Defesa volta a falhar e São Paulo perde do Santos

O tão esperado reencontro entre Neymar e Paulo Henrique Ganso começou com um abraço entre os dois amigos e terminou com a vitória do melhor jogador do Santos. Em jogo recheado por reclamações dos tricolores, o Peixe venceu o São Paulo por 3 a 1, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista.

No primeiro duelo que disputou no estádio desde que se transferiu do Alvinegro Praiano para o clube da capital, Ganso apareceu entre os titulares de Ney Franco e ganhou abraços de Neymar e dos ex-colegas, mas foi vaiado em todos os lances que participou e ainda acabou alvo de moedas atiradas das arquibancadas. Em campo, o jogador teve uma atuação discreta, quase sem pegar na bola no segundo tempo.

Enquanto isso, Neymar liderou o Santos, pois fez as assistências para os dois gols de Miralles, que ganhou a vaga de titular de André. Além disso, o camisa 11 do Peixe ainda sofreu o pênalti e o converteu, no segundo tento do Peixe.

O jogo também ficou quente com a reclamação dos são-paulinos por conta do gol anulado de Luis Fabiano, em um impedimento duvidoso. Sem contar com Rogério Ceni, que foi vetado por dores no ombro esquerdo, o Tricolor descontou em cobrança de falta de Jadson.

Com o resultado positivo, o Santos assumiu a liderança do Campeonato Paulista, com 13 pontos, levando vantagem nos critérios de desempate contra a Ponte Preta. Já o São Paulo, que ouviu a torcida alvinegra gritar ‘olé’ no fim, tem seis.

O jogo: O Santos começou tentando se posicionar mais na frente, mas esbarrou no sistema defensivo visitante. Enquanto isso, Ganso tentou puxar três jogadas e perdeu, com a torcida alvinegra comemorando cada erro. Mas o Tricolor foi o primeiro a chegar. Jadson dominou na intermediária e chutou direto para fora. Pouco depois, o zagueiro Rhodolfo carregou a bola e chutou fraco, de longe, nas mãos de Rafael.

A resposta do Santos saiu aos 13 minutos, quando Cícero arriscou da meia-esquerda e mandou por cima do travessão. Na jogada seguinte, Neymar perdeu a bola para Denilson no meio-campo, e Osvaldo puxou contragolpe pela esquerda, até sofrer falta perto da área, na região em que Rogério Ceni tanto gosta. Porém, sem o goleiro, Luis Fabiano foi para a cobrança e mandou baixo, facilitando para Rafael.

Mesmo sem jogadas de perigo pelo lado alvinegro, os santistas festejaram logo depois, no momento em que Renê Júnior derrubou Ganso no meio-campo. O camisa 8 tricolor teve a chance de responder em campo, aos 17, quando bateu falta da meia-direita, mas carimbou a barreira.

Com Neymar muito bem marcado, o Santos precisou buscar alternativas para chegar à frente, ao mesmo tempo em que apostou em faltas para parar os contra-ataques. Assim, Miralles roubou a bola na intermediária e passou para Montillo, que carregou e bateu. A bola desviou e passou perto da trave.

Aos 20, os visitantes quase abriram o placar. Luis Fabiano recebeu na área, driblou Rafael e se desequilibrou na hora de chutar com o pé esquerdo, mandando para fora. O atacante ainda caiu no gramado, com as mãos na cabeça, sem acreditar na jogada que desperdiçou. Pouco depois, Ganso tentou mandar por cobertura sobre Rafael, que só acompanhou a saída pela linha de fundo.

No fim da etapa, o Peixe melhorou e passou a dar mais trabalho. Montillo lançou na área para Miralles, que apareceu livre nas costas de Cortez e tentou driblar Denis, mas o goleiro segurou. Do outro lado, Jadson pegou a bola pela direita, ignorou Ganso ao seu lado, partiu em diagonal e bateu, para defesa do goleiro.

Com marcação firme em Neymar durante praticamente toda a etapa, o São Paulo percebeu que não pode descuidar do atacante nem por um instante. Aos 38, Guilherme Santos cruzou da esquerda para o craque alvinegro, que dominou no meio da área já ajeitando para Miralles. O argentino, então, ficou livre para bater rasteiro, no canto, fora do alcance do goleiro Denis.

