O São Paulo deverá fazer nesta sexta-feira um balanço de 100 dias da atual administração. Não foi confirmada oficialmente ainda se haverá coletiva de imprensa ou não, mas alguns números deverão ser divulgados. Pelo que tive acesso conversando com algumas pessoas que lidam diretamente com as finanças do clube, a redução da dívida real São Paulo chega a casa dos R$ 30 milhões.
Na realidade é difícil lidar com os números. Há uma interpretação de que a dívida era de R$ 142 milhões e teria caído para R$ 90 milhões, o que daria, então, uma redução na casa de R$ 52 milhões. Mas, pelo que apurei, a dívida real que é considerada, ou seja, sem que sejam contabilizados juros – que são astronômicos -, é de R$ 118 milhões e agora estaria em R$ 90 milhões.
Isso tudo é devido à venda de jogadores. Somente neste ano foram negociados Luiz Araújo, Lyanco, Thiago Mendes, Maicon, Luisão e David Neres, entre alguns outros de menor valor, mas que geraram receitas da ordem de R$ 180 milhões. Vale salientar, no entanto, que esse dinheiro não entra instantaneamente no caixa do clube. Ha o chamado “farplay europeu” que não permite que clubes disponham de grandes quantias para compra de jogadores à vista.
Como exemplo posso citar Thiago Mendes, cujo venda foi feita em três parcelas anuais: uma no ato, outra em 2018 e outra em 2019. Esse foi o mesmo negócio feito com Paulo Henrique Ganso. A primeira parcela foi paga ano passado, a segunda caiu semana passada no caixa do São Paulo e a terceira será feita ano que vem.
Já Luiz Araújo foi pago á vista. Nesse caso, dos 10,5 milhões de euros, 8 milhões foram para os cofres do São Paulo e o restante para o Mirassol. Pelo que apurei, esse dinheiro foi utilizado para quitar o pagamento do passe de Lucas Pratto.
Parte deste dinheiro foi utilizado para aquisição de jogadores e ainda há reservas para novas compras, se os negócios que estão sendo tentados forem fechados.
Pelas informações que recebi, toda a diretoria do São Paulo está trabalhando com metas fechadas abaixo do orçamento, o que significa dizer que haverá economia em todas as áreas. Foi reduzido o quadro de pessoal e otimizadas as despesas. Chegaram a me garantir que, não fossem as dívidas exorbitantes contraídas nas gestões de Juvenal Juvêncio e Carlos Miguel Aidar, que levaram o clube quase à insolvência, hoje, pelo que se conseguiu em venda de jogadores e patrocínio vindo do Marketing, o clube poderia fechar com superávit de R$ 14 milhões.
É lógico que os números finais só poderão ser conferidos no balanço de final de ano, mas é importante que a diretoria faça realmente uma entrevista coletiva para confirmar os números que estou antecipando. Afinal, os torcedores e sócios merecem respeito e tem direito a essas informações.
Paulo Pontes
Está muito difícil gerir clubes de futebol no Brasil, tirando o Crefisa United, que tem um patrocínio fora da realidade, todo mundo ta fechando no vermelho. Me deixa muito preocupado essa afirmação da diretoria, quer dizer que para fechar com superávit, considerando que não tivéssemos dívidas, precisaríamos vender o time todo? Todo ano teria que ser assim para fechar no azul? Assim é impossível fazer futebol, os clubes precisam se unir para todo mundo reduzir esses salários absurdos que não fazem parte da realidade do futebol brasileiro.
Desde o episódio da falência do clube dos 13, quando os clubes passaram a negociar os direitos de tv sozinhos e a Globo jogou um monte de dinheiro no mercado como adiantamento de cotas para fechar os contratos, surgiram esses salários fora da realidade, todo mundo se achou rico, tem clube que está devendo uma fortuna pra Globo, já adiantou cota de 2089 ou têm empréstimos bancários que tem como garantia de pagamento justamente as cotas de tv.
Ou muda a gestão de todos os clubes ou vai todo mundo falir, hoje ta todo mundo vendendo o almoço para pagar a janta.
O SPFC não pode ficar tão dependente da venda de jogadores. Por sorte estamos numa boa safra, pudemos vender bem o David Neres por exemplo. Agora quem garante que nos próximos anos teremos jogadores que alcancem esse valor?
Se aqui perdeu espaço, o SPFC continua muito respeitado e conhecido no exterior. Passou da hora do SPFC usar melhor sua marca, expandindo ela pra outros mercados,
O Flamengo e o Palmeiras estão economicamente mais fortes já, o sccp também já estaria se não estivesse enrolado com as dívidas do seu estádio. E o spfc?
A dívida do SPFC até 2016 era de 337 milhões, sendo que houve um acréscimo de 46 milhões, pois até 2015 a dívida era de 291 milhões.
De 2013 até 2016 o montante da dívida aumentou em 129 milhões. Atualmente o clube se encontra aproximadamente no mesmo patamar dos devedores Palmeiras, Santos e Cruzeiro. O maior devedor é o Botafogo-RJ com incríveis 706 milhões.
Déficit orçamentário publicado no balanço de 2016 registra um valor muito maior que esses … é de cerca de 380 milhões. Só mesmo com a publicação do balanço no final do presente exercício é que teremos uma ideia exata do que está ocorrendo. Por enquanto, não há como detectar a exata situação financeira do clube.