José Kochen, diretor de comunicação da Liga MX, que se limitou a dizer que a decisão oficial ainda será divulgada.

– O dia D será na quinta-feira. Aguardem – declarou Juan.

Presentes na Libertadores desde 1998, os mexicanos participaram do torneio com 18 clubes diferentes ao longo desses 18 anos. Nunca foram campeões, não tinham direito à vaga no Mundial de Clubes nem com título, mas chegaram a três finais, com o Cruz Azul, em 2001, Chivas, em 2010, e Tigres, 2015. O dirigente Alejandro Rodríguez apontou a nova distribuição de vagas como um dos problemas.

– Não se trata se queremos ou não. Acredito que o que estamos buscando é muito claro. Não podemos colocar em questão a Liga MX com as mudanças unilaterais que a Conmebol deseja fazer. Que tenha duas fases de repescagem para as equipes mexicanas, quando há outras ligas sul-americanas que têm seis, sete, oito equipes na Libertadores. Não nos parece correto – afirmou Rodríguez.

ASPECTO ECONÔMICO DA SAÍDA

O presidente do Pachuca disse que apoiava a permanência e lamentou a saída. Chegou até a propor que os times mexicanos disputassem a Taça Libertadores com jogadores de suas divisões de base e os que não participassem de mais de 80% das partidas da Liga MX. Mas não se chegou a um consenso.

– Sair de um torneio internacional tão importante como é a Libertadores, com tanto renome, sempre há prós e contras. Para nós, a maior que fizemos de um zagueiro foi de Mosquera, que viram na Sul-Americana. Fecha-se essa janela, mas estamos abrindo outras. Tomara que seja o menos prejudicial para o futebol mexicano – afirmou Patiño.

Estádio - Tigres x Emelec (Foto: Reprodução / Twitter)Estádio do Tigres lotado em partida da Libertadores de 2015: público tem de sobra (Foto: Reprodução / Twitter)

O aspecto econômico também foi analisado pelo presidente do Tigres.

– As equipes mexicanas têm a oportunidade de levar patrocinadores para a Conmebol muito mais do que as sul-americanas. O que queremos é não ser mais um convidado de segunda. Queremos ser um convidado de primeira, com as condições parelhas. É um torneio muito importante, não deve ser desmerecido. Custaria muito deixá-lo. Mas estamos planejando ter jogos jogos contra equipes grandes sul-americanas. Imaginem um torneio com os grandes da MLS, do Brasil, da Colômbia, da Argentina, como a Copa América, onde se deram conta do grande potencial.

 

Fonte: Globo Esporte

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