Bauza quer levar Ganso para Seleção e torceu para tricolor na Libertadores-92

Comandante do São Paulo, o técnico Edgardo Bauza quer levar Paulo Henrique Ganso de volta à seleção e revelou ter torcido muito para o tricolor na Libertadores de 1992. O argentino evitou comparar Messi, Maradona e Pelé e disse que vai dedicar muitas horas para arrumar o sistema defensivo são-paulino. Fã do trabalho de Telê Santana e consciente das dificuldades que virão na Libertadores, ele falou desses e de muitos outros assuntos na entrevista ao Esporte Espetacular.

Apelidado de “El Patón” por conta do tamanho de seus pés, Bauza foi um zagueiro competente que começou sua carreira no Rosário Central, clube do seu coração. Depois passou pelo colombiano Junior de Barranquila e voltou à Argentina para defender as cores do Independiente, encerrando a carreira jogando no Vera Cruz do México.

Defensor alto e bom cabeceador, marcou 108 gols na carreira e foi duas vezes campeão argentino. Jogou três partidas pela seleção argentina (foi à Copa de 90 mas não jogou). Ao se aposentar, virou técnico e já soma títulos importantes: campeão equatoriano, peruano e bi da Libertadores: LDU-2008 e San Lorenzo-2014. Leia abaixo a íntegra da entrevista.

01

PÉ-GRANDE E APELIDO

MAURO NAVES – Seu Bauza, vamos começar falando sobre esse seu apelido que há muito tempo, desde criança é mais conhecido por Patón do que por Bauza?

EDGARDO BAUZA – Sim, tenho um irmão mais velho que eu quatro anos. E onde morávamos era “Patón Grand”, meu irmão, e “Patón Chico” era eu… Depois quando comecei a jogar futebol, e todos adotaram o nome “Patón”, a torcida, os jornais… todos. Meu nome é Edgardo Bauza, mas todo mundo me chama de Patón.

MN – Não à toa por causa do número 46 pra esse pé? Isso foi um problema no início ou não?

EB – No início foi um problema, quando jogava no juvenil. Antes não havia como se consegue agora todos os tamanhos de tênis e chuteira. Antes não havia.

Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)

MN – Como fazia? Importava, jogava descalço?

EB – Bom, a principio, uma fábrica me fazia sob medida, quando tinha 15 anos, e quando comecei a jogar profissionalmente, na primeira, 19 anos, a marca das minhas chuteiras me importava da Alemanha. Eles me traziam, então me dava a possibilidade. Depois de grande, com 24 ou 25 anos quando já jogava Copa Libertadores e íamos a outros países, aí conseguíamos. Se não era muito difícil de conseguir.

02

CARREIRA PROFISSIONAL

MN – Quantos anos como jogador profissional?

EB – Estreei em 1977 no Rosário Central e joguei até o 1991. Quase 16 anos, mas deixei o futebol e comecei a treinar as categorias de base em Rosário Central, eu parei de jogar no Vera Cruz, México, e quando voltei a minha cidade de Rosário, o clube em que joguei toda minha vida, me nomeou coordenador de “divisões menores”, e estive de 92 à 98 como coordenador geral de “divisões menores”. Em 98 fui nomeado técnico da equipe principal.

MN – Como jogador de futebol qual é sua lembrança mais agradável, e a mais desagradável?

EB – Cada partida que eu perdia, para mim, era muito triste. Acho que me marquei nesse esporte pela minha ambição de ganhar, de querer ganhar, de não aceitar perder e cada partida que eu perdia, pra mim, era terrível. E talvez a maior alegria tenha sido em 1980 quando fui campeão nacional com o Rosário Central, e eu era torcedor fanático do Rosário Central. Já fazia dois anos que eu era titular e fomos campeões. Foi minha primeira grande alegria, minha primeira grande alegria. É a que me recordo agora.

Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)

MN – Teve grandes alegrias que só os atacantes costumam ter. É o quarto maior zagueiro-artilheiro da história com 108 gols. Qual é o gol inesquecível da sua vida?

EB – Bom, os que mais me lembro são os que fiz contra o Newell’s. Há aí uma rivalidade em nossa cidade contra a outra equipe da nossa cidade, que é o Newell’s Old Boys, no qual eu sou o goleador máximo. Fiz nove gols neles. Cada gol que saía, festejávamos muito mais, mas bem, era outra época. Era uma época onde todos os zagueiros faziam gols, porque o jogo era um pouco mais lento. Eu cortava uma bola aqui no meio do campo, abria para a direita e ainda me dava a possibilidade de chegar à área para esperar o cruzamento. Hoje com a velocidade que se joga já não dá mais.

MN – Qual era seu principal mérito: altura ou posicionamento?

EB – As duas coisas. Era muito agressivo dentro da área na hora de cabecear. Tenho mais de 50 pontos na cabeça por causa de golpes. Não havia fair play antes.

MN – E nem replay, nem câmeras para registrar!

EB – Não, não, não havia nada.

MN – Batia-se à vontade?

EB – Sim, sim.

MN – Mas lá trás você também era um zagueiro maldoso ou não?

EB – Igual, igual! Era tudo igual.

MN – Você batia, você apanhava.

EB – Sim, era igual para todos.

03

SELEÇÃO E MARADONA

MN – Foi uma frustração muito grande ter ido à Copa de 90 e não ter jogado?

EB – Se eu merecesse jogar, se eu tivesse tido um momento e não pude, mas… ter estado ali, para mim, foi bom, porque eu estive pré-selecionado para o Mundial de 1982 e fiquei de fora, e em 86, Billardo me faz voltar à Argentina para ver se eu chegava bem e ver se me levava pro México, mas também fiquei de fora. Já em 90, estava mais velho com 32 anos, eu pensei que…

MN – Que nem iria mais?

EB – Pensei que nem iria. E um dia Billardo me ligou por telefone e me disse com essas palavras: “Bauza, tem 1% de possibilidade de entrar na lista. Nós vamos à Itália, quer vir?” E eu respondi: “Bom, se tenho 1%, eu vou”. E fui com a minha mochila e tive a oportunidade de ficar com eles, então, bem, tive a oportunidade de viver um mundial por dentro e foi para mim uma alegria enorme para coroar minha carreira futebolística e poder estar em um mundial.

MN – O senhor chegou a se tornar um amigo do Maradona ou o senhor batia muito nele no treino e ele não gosta nem de ouvir falar no senhor?

EB – Não, não! Não tocava nele!

Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)

MN – Intocável!

EB – Mas eu digo que tenho a sorte de conhecê-lo desde pequeno. Nós fomos juntos a um torneio juvenil em 76. Um torneio juvenil que se jogou em Venezuela. Desde essa época eu o conheço. E depois voltamos a nos enfrentar quando jogava no Argentino Juniors, no Boca, mas não havia possibilidade de pegá-lo. Quando cercávamos, a bola já não estava mais! Depois tive a sorte de tê-lo como companheiro e poder, bem, aproveitar todas as suas virtudes. São jogadores diferentes. Eu creio que na história do futebol há 10, 20 jogadores que foram diferentes. Cada um em sua época, cada um de maneiras diferentes, mas que marcaram época.

MN – Aqui no Brasil sempre se questiona: Pelé ou Maradona? O senhor chegou a ver o Pelé também?

EB – Sim, sim! Eu estive no Brasil em 70 e pude vê-lo. Depois não tive a oportunidade de vê-lo jogar alguma partida aqui porque não havia a televisão de hoje. Mas é a mesma comparação que estão fazendo na Argentina com Messi. Messi ou Maradona? Não se pode compará-los! São épocas diferentes! Momentos diferentes. Treinava-se diferente, os regulamentos. As faltas que sofreram Pelé e Maradona, Messi não recebeu! Jogava-se diferente. Eu digo que foram jogadores de outra categoria, de outro nível, em seu momento, e que se tivessem jogados juntos, talvez pudéssemos compará-los, mas assim é impossível.