Porém, antes do apito para o intervalo, um lance polêmico esquentou o clássico na Vila Belmiro. Jadson bateu falta para a área e Luis Fabiano completou de cabeça para as redes, mas a assistente Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo assinalou impedimento duvidoso. O atacante reclamou bastante e ainda se irritou até mais na saída do gramado para o intervalo, com as moedas que os santistas jogaram nos visitantes.

Na volta para o segundo tempo, o Santos ampliou em mais uma jogada que gerou reclamação dos tricolores. Neymar partiu em velocidade de longe, em diagonal, e invadiu a área, caindo em disputa com Paulo Miranda. O árbitro Flávio Rodrigues Guerra marcou pênalti e foi bastante contestado pelos são-paulinos.

Sem se importar com a polêmica, Neymar correu para a bola e, ao ver Denis cair para a direita, chutou fraco no lado oposto para fazer o segundo gol. A partir daí, os dribles do principal jogador santista deixavam os visitantes ainda mais irritados. Para tentar mudar o ritmo, Ney Franco abriu sua equipe, tirando Paulo Miranda e Wellington para as entradas de Douglas e Cañete.

Em sua primeira jogada, o meia argentino arrancou e tocou para deixar Luis Fabiano de frente para o gol, mas Herman Brumel Vani marcou impedimento. Pouco depois, o atacante foi flagrado em posição irregular mais uma vez e se irritou, chutando a bola contra a placa de publicidade.

De qualquer forma, as alterações de Ney Franco deixaram o Tricolor mais perigoso. Jadson encarou a marcação pela direita e chutou cruzado, exigindo defesa de Rafael. Logo no lance posterior, Luis Fabiano recebeu, girou na área e finalizou, mas a bola desviou no meio do caminho.

Muricy Ramalho preferiu não mudar para tentar frear o adversário, que passou a dominar. Cañete saiu de frente para o gol e viu Rafael salvar os donos da casa. No entanto, aos 19, o São Paulo foi recompensado por sua insistência. Jadson bateu falta de longe e acertou o ângulo, estufando as redes de Denis, que nada pôde fazer.

Com Paulo Henrique Ganso apagado, sem aparecer para criar e nem esboçando condições de marcar, Cañete chamou a responsabilidade, mas a esperança durou pouco tempo. Aos 25, depois de cobrança de escanteio, Neymar mandou na cabeça de Miralles, que marcou seu segundo gol no jogo e mostrou por que ganhou a vaga de André.

O São Paulo se abalou em campo e, na tentativa de recuperar seu time, Ney Franco colocou Aloísio, aos 32 minutos. O escolhido para sair foi Paulo Henrique Ganso, xingado pelos santistas e ironizando, levantando os braços, como se estivesse agradecendo. O Tricolor não tinha mais forças para reagir, ouviu a torcida santista gritar ‘olé’ e ainda viu Montillo acertar a trave.

 

FICHA TÉCNICA
SANTOS 3 X 1 SÃO PAULO

Local: Estádio Vila Belmiro, em Santos (SP)
Data: 3 de fevereiro de 2013, domingo
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Flávio Rodrigues Guerra (SP)
Assistentes: Herman Brumel Vani e Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo (ambos de SP)
Cartões amarelos: Renê Júnior (Santos). Cañete e Denilson (São Paulo)
Público: 14.283
Renda: R$ 383.960,00
GOLS: SANTOS: Miralles, aos 38 minutos do primeiro tempo e aos 25 do segundo tempo. Neymar, aos 3 minutos do segundo tempo

SANTOS: Rafael; Bruno Peres, Neto, Durval e Guilherme Santos; Arouca (Felipe Anderson), Renê Júnior, Cícero e Montillo; Neymar e Miralles
Técnico: Muricy Ramalho

SÃO PAULO: Denis; Paulo Miranda (Douglas), Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington (Cañete), Denilson, Jadson e Ganso (Aloísio); Osvaldo e Luís Fabiano
Técnico: Ney Franco

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