Com histórias curiosas, Ganso faz um ano de São Paulo na melhor forma

– O Paulo Henrique é tranquilo, brincalhão e dorme bem. Uma vez, acordou no meio da madrugada para falar – definiu Osvaldo, de um modo bem-humorado.

Há exatos 365 dias, Ganso praticamente não dormiu. À 1h da manhã, do dia 21 de setembro de 2012, pegou uma caneta esferográfica, em Santos, e assinou o vínculo de cinco temporadas com o Tricolor. Neste sábado, faz o seu primeiro ano no São Paulo.

Ovacionado pelos tricolores na apresentação e estreia, o tímido jogador apreciador de música gospel foi ávido para se recuperar de uma lesão na coxa esquerda, sofrida ainda no Santos. Seguiu à risca o tratamento, passou o aniversário no Reffis, perdeu a insegurança natural do “novo” para amadurecer e adquirir consciência sobre o seu perfil físico.

No dia a dia, cumprimenta todos os funcionários do CT. Entre os jogadores, até houve uma polêmica bem-humorada para definir quem seria o companheiro de quarto do atleta.

Aos poucos, o ainda acanhado meia foi se soltando e, hoje, não é daqueles que contam piadas, mas sempre está por perto. Se houver espaço para sacanear alguém, não titubeia e zomba do parceiro de elenco. O bom ambiente tem um toque de categoria da personalidade do camisa 8.

Em campo, Ganso está em ascensão. Contratação mais cara da história do clube, demorou a engrenar. No início do ano, foi criticado e perdeu espaço no time. Alternou a titularidade com a reserva e, por muitas vezes, a negociação é posta em xeque. Ouviu broncas e conselhos de técnicos, familiares e dirigentes. Desde a volta da excursão internacional, tem tido chances e está na crescente.

– Tem sido o meu melhor momento aqui em todos os sentidos. Tanto fisicamente quanto tecnicamente, porque já estou mais adaptado ao clube – declarou, sobre a sua fase.

Em evolução, Ganso, que há poucos meses se casou, apaga a primeira vela no Tricolor, desejando a si mesmo voos mais altos pelo São Paulo.

Com a palavra
Osvaldo
Atacante e companheiro de quarto do meia Paulo Henrique Ganso

“Quando ele chegou, eu dividia o quarto com o Jadson, e teve uma polêmica aí, os meninos acabaram me zoando, falando que só mudei porque o Ganso é quem estava chegando. Não foi isso que aconteceu, porque eu já ia largar o quarto mesmo. Não aguentava mais o baixinho do Jadson (risos).

(risos) Ele é muito tranquilo, mais de dar risadas, menos de brincar. Ele é do jeito dele. Ele dormindo, às vezes, acaba falando sozinho. Ele pergunta as coisas e eu fico falando com ele. E, no outro dia, não consegue lembrar que conversou comigo (risos).”

SérgioRocha
Preparador físico do São Paulo

“Ele foi sempre um grande profissional, mesmo quando estava no Reffis. Eu até dizia para ele: “Estou te esperando lá no campo”. Eu sou um pouco chato. Ele sempre dizia que não queria passar por mim (risos).

Ele é um cara que brinca e não aparece na brincadeira, fica dando risada. Ele taca fogo, vai para o lado e fica dando risada. O Ganso vai jogar muito mais, ainda mais com o time em uma crescente.

Nas férias, logo depois que a gente foi campeão na Sul-Americana, eu e minha família fomos para Maceió. No avião, nem sabia, mas o Ganso estava lá também.

Carleto
Lateral do São Paulo e amigo de Ganso desde a base do Santos

A vinda do Ganso para o São Paulo foi boa para ele e para o clube. A gente sabia que o começo dele ia ser complicado, por conta da lesão. Você vê que a evolução dele foi muito grande, até pelos profissionais daqui. Dão assistência porque sabem que ele é especial. Hoje é aquele Ganso que a gente quer ver, é o Ganso que eu conheci. Chegou o Muricy e deu aquilo que ele estava precisando: liberdade.
Nos conhecemos com 13 anos e ele não mudou nada. É um cara sensacional. Na época chamávamos ele de PH. O mesmo PH daquela época é o Ganso de hoje.

Ricardo Sasaki
Fisioterapeuta do São Paulo

Um cara tranquilo, sossegado, muito dedicado. Uma pessoa maravilhosa de grupo, divertido. Se bobear, ele tira uma sarro da sua cara, gosta sempre de sacanear.

O Ganso está entendendo a dificuldade dos problemas que teve com relação às cirurgias. Está mais maduro, porque vai ter de carregar isso pra sempre. Por isso precisa de um estilo de vida diferente, com mais dedicação, chegar antes do treino, ver sempre se a musculatura está forte. Depois de um ano, ele está entendendo como é o clube, confiando nos profissionais. Estamos muito felizes.

A novela da negociação

Primeiro contato
Ciente de que Ganso não mantinha boa relação com o Santos, o São Paulo fez uma sondagem no dia 16 de agosto.

Investida
No dia 21 de agosto, o São Paulo fez a primeira proposta. Ofereceu R$ 11 milhões, recusados pelo Peixe, que queria R$ 23,8 milhões, referentes a 45% dos direitos econômicos do jogador a que tem direito.

‘Seria um prazer’
Ganso disse que seria um prazer jogar no rival, gerando uma nota oficial do Santos condenando as declarações.

Segunda oferta e briga
No dia 30 de agosto, o Santos recusou R$ 12,5 milhões e ameaçou ir à Fifa acusando o rival de aliciamento.

Enfim, final feliz
Após ressalvas, o Santos aceitou a oferta do São Paulo de R$ 23,9 milhões e fechou o acordo no dia 20 de setembro, com Ganso sendo anunciado na madrugada do dia 21 no site oficial do Tricolor. Ele já vestiu a camisa.

Fonte: Lane

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