“Um dia que era para ser feliz e foi triste”. Foram essas as palavras usadas por Rogério Ceni para definir a quarta-feira. O goleiro chegou ao salão nobre do Morumbi por volta das 19h30 para velar Juvenal Juvêncio, ex-presidente do clube e vítima de câncer de próstata. Ceni tinha uma festa marcada com os funcionários do Tricolor no CT da Barra Funda, mas cancelou o evento pela manhã.

– Assim que cheguei ao CT, recebi a notícia e cancelei. Triste. Era a minha despedida com os funcionários. Minha total admiração por ele como presidente. Dos últimos 25 anos de clube, ele é o cara mais empreendedor frente ao São Paulo. Acho que a gente só tem a agradecer, um presidente na acepção da palavra. Um cara que defendeu as cores, os interesses do São Paulo perante a qualquer coisa – disse Ceni, logo após deixar o velório.

Não foi apenas Ceni que passou pelo Morumbi para dar adeus a Juvenal Juvêncio. Luis Fabiano chegou um pouco mais cedo e se emocionou bastante ao falar sobre o amigo. Milton Cruz chegou ao local acompanhado da esposa por volta das 20h. Já o presidente do Tricolor, Leco, apareceu mais cedo.

– Juvenal tinha carinho pelo Luis, ele mesmo fala que se pareciam muito. O que levo é o modo como me tratou como atleta do São Paulo, pedia minha opinião. E eu o confrontava, e a maioria das pessoas não fazia. E ele brincava, “não Rogério”, com aquela voz dele. Foi um aprendizado na parte administrativa muito legal para mim – completou Ceni, que fez questão de lembrar outro nome.

– Ele vai ao céu ao lado de um cara espetacular que foi Marcelo Portugal Gouvêa,  sem esses dois acredito que a história do São Paulo não seria tão vitoriosa como é. Eu costumo falar que é assim que funciona, o seu legado você deixa conquistando títulos e depois pendurando quadro na parede. A pessoa se vai, mas o que ela fez permanece – finalizou.

Gouvêa venceu a eleição para presidência do São Paulo em abril de 2002 e participou ativamente junto com Juvenal de feitos importantes no clube, como conseguir a concessão para usar o local onde hoje é o CT da Barra Funda. Para Ceni, Juvenal foi ousado ao construir o CT de Cotia.

Juvenal Juvêncio será enterrado nesta quinta-feira, no Cemitério do Morumbi. Até lá, seu corpo permanece no estádio. O jogo de despedida de Rogério Ceni acontece nesta sexta-feira, às 21h, no estádio e terá um minuto de silêncio em homenagem ao ex-presidente.

Fonte: Lance