Ademilson tem carreira gerida por filho de ex-primeiro ministro britânico

O gol de Ademilson contra o Náutico, o primeiro dele no Campeonato Brasileiro, atravessou o Oceano Atlântico e ecoou longe. Do Morumbi chegou a Londres. Sim, na Inglaterra. Nova aposta de Muricy Ramalho para suprir as carências ofensivas do São Paulo na luta contra o rebaixamento, o atacante tem a carreira gerenciada por Nicholas Blair, filho do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair.

O jogador chamou a atenção do grupo Magnitude, criado por Nicky, como o agente é chamado, depois de ser o artilheiro do Brasil no Mundial sub-17 de 2011, no México. Blair, que entre 1997 e 2007 ocupou a cadeira de primeiro ministro, foi usado como isca para convencer atletas da idoneidade da empresa. Ademilson gostou da ideia e assinou, mas admite: não fazia ideia de quem se tratava.

– Eu não conhecia, nem sabia quem era. Pesquisei um pouco quando conheci o Nicholas. Só depois fui ver que o cara é grande mesmo (risos) – contou o garoto, de apenas 19 anos.

Com o agente morando em Londres, o contato de Ademilson com ele se resumiu às primeiras negociações para a assinatura do contrato de gestão. No entanto, seu desempenho vem sendo monitorado. O grupo tem como perfil encontrar jovens promessas que possam ser negociadas com o futebol europeu. Rodrigo Caio, um dos destaques do São Paulo no Brasileirão, recentemente rompeu seu contrato com a empresa.

– Ele (Nicholas) é muito gente boa. Tivemos algumas reuniões no começo. É um cara divertido, engraçado. Como estamos longe, falo mais com o pessoal do escritório aqui do Brasil – disse.

Na Europa, o sucesso de Nicholas é questionado. Segundo o jornal britânico Mirror, o grupo encerrou as atividades em outro ramo de investimentos, a criação de jogos para computador. De acordo com a publicação, “anos de perdas” levaram ao fechamento. A empresa, porém, segue atuando no futebol.

Sem Blair, quem manda é Juvenal

Enquanto segue distante de uma das famílias mais conhecidas da Inglaterra, Ademilson precisa conviver no Brasil com as broncas pesadas do presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio. Depois de meses pouco produtivos com Ney Franco e Paulo Autuori, o garoto foi chamado à sala do mandatário no CT da Barra Funda para ser aconselhado. E ouviu bastante.

– Ele me deu um puxão de orelhas. Foi forte. Ele disse que estou aqui há um tempo e que ele confia em mim. Se o presidente confia, por que não posso fazer o que sei? Claro que ele não falou calmo assim. Ele veio rasgando. Mas foi bom. Acordei e estou conseguindo desempenhar meu futebol.

Promovido das categorias de base no ano passado, Ademilson não conseguiu engatar uma sequência de partidas em 2013. Ficou até marcado por perder várias chances de gols no primeiro duelo contra o Atlético-MG, pelas oitavas de final da Taça Libertadores. Depois disso, entrou esporadicamente na equipe.

A mudança aconteceu com Muricy Ramalho. A má fase do ataque foi decisiva para o treinador ver em Ademilson uma solução em abrir a defesa adversária em velocidade.

Na última quarta, ele fez o seu primeiro gol no Brasileirão e deu início à vitória por 3 a 0 sobre o Náutico, no Morumbi, resultado que afastou um pouco mais o Tricolor do perigo de descer à Série B pela primeira vez na história.

– Nós falamos que o Muricy tem estrela. Ele chega e ganha jogo. Com o Autuori, estávamos jogando bem, mas a bola não entrava. Com o Muricy, as coisas dão certo, não sei o motivo. Espero que essa “zica” tenha saído de mim e que eu possa ajudar o time com mais gols.

Apesar de ter um empresário internacional, Ademilson não se empolga com a possibilidade de, um dia, se transferir para a Europa. Nascido em Cubatão e criado em São Vicente, no litoral paulista, ele vai na contramão da maioria dos garotos e pensa em se firmar no Brasil, defendendo o Tricolor.

– Não tenho esse sonho de jogar lá fora. Prefiro ficar aqui. Sonho conquistar títulos e fazer história no São Paulo – projetou.

 

Fonte: Globo Esporte

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