‘Clube da Fé’ rompe com Aidar e promete vigilância no São Paulo

Os bastidores do São Paulo seguem aquecidos. Nesta quinta-feira, o grupo político “Clube da Fé” voltou a se declarar oficialmente como parte da oposição ao presidente Carlos Miguel Aidar e seus dirigentes. A decisão foi tomada após o “Caso Maidana” servir como estopim de uma série de polêmicas envolvendo a diretoria desde as eleições em abril do ano passado.

O “Clube da Fé” tem entre seus integrantes mais notáveis o conselheiro e ex-superintendente de futebol do Tricolor Marco Aurélio Cunha. Ao lado de outras figuras importantes, como Yves Gandra Martins, o grupo decidiu prestar apoio à situação no início deste ano, após ter sido a maior força oposicionista durante o pleito entre Aidar e Kalil Rocha Abdalla.

Ao mesmo tempo em que o apoio foi declarado, integrantes do grupo acabaram nomeados para cargos na diretoria, como Eduardo Alfano (relações internacionais) e Dorival Decoussau (institucional). Os dois seguem na cúpula ao lado de Aidar e não  fazem parte do movimento de ruptura com a situação – os novos rumos do “Clube da Fé” serão discutidos em reunião na próxima semana.

– Decidimos apoiar no início do ano, mas foi um apoio de confiança apenas. Estávamos confortáveis com dois integrantes na diretoria, pois podíamos fiscalizar e respeitar as decisões. Eles saíram do grupo e haviam divergências. Agora a maioria entende que precisamos manter uma distância da diretoria. Queremos ser oposição de verdade. Sem atrapalhar, mas sem concordar com o que está acontecendo – ponderou Marco Aurélio Cunha, que prosseguiu:

– Essa decisão de ruptura é pelo conjunto da obra, por tudo o que tem acontecido e por coisas que não estão caminhando da forma que uma gestão boa e transparente deveria ser. O caso do garoto (Iago Maidana) é inexplicável e inaceitável. E as explicações dadas até agora não bastam – finalizou.

Maidana chegou ao São Paulo por R$ 2,4 milhões, dois dias após o Monte Cristo (GO) tirá-lo do Criciúma por R$ 800 mil graças ao investimento da empresa Itaquerão Soccer. A prática é considerada ilegal pela Fifa desde maio deste ano e pode implicar em punições às quatro partes envolvidas nas negociações. Na última segunda-feira, durante reunião do conselho deliberativo, o caso foi tachado de “batom na cueca” pelo empresário e opositor Abílio Diniz.

Leia a íntegra da carta

“Como em qualquer organização de caráter político, nem sempre os interesses pessoais, institucionais e ideológicos convergem na mesma direção. Muitas vezes, a paixão pelo clube e pelo esporte nos conduz a visões diferentes sobre os destinos e o futuro da instituição.

Com o Clube da Fé não é diferente.

Nos últimos tempos tivemos uma atuação coerente segundo o princípio maior que nos norteia que é o de colaborar para que o São Paulo Futebol Clube se torne cada vez mais forte através do profissionalismo, democracia e transparência. Foi com esse propósito que passamos a apoiar a atual gestão da qual fomos oposição nas últimas eleições.

Como em todo agrupamento democrático, a decisão de apoiar se deu através do voto dos seus membros e a maioria entendeu que seria importante no momento pós-eleição o apoio ao que entendíamos que seria o início de uma mudança necessária para a instituição tendo como referência no discurso do presidente eleito a firmeza de que as pautas que tínhamos como oposição seriam efetivadas.

O tempo, mais uma vez mostrando ser o senhor da razão, nos provou que não foi feita a melhor opção. Reconhecemos que algumas mudanças pontuais e necessárias foram realizadas, mas estão muito longe das efetivas necessidades do Tricolor, sobretudo no que tange a transparência.

