Após glórias entre 2005 e 2008, Tricolor vê rival crescer e quer retomar soberania

Com seis títulos entre 2005 e 2008, o São Paulo dominou o Brasil e conquistou a América e o mundo. No período de glórias, se intitulou soberano. Inclusive, hoje abre para o público assistir ao filme “Soberano 2”, que conta a história do Mundial de 2005. O primeiro foi sobre os seis títulos brasileiros.

Mas nos últimos anos o Tricolor não tem honrado o apelido. Nenhum título foi conquistado em 2009, 2010 e 2011. De quebra, fim da sequência de sete participações seguidas na Libertadores, o torneio que mais gera interesse dos clubes brasileiros. Este ano, acabou eliminado na semifinal do Paulista e da Copa do Brasil. No Brasileirão e na Sul-Americana, luta para voltar ao patamar que chegou em um passado não tão distante.

A queda de rendimento vai desde a presidência aos jogadores. Nos quatro últimos anos, sete treinadores passaram pelo Morumbi, Juvenal Juvêncio foi reeleito após mudar o estatuto do clube e foram muitos os atletas que passaram sem deixar saudade. A filosofia de contratação mudou. Ao invés de investir em atletas em fim de contrato, sem custos, abriu o bolso. Por outro lado, aposta na base, colhe frutos e vê o Corinthians aproveitar pouco a garotada.

A comissão técnica, antes fixa, sofreu modificações, assim como a diretoria. Atualmente, com a aposta em Ney Franco, o São Paulo busca encontrar a melhor formação, ainda tenta se reforçar (Ganso está na mira) e sabe que Lucas, sua maior joia, só ficará até o fim do ano (vai para o PSG). Enquanto isso, os rivais regionais já foram campeões este ano.

Na luta para voltar a ser soberano, nada melhor do que vencer o rival Corinthians, que nos últimos anos só cresceu. Com a terceira vitória seguida, é o embalo que falta para o Tricolor buscar ao menos o G4.

COM A PALAVRA

Marco Aurélio Cunha, conselheiro do São Paulo e ex-superintendente de futebol do clube

“Eu aprendi que o sucesso traz o fracasso”

“Eu aprendi que o sucesso traz só o fracasso. Porque quando você tem o sucesso, a página seguinte é o fracasso. Em primeiro lugar, porque você acha que o sucesso não passa. Você deixa de ter ambição pelo sucesso e senta na glória. E os outros vão procurar entender e copiam a razão do seu sucesso, porque eles não têm. E você fica lá, achando que o sucesso é eterno, porque você é competente, capaz, mas as pessoas vão copiando e vão aprimorando. E com isso, vão tirando proveito de você. E você começa a acreditar que esse modelo de sucesso do outro será igual ao do fracasso, porque você está cheio de razão e acha que seus argumentos são vencedores. Mas seus argumentos foram vencedores, não são mais. No alto nível de competição esportiva, todos querem vencer. Nós tínhamos a chave do sucesso e entregamos para outro, que nos copiaram. Isso é o ciclo da vida. Não é culpa do São Paulo, não é culpa do Juvenal, mas você tem de descobrir rapidamente que o seu modelo está ultrapassado e tem de fazer mudanças duras, até no comando diretivo. E reencontrar o comando das vitórias não é fácil. Porque no futebol também precisa de sorte. E não se deve classificar nem como soberania, nem como incompetência. É uma fase cíclica.”

Fonte: Lance

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