MN – Mas podemos imaginar que o Messi jogaria antes como o Maradona jogaria hoje porque são diferenciados

EB – Totalmente! Como Pelé, como Di Stéfano, como Leônidas. São jogadores em qualquer época.

04

FUTEBOL SUL-AMERICANO

MN – Onde está o melhor futebol da América Latina no momento? O Chile acabou de ganhar a Copa América, se fala muito no futebol do Chile. O Brasil reformulando, a Argentina vice-campeã do Mundo. Onde está o melhor futebol?

EB – Também é muito difícil de colocar alguma equipe ou algum país como melhor porque, veja, uma coisa é falar a nível de seleção.

MN – e outra de clube…

EB – Claro. Porque nível de seleção é 80% ou 90% dos selecionados estão na Europa. O Chile foi campeão da Copa América, e a nível de clube foi campeão da Sul-Americana com La U, que para mim bate de frente com a Liga de Quito, que perdemos na final, mas na Libertadores há quanto tempo um time chileno não é campeão? É difícil… Eu acho que Argentina e Brasil por uma questão de história futebolística, eu acho que têm mais possibilidade de poder formar equipes melhores. Mas dizer que determinada seleção está melhor é difícil. Também tem a ver com as possibilidades econômicas. Brasil nos últimos seis ou sete anos repatriou jogadores extraordinários, e agora eles estão indo de novo. A Argentina passou por algo mais ou menos igual. Agora está podendo manter (jogadores) e isso também tem muito a ver.

MN – A gente vai ter uma ideia muito boa talvez nessa Taça Libertadores. Deveremos ter uma  competição com bons clubes e muita dificuldade.

EB – Vamos ver uma Taça Libertadores muito disputada, muito difícil e, conforme a Copa for progredindo, aí vamos ver como estão, porque antes de começar eu creio que terão oito a dez equipes candidatas. E aí depois que a Copa avançar mais, aí sim teremos uma ideia melhor.

05

DEFESA DO SÃO PAULO

MN – Eu já reparei em duas entrevistas que assisti que o senhor fala sempre em montar um time competitivo. Eu imagino que todo técnico queira ter um time competitivo, então o que é ter um time competitivo? O que o senhor tem que chegar num time que talvez seja mais técnico que competitivo, o São Paulo, e dizer “não me serve. Eu quero mais competição do que técnica”.

EB – Quando falo de uma equipe competitiva, falo de uma equipe que defenda bem e que ataque bem. Que seja uma equipe sólida quando atacada, e que seja uma equipe contundente quando ataca.

MN – Equilibrada?

EB – Sim, bem, o equilíbrio… Isso transforma em uma equipe competitiva. Se uma equipe é frágil para defender é impossível de ganhar algo… Impossível. Porque aí dizem “não, mas é uma equipe com um ataque muito perigoso”, mas hoje, se a equipe se defende muito bem, ela pode ganhar… O que pretendo é que São Paulo não sofra 47 gols como sofreu no último campeonato. Se não corrigirmos isso, é impossível que possamos ganhar algo.

Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)

MN – se não me engano 73 gols no ano…

EB – Sim, no ano… É muitíssimo. Mas vamos melhorar isso com certeza, mas para transformá-lo em um time competitivo teremos que dobrar (a melhora da zaga) e que ataque bem também. Estamos fazendo um processo… a palavra seria crescimento. Ainda não estamos no melhor momento.

MN – Está começando agora?

EB – Exato, mas estamos nesse processo.

MN – O senhor tem dois títulos da Libertadores. Quando começou o trabalho, LDU e San Lorenzo tinham alguma semelhança com o São Paulo de hoje?

