Argentinos elogiam Calleri: sobrinho de amigo de Bauza e “rival” de Kardec

Quem é Jonathan Calleri? Além do golaço de chaleira que marcou pelo Boca Juniors no ano passado, contra o Quilmes, capaz de levantar e fazer sorrir o gênio Diego Maradona, e de estar prestes a ser confirmado como reforço do São Paulo, pouco se sabe sobre o atacante argentino.

Pelo que dizem os jornalistas do país, a torcida tricolor terá seis meses de encanto. O período curto se deve ao fato de a Internazionale (ITA) já ter definido sua contratação. Como o clube está com suas vagas de estrangeiros todas preenchidas, terá de esperar pelo segundo semestre.

Enquanto isso, o grupo de investidores que tirou Calleri do Boca Juniors o registra no Deportivo Maldonado (URU), e empresta ao São Paulo, que garante respaldo jurídico para efetuar a negociação sem que ela atinja a norma de proibição da Fifa a transferências com intermediários.

Dentro de campo, fala-se maravilhas do jovem. Ao menos nas palavras de jornalistas que acompanham o Boca Juniors, ele é bem mais do que aquele golaço na Bombonera.

– A potência é sua principal característica. Ele gosta de ter contato com os defensores rivais e os utiliza como referências. Em choque constante, ele encontra oportunidades de gol. Nos últimos tempos, mostrou versatilidade para definir. Calleri tem cheiro de gol e, por isso, está sempre bem posicionado. Ele é ágil para se desmarcar e, com sua força, torna-se perigoso dentro da área – descreveu o repórter Matias Bustos Milla, do “Clarín”.

O setorista do Boca diz ainda que o provável reforço do São Paulo tem um habitat natural: a área. É dentro dela que o jovem de 22 anos oferece maior perigo ao adversário.

– A (característica) dele está dentro da área. Lá dentro ele se movimenta bem, se sente à vontade e é muito perigoso. Fora da área, percebe-se menos sua presença, ele não mostra a mesma habilidade com a bola ou para o desarme – ponderou Milla, que também citou o cabeceio como uma das deficiências do atacante de 1,75m.

As descrições apontam para um centroavante. Portanto, mais um concorrente para Alan Kardec depois que Kieza, autor de 29 gols pelo Bahia no ano passado, foi contratado. Mas o repórter enxerga em Calleri uma versatilidade que poderá ser importante no Tricolor:

– No Boca, ele soube formar dupla de frente com atacantes rápidos e também com outros de suas características. Adaptou-se bem às duas situações. Conhecendo o Bauza, acredito que ele será seu último elo no sistema ofensivo, seu homem de referência na área – frisou.

Comentarista do “Futbol para todos”, Miguel Osovi ratifica o colega. Afirma que Calleri iniciou o ano passado como segundo atacante, ao lado do centroavante Pablo Osvaldo, e depois virou referência quando passou a atuar como companheiro do veloz Carlitos Tevez.

Osovi conta ainda que o jovem argentino não quer de jeito nenhum perder a chance de disputar as Olimpíadas, em agosto, no Brasil. A perspectiva de estar frequentemente em ação, dada pelo próprio técnico do São Paulo, Edgardo Bauza, seduziu o atacante, que tem como concorrentes à vaga no torneio jogadores importantes como Dybala, Icardi e Vietto.

Bauza, aliás, entusiasmado com a possibilidade de treinar o atacante, tem uma ligação mais antiga com ele. Ou melhor, com a família dele. Calleri é sobrinho de Nestor Fabbri, que, assim como o técnico do São Paulo, foi zagueiro e disputou a Copa do Mundo de 1990 pela Argentina.

– Calleri é um jogador importante, que fez diferença para o Boca na última temporada. Ele não era visto como um jogador de destaque quando o Boca anunciou sua contratação, há dois anos, mas mostrou que valia o investimento. Evoluiu bastante – analisou Osovi.

Elogiado de dentro até fora do campo, Calleri deverá chegar nos próximos dias para seis meses de relação intensa com o São Paulo.

 

Fonte: Globo Esporte

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