Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, o São Paulo foi ridiculamente derrotado neste domingo no Morumbi, com 56 mil pessoas no estádio, festa para Lucas Moura (que jogou) e James Rodriguez, e chega ao quinto jogo consecutivo sem vitória, sendo quatro derrotas e um empate. Dentre essas, o empate e uma derrota no Morumbi lotado.
As apresentações abaixo da crítica do time, sem qualquer criatividade e falhas individuais me levam a crer que as vitórias obtidas contra o Palmeiras, na Copa do Brasil, e Santos, no Brasileiro, foram ponto fora da curva. Que ao mudar minha linha de pensamento, começando a fazer cálculos para atingirmos 68 pontos eu estava enganado e deveria mesmo continuar com as contas para chegarmos aos 46 pontos. E faltam, portanto, 20.
O domingo era de festa, público pulsando nas arquibancadas, mais de 56 mil pessoas. Lucas e James entram em campo, vão ao símbolo do São Paulo, posam para fotos, saem ovacionados. Tudo indicava para uma grande atuação e uma vitória que nos traria a recuperação da confiança e moral.
Mas tudo se esvaiu aos três minutos de jogo, quando Hulk acerta uma bomba, em cobrança de falta, quase do meio de campo. Para alguns – poucos – um golaço; para outros – muitos – uma grande falha do goleiro Rafael. Me encontro no segundo time. É inadmissível um goleiro de um time da estatura do São Paulo tomar um gol do meio de campo. Isso justifica o que sempre dissemos: o São Paulo tem três goleiros reservas e nenhum titular. Por mais que Rafael tenha nos salvado em alguns jogos anteriores, mas suas falhas acabam superando esse passado recente.
A defesa provou, mas uma vez, que não consegue jogar sem Arboleda. Tanto Diego Costa quando Beraldo são dependentes do equatoriano. Sem ele, a presa fica fácil e o adversário entra como quer. Hulk conseguiu perder um gol debaixo das traves. Nova saída errada de Rafael e zagueiros completamente batidos.
Rodrigo Nestor, que até teve um bom início de jogo, depois voltou à mesmice e o São Paulo viveu de ligação direta defesa ataque, até porque Michel Araújo também ficou devendo e não jogou nada.
Na frente era um Calleri se virando sozinho, porque Luciano não conseguia render. Ainda assim algumas bolas chegaram foi Calleri quem levou mais perigo ao gol do Atlético, mas também desperdiçou muitas jogadas, o que prova que até ele está em má fase.
Lucas entrou muito bem, provando que está muito acima do nível de todos, mas teve a infelicidade de cometer o pênalti que selou de vez a sorte do jogo. Enquanto os demais que entraram…bem, já sabemos que nada mudou.
O que indago é algo que foi escrito por um leitor no Tricolornaweb: será que o vestiário não rachou? O diretor de Futebol, Carlos Belmonte, disse na última reunião do Conselho Deliberativo que com as bilheterias dos jogos do São Paulo contra o Palmeiras (Brasileiro e Copa do Brasil) e Tolima (Sul-Americana) tinha saldado dois meses de direitos de imagens dos jogadores e que se passássemos pelo Corinthians na Copa do Brasil, com os R$ 30 milhões que viriam, saldaria mais dois meses. Só não deixou claro se são meses a vencer ou vencidos. Mas, seja o que for, contar com um improvável valor para quitar salários, deixa os jogadores com as orelhas em pé.
Além do mais, o elenco vê dinheiro entrando nas bilheterias, empréstimos atrás de empréstimos sendo aprovados, jogadores contratados com ganhos mensais de R$ 1 milhão cada um e eles continuam vendo suas contas correntes com saldo baixo, esperando o pagamento dos direitos de imagem.
Se isso for fato – e me parece muito próximo de ser – o vestiário quebrou e ninguém vai conseguir colocar a casa em ordem. Temo pelas classificações na Sul-Americana, na Copa do Brasil e pelos dois próximos jogos no Brasileiro: Flamengo, no Rio e Botafogo, o líder, no Morumbi.
Em resumo: o pior, ao que parece, ainda está por vir. Mas não está tão longe. Está bem aí na frente, na nossa cara.