Depois de estar nas diretorias de relações institucionais e de relações internacionais e diante de claras divergências tanto com a atual gestão como internamente no Clube da Fé chegamos a uma situação que terminou por levar, recentemente, à saída de membros do grupo que desejavam contribuir com o São Paulo Futebol Clube através da participação direta nas citadas diretorias, ao passo que outros desejavam ajudar o Tricolor de outra forma. Lamentamos a cisão. Mas a vida segue. E desejamos aos amigos boa sorte e sucesso na árdua tarefa de recolocar nosso Tricolor no lugar que merece.

Acreditamos que o Clube da Fé pode oferecer apoio a esse esforço ao adotar uma posição eqüidistante, responsável e a favor do São Paulo Futebol Clube. Nem fazendo oposição cerrada, raivosa, cega e, portanto, insensata, nem aderindo a essa gestão e, conseqüentemente, obrigando o Grupo à lógica do apoio incondicional.
Cremos que o distanciamento é necessário para termos a liberdade de exercer a crítica com clareza e responsabilidade. E quando em caso de apoio, sem os vícios da subordinação.

O Clube da Fé segue adiante capitaneado por Sãopaulinos de escol como os conselheiros vitalícios Paulo Planet Buarque, Ives Gandra da Silva Martins, Enio Minhoto, Aurisol Sabino de Souza, Sidney Costa Gonçalves, Eduardo Monteiro, Marco Aurélio Cunha, José Roberto Ópice Blum e Ricardo Haddad, entre outros. E uma legião de militantes apaixonados e dedicados à construção de um São Paulo campeão.

Vamos em frente, com fé!

Viva o São Paulo Futebol Clube!”

 

8 comentários em “‘Clube da Fé’ rompe com Aidar e promete vigilância no São Paulo

  1. Noticia urgente:

    Osório não é mais o treinador do são Paulo ele escolheu a seleção mexicana infelizmente

    Muricy ramalho aceitou comanda são Paulo ele será apresentado segunda feira

    abraços a todos os soberanos

  2. Já era para terem feito isso a MUITO tempo, só agora que o clube está falido, com uma divida monstruosa e com o ambiente totalmente estragado vem romper com o Aidar? esses caras são cheios de desculpas mesmo… bom, antes tarde do que nunca.

  3. Nomes respeitáveis, mas as coisas não vão bem a 4 mandatos, numa crescente, tanto que existe temeridade por uma auditoria mais ampla, muitos casos foram destruindo a estrutura e agora resolvem aparecer.
    Isto para mim não impressiona, muito pelo contrário, me parece que a ideia é ficar fora do foco numa possível deposição do presidente, como quem diz não estamos mais juntos, o jogo de quem fica sobre o muro.
    Os sócios verdadeiramente são paulinos que não se deixem enganar por quem a muito vem sendo passivo ou conivente, e percam o medo das retaliações para não ficarem reféns de quem tem interesses particulares ou que não estão se preocupando com o destino do time.
    Creio que os simples torcedores que estão fora dos meandros e de outros interesses, a não ser o futebol, é que na medida do possível e deste espaço continuarão a fazer críticas no sentido de ver um dia nosso tricolor voltar ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
    Obrigado Paulo Pontes

  4. Quanto mais oposição, melhor. Mas convenhamos que essa chapa tem mais múmia que o Museu do Cairo! A média de idade deve ser de 70 anos.
    Vai bem de renovação o clube, viu…

    • São nomes respeitáveis, alguns cardeais. Mas saiba que o Clube da Fé é tido no São Paulo como o PMDB. Portanto, pouco confiável. Basta lembrar que foi oposição na eleição, virou situação e agora voltou a ser oposição.

  5. O MAC me deixou preocupado quando abandonou tudo para trabalhar na CBF com aqueles diretores, no mínimo, muito mais enrolados que os do SP. Pesa, também, para o grupo, o candidato derrotado pelo vAidar. Enfim, precisamos experimentar novos rumos…

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