EB – Não, eram diferentes, quando cheguei à LDU era um time que se desmontou e tive de armar um time novo. Quando ganhamos a Libertadores já tínhamos um ano e meio de trabalho no Equador. Já quando cheguei ao San Lorenzo cheguei a uma equipe campeã, que tinha problemas defensivos, mas tinha acabado de ser campeã. Aqui cheguei a uma equipe que terminou em quarto no último torneio no último minuto, e que classificou no último minuto. Uma equipe que com a história tão rica que tem faz três anos que não ganha nada, então isso é uma pressão que me motiva muito. Além disso, temos alguns problemas de futebol que estou trabalhando para começar a solucionar, porque precisamos. Pela história, temos de brigar por títulos, para isso, precisamos ter um time competitivo. Estamos nesse processo.

06

LEGADO DE OSÓRIO E GANSO

MN – O Osorio te deixou legados ou problemas?

EB – Tenho claro na minha cabeça que no futebol ninguém tem a verdade. Ocasionalmente que a gente ganha, mas já ganharam de todas as formas. O trabalho do Osorio aqui foi bom, apesar de alguns resultados. O que temos é uma maneira distinta de pensar o jogo, de montar uma equipe, mas nós dois buscamos o mesmo. Então, o que tentamos fazer nessas quatro semanas que estamos trabalhando. É dar ordem ao time, para que, partindo dessa organização nos transformemos em uma boa equipe. Acho que tive uma boa recepção por parte dos atletas e até agora o trabalho que fizemos me deixou satisfeito, mas vamos ver dentro do campo, para poder tirar conclusões.

MN – Há cinco anos o Ganso não joga aquilo que apareceu jogando. De que forma vai aproveitá-lo?

EB – Sim, já o conhecia e concordo com você pelas coisas que você fala pelas condições, mas vai depender pura e exclusivamente dele. Pela nossa parte, vai ter uma exigência permanente e vamos exigir para que ele possa se transformar no número 10 da seleção. Mas se ele não quiser, isso não vai acontecer. Da nossa parte, o que ele vai ter é todos os dias uma exigência para poder elevar seu jogo, porque as condições ele tem de sobra, mas tem que demonstrar no campo.

Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)Edgardo Bauza São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)

MN – Falta gana, talvez?

EB – Não, não creio, Eu propus a ele, falei que iríamos ajudá-lo para que ele voltasse para seleção e estamos com esse desejo, mas agora ele tem que demonstrar em campo, vamos ver o tipo de jogo que ele vai fazer amanhã, analisá-lo… (Ganso fez o gol no empate do São Paulo contra o RB Brasil na estreia do Paulistão)  

MN – E posicionamento, já decidiu onde ele vai jogar?

EB – Sim, vai jogar no lugar onde ele melhor pode render.

MN – O idioma atrapalha muito ou todo mundo entende espanhol no São Paulo?

EB – Se falamos devagar, tanto os atletas como eu, nos entendemos. Tem algumas palavras que estou aprendendo. Estou preocupado em aprender um pouco mais o português para me comunicar melhor com os jogadores, mas falando devagar eles me entendem. E sempre pergunto se eles me entenderam quando termino de falar. Alguns que já viajaram me entendem um pouco melhor, como Ganso e Michel Bastos.

MN – O senhor acha que jogador brasileiro fala pouco dentro do campo?

EB – Sim. Esse é um problema, porque a comunicação ajuda, e muito, tenho cobrado para que eles aumentem essa comunicação. Falei com Caio e com Breno para que falem, e com Denis também, vamos ver se eles falem um pouco mais.

07

ELOGIOS PARA TELÊ

MN – O senhor lembra do trabalho do Telê Santana, que virou um mito para os são-paulinos?

