Amigo são-paulino, leitor do Tricolornaweb, a Rádio Tricolornaweb Musical entra, a partir desta quarta-feira, nos anos 70. Como todos tem acompanhado, estamos fazendo uma retrospectiva histórica da música e dos fatos que marcaram o último ano do século XIX, todo o século XX e o século XXI.
Nossa série histórica começou em 1900. Deste, que foi o último ano do século XIX fizemos um programa único até 1914, com a música mais executada em cada ano. Repetimos a estratégia de 1915 a 1929 e de 1930 a 1944. Entre 1945 e 1949 apresentamos as três músicas mais executadas em cada ano. A partir de 1950, temos apresentado uma retrospectiva do que de mas importante aconteceu no Brasil e no mundo e as 15 músicas mais executadas ano a ano.
Preciso deixar claro que não é uma invenção minha ou opção pelo meu gosto a sequência de músicas que estamos mostrando. O Hit Parade é fruto de uma intensa pesquisa que fiz em vários institutos, nacionais e internacionais, com historiadores musicais, estudiosos no assunto, e nessa somatória, consegui encontrar as 15 músicas mais ouvidas, mais tocadas no rádio a cada ano. Não quer dizer, necessariamente, as mais vendidas. Repito: são as mais executadas.
Os ouvintes estão percebendo que tento dar caráter real nos programas. Me localizo no último dia do ano e faço a retrospectiva do que de mais importante aconteceu. No Hit Parade tento lembrar os programas antigos, quando isso ainda existia no rádio.
Naturalmente, para viver com realidade o momento, não poderia deixar de citar a ditadura e o que aconteceu dentro das redações. Chegamos ao ano de 1970, que vai ao ar hoje, que talvez tenha sido o mais horrendo que tivemos durante o Regime Militar, com o general Emílio Garrastazu Médici aparecendo de radinho de pilha no Maracanã, torcendo para o Brasil, Os Incríveis com “Eu te amo meu Brasil, eu te amo”, os “90 milhões em ação, prá frente Brasil, do meu coração”, o “Brasil, Ame-o ou deixe-o”.
Senti na pele a ditadura, pois no final dos anos 70, começo dos anos 80, já frequentava redações. Nunca fui militante de nada, nem de esquerda, nem de direita. Mas sofri com a censura. Trabalhei com um sensor ao meu lado me dizendo que palavras poderia utilizar, que notícias poderia dar.
Fui mal interpretado por um leitor, o sr. Antonio Tricolor, que criticou duramente a forma com que tenho tratado a ditadura militar, nos programas do Hit Parade. Pedi desculpas a ele e peço a todos os leitores, mas, repito, estou tentando dar uma roupagem de realidade nos programas, como se estivéssemos, mesmo, vivendo aquele dia, aquela semana, aquele ano.
Sei que muita gente está baixando esses programas e gravando-os em pen drive. Seria muito desonesto de minha parte tentar marcar essas gravações com incursões ideológicas. Não faz parte da minha ética esse tipo de jornalismo.
Portanto, espero que vocês continuem nos prestigiando. A Rádio Tricolornaweb veio para ficar. Mas para isso preciso de vocês.