Os dois membros da diretoria que são alvos do grupo do presidente Juvenal Juvêncio por simpatizarem com o opositor Marco Aurélio Cunha deixarão seus cargos nos próximos dias. Dorival Decoussau (diretor de comunicação) e Affonso Renato Meira (diretor-secretário geral) não estão mais alinhados com a atual gestão do clube e devem sair antes mesmo de serem demitidos pelo presidente.
A reportagem do LANCE!Net entrou em contato com os dois. Decoussau está repensando sua situação no clube e admite proximidade com Marco Aurélio.
– As ligações que tenho com o Marco Aurélio são muitas. Eu fui monitor da residência médica dele, sou amigo particular de longa data, mesmo fora do São Paulo nos relacionamos sempre. Ele é meu médico, operou meu joelho e cuida de toda a minha família. Vejo com bons olhos esse movimento dele na discussão sobre o futuro do São Paulo. Mas, na minha função de diretor, represento um grupo e represento a diretoria do Juvenal Juvêncio – declarou Decoussau, que não deve ocupar o cargo de diretor de comunicação a partir de segunda.
Affonso Renato Meira já teve uma conversa com Juvenal Juvêncio há cerca de dez dias. Ele deixou claro para o presidente que também é a favor de Cunha, ex-superintendente de futebol, ganhar espaço na política do Morumbi. Meira irá procurar Juvêncio nos próximos dias para ter uma nova conversa (veja mais detalhes abaixo).
A disputa política movimenta o São Paulo de tal forma que um membro da situação chegou a afirmar ontem que Affonso Renato Meira não queria atender à imprensa. Até o fato de Felipão citar o nome de Marco Aurélio Cunha na entrevista coletiva após o triunfo da Seleção Brasileira sobre o Uruguai foi visto como uma vitória pela oposição.
A eleição para presidente do Tricolor acontece em abril de 2014. Marco Aurélio Cunha já se lançou como possível candidato. Juvenal Juvêncio, que não pode mais concorrer ao cargo, ainda não indicou quem será o seu escolhido.
Confira um Bate-Bola com Affonso Renato Meira, diretor-secretário geral do clube
O LANCE!Net publicou que o senhor é um dos próximos a ser demitido pela atual diretoria, já que é visto como aliado de Marco Aurélio Cunha. Quer se manifestar a respeito?
O que eu tinha para falar já falei para o presidente há 15 dias. Eu tenho uma relação muito boa com o Juvenal. Eu fui pessoalmente falar com ele, disse das minhas posições, conversamos por uma hora. Eu fiz as minhas críticas do que entendo que não está correto, assim como enalteci as qualidades da gestão. Estou muito tranquilo, minha posição é conhecida. Eu entendo que chegou o momento do conselheiro Marco Aurélio Cunha presidir o clube. Ou então, ao menos, ter um cargo de importância dentro da diretoria. Acho que as ideias dele são boas. Sou muito próximo ao Marco Aurélio. Sou presidente da Academia de Medicina de São Paulo, ele também é médico e membro.
Existe a possibilidade de deixar o cargo de secretário geral?
Existe a qualquer momento. Isso depende da vontade de duas pessoas: presidente e eu. Se eu não quiser mais continuar no cargo, eu peço ao presidente para sair. Se o presidente não quiser mais que eu continue no cargo, eu saio também.
Neste momento, você tem vontade de permanecer?
Minha vontade é de ir conversar com o presidente nesse momento. Quero conversar novamente. Tenho compromissos e acho que não será possível nestes dias. Depois, tenho de saber se há disponibilidade dele para uma conversa.
Fonte: Lance
É de se notar que o viés político que apoia uma mudança no clube e vê em MAC um provável candidato à Presidência, está ganhando musculatura…na onda de mudanças que varre o país de norte a sul, uma oxigenação na diretoria do Tricolor também seria bem vinda!