EB – Claro. Todo mundo sabe quem ele foi. Tomara que eu consiga conquistar coisas como ele conseguiu, mas eu não me sinto identificado com um treinador só. Eu vejo todos, escuto um pouco de todos, leio, para pegar um pouco de cada um. Quando tenho tempo livre vou a outros países ver treinamentos pra ver se aprendo alguma coisa, se posso descobrir alguma coisa para ajudar os atletas. O legado que o Telê deixou foi extraordinário e também temos que ver a qualidade dos jogadores que ele dirigiu. Eu sou daqueles que pensa que o mais importante pra mim são os jogadores, o que nós fazemos é tentar colocar um pouco de ordem, uma ideia, mas o mais importante são os jogadores.

MN – Se o senhor pudesse almoçar hoje pra conversar, almoçaria com Mourinho ou Guardiola?

EB – Eu me identifico mais com Guardiola por causa de sua forma de jogar, mas a efetividade que o Mourinho conseguiu é algo que não podemos ignorar, foi extraordinária e quem não quiser aceitar, azar. Suas equipes têm sido efetivas, sempre.

MN – Quem vence está sempre certo, não é?

EB – Totalmente, isso sempre. O mais importante é ganhar, agora, no geral, quase sempre, ganha quem joga melhor, isso sim.

MN – O resultado é mais importante que a apresentação?

EB – Neste momento sim, porque o resultado vai ajudar a dar confiança, porque na maneira de jogar ainda falta muito o que fazer para melhorar. Então hoje estou mais preocupado com o resultado, para que a gente possa ir bem ao Peru.

MN – O senhor lembra deste jogo que fez contra o Flamengo. Lembra dessa partida?

EB – Sim, claro que lembro, mas perdemos. Nosso time era o menos cotado para passar no grupo, porque os outros times eram muito mais fortes. Quase fiz um gol nesse jogo, mas o goleiro defendeu. Acho que fizemos um papel aceitável naquela Libertadores.

MN – A cidade de São Paulo assusta?

EB – Sim, é muito grande, o trânsito é grande. Eu vim muitas vezes jogar aqui em São Paulo, mas nunca tive a possibilidade de conhecer como estou conhecendo agora. Realmente estamos gostando e estou com a minha esposa buscando um lugar para morar, aí vamos ver… Mas estamos bem, felizes de poder trabalhar. Um desafio muito grande para nós, estar competindo com técnicos da qualidade que tem aqui no Brasil, vamos ver como vamos nos sair. Espero que dê tudo certo.

08

TRICOLOR EM 1992

MN – O senhor lembra do título da Libertadores do São Paulo em 92?

EB – Festejamos o campeonato do São Paulo como se nós tivéssemos ganhado, porque existe muita rivalidade. Existe muita rivalidade lá com o Newell’s e um dos ídolos que passou a ser pro Rosario Central foi o São Paulo, porque ganhou essa final do Newell’s.

MN – O senhor disse que uma linha de quatro defensiva precisa de sessenta horas de trabalho junta para estar bem entrosada. Me explica isso, por favor?

EB – Isso quem me disse foi um técnico argentino que trabalhou comigo que se chama Carlos Timoteo Griguol. É um técnico muito famoso na Argentina, que eu tenho muito respeito, e ele me ensinou muito na parte defensiva. E ele dizia que uma linha de quatro, para que funcione bem, teria de ter sessenta horas de trabalho. Para que uma linha de quatro funcionasse bem, teria de ter sessenta horas de trabalho.

MN – Quantas horas o senhor já trabalhou essa linha?

EB – A nossa já deve ter doze ou quinze horas. Sessenta horas é muitíssimo, porque agora vamos começar a jogar e não temos muito tempo. Mas entre partidas e treinamentos, vamos fazer funcionar.

MN – Não gosta de usar três zagueiros?

EB – Eu na LDU usei três zagueiros. Mas para usar esse sistema você precisa ter um líbero que seja muito rápido, dois zagueiros pelo lado que joguem por dentro e dois laterais muito especiais. Não é fácil jogar com três aqui. Na LDU como mandantes jogávamos com três e como visitantes com quatro.

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