Se o São Paulo conquistar o Brasileiro em dezembro, terá que repartir o bônus que receberá da Under Armour com a empresa que intermediou o acordo com os norte-americanos para fornecimento de material esportivo.
É o que diz o contrato com a Far East Global Holdings Limited, de Hong Kong.
O documento prevê o pagamento de comissão de 15% do valor total do patrocínio, estimado em R$ 122 milhões, inclusive para os bônus que os norte-americanos desembolsarão em caso de conquistas do time de futebol, algo pouco usual no mercado.
Segundo a cláusula terceira do contrato entre Far East e São Paulo, exclusivo para prospecção de patrocinadores para fornecimento de material esportivo, a comissão vale para “verba de patrocínio, de marketing, bônus, royalties e prêmios, inclusive referente ao material esportivo a ser fornecido, bem como todo e qualquer tipo de verba condicionada a desempenho esportivo e/ou comercial”.
Bônus por desempenho esportivo –normalmente títulos ou classificação para torneios específicos, como Libertadores, que valorizam a marca do patrocinador –é praxe em acordos como o do São Paulo e Under Armour.
Editoria de arte/Folhapress | ||
Cláusula terceira mostra que o clube pagará 15% do valor total que receberá da Under Armour, contando até premiação por conquistas do time, como títulos e objetivos alcançados |
O intermediário, normalmente, não recebe comissão por essas premiações, apenas pela verba de patrocínio, que é o montante pago para ter a marca associada ao clube. Com a cláusula, o total que a Far East terá a receber do São Paulo, ao fim do acordo, passará dos R$ 18 milhões.
OUTRO LADO
O São Paulo, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que a cláusula que prevê comissionamento à Far East por desempenho esportivo é interpretativa e que o clube não pretende pagar esta comissão. Informou também que o texto do contrato é o padrão nesses acordos, mas não descartou propor alteração. E que não teme ser acionado na Justiça caso não pague, já que tem bom relacionamento com a Far East.
O contrato com a empresa asiática está sendo investigado pelo Conselho Deliberativo do São Paulo, como revelou a Folha em maio. Foi criada comissão com três conselheiros para avaliar o acordo.
A Under Armour preferiu não se manifestar sobre o assunto. Nenhum representante da Far East foi encontrado.
Fonte: Folha SP
Com certeza tem alguém levando nessa história, porque esses dirigentes não querem largar o osso? praticamente se matam, mas não abrem mão do poder. Lamentável o São Paulo estar nesta situação. Hoje o São Paulo é um espelho do Brasil, logo mais as merdas vão começar a aparecer, mas aqui é Brasil terra da corrupção e da impunidade, por isso eles roubam e não estão nem um pouquinho preocupados, pois sabem que isso não vai dar em nada.
O caput da cláusula 3a prevê que o contratante pagará os serviços (honorários) da CONTRATADA, nas seguintes condições:….
Portanto, o pagamento não é optativo como disse a assessoria de imprensa do SPFC. Está na cara que o contratado é um laranja, apenas para lavar o dinheiro em favor do presidente e alguém mais da panela.
Vejam o lado bom: diminuiram de 20% para 15%. Mais barato pagar comissão pra chinesada. Deve ter muito “chinês de olho bem aberto e falando português” nessa empresa de “intermediação”.
A corrupção está tão entranhada nas instituições e na vida do brasileiro que fica fácil perceber porque nossos políticos são o que são, seria de se admirar se fossem todos honestos, mas confesso que a proporção as vezes me assusta.