Salários e repercussão negativa de Peseiro fizeram SP fechar com Osorio

O São Paulo anunciou na tarde de terça-feira o colombiano Juan Carlos Osorio, 53, como novo treinador. Horas antes do anúncio, no entanto, o presidente Carlos Miguel Aidar preferia a contratação do português José Peseiro, 55, com quem se reunira na segunda-feira. Os altos salários pedidos por Peseiro e a repercussão negativa em volta de seu nome fizeram Aidar mudar de ideia.

Segundo quem acompanha as conversas em primeiro plano, José Peseiro pediu R$ 450 mil por mês para treinar o São Paulo. O valor é próximo aos R$ 500 mil que recebia Muricy Ramalho e quase o dobro dos R$ 250 mil sugeridos por Juan Carlos Osorio – valor no qual foi selado o contrato por duas temporadas.

Depois dos encontros com Osorio, em Medellín, na última quarta-feira (20), e com Peseiro, em São Paulo, na última segunda (24), o São Paulo pediu que ambos enviassem pedidas salariais. Aidar havia gostado mais do português, e o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro defendia o colombiano. Ao receber duas sugestões tão distintas, o presidente repensou a preferência.

A repercussão negativa da possibilidade de José Peseiro assumir foi colocada como argumentos de dirigentes em conversas com o presidente entre segunda (24) e terça-feira (25), para que o São Paulo desistisse de contratar o português. Além da desconfiança interna, foram expostas as impressões da torcida em redes sociais que, em grande maioria, rejeitou o nome pelo pouco conhecimento que se tem no Brasil sobre o trabalho de Peseiro.

Aidar e Peseiro fizeram duas reuniões na segunda-feira. Depois do fim da conversa, que terminou à noite, alguns poucos dirigentes do São Paulo tomaram conhecimento que o presidente havia gostado mais do português do que do colombiano. Na segunda reunião, que durou pouco mais de três horas, Peseiro mostrou ao presidente e ao vice de futebol uma apresentação de slides, com conceitos teóricos de treinamento.

Na manhã de terça-feira, a preferência de Aidar por Peseiro foi disseminada entre dirigentes do São Paulo e chegou aos ouvidos de quase toda a diretoria. Parte da cúpula são-paulina, contrária à contratação do português, afirmou que Ataíde Gil Guerreiro já não tinha mais forças para defender Osorio frente à decisão de Aidar. Uma parcela do São Paulo sempre se colocou de forma totalmente contrária à contratação do português porque o nome partiu diretamente de Carlos Miguel Aidar e não passou por análise interna. Ainda, o currículo sem títulos incomodou.

Durante a tarde, a decisão de Aidar depois de receber as sugestões salariais de cada um e de analisar a repercussão negativa foi confirmar o acordo com Osorio, encaminhado na visita da diretoria à Colômbia.

O vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro sempre defendeu Osorio. Diferentemente do português, o nome do colombiano surgiu a partir de estudo de perfil feito pelo departamento de futebol. O São Paulo definiu que queria um técnico que soubesse trabalhar como revelador e formador de jogadores, sem fazer grandes investimentos e que pudesse gerar receitas com as categorias de base. Encontrou em Osorio aquele que fez de um Atlético Nacional contestado o maior clube da Colômbia em três anos – conquistou seis títulos e formou uma legião de jogadores que já estavam no elenco: fez o clube receber cerca se 20 milhões de dólares em receitas de transferências.

O São Paulo foi à Colômbia na última quarta-feira para conversar com Osorio. A diretoria nega que tenha estado presente em Medellín, mas Carlos Miguel Aidar e o Ataíde Gil Guerreiro visitaram o centro de treinamento do Atlético Nacional, almoçaram e terminaram a tarde na casa de Osorio. Assistiram a vídeos de jogos do São Paulo, com análise do técnico colombiano.

A marca registrada de Juan Carlos Osorio à beira do gramado, durante os jogos, é a forma inusitada de passar mensagens aos jogadores. Em vez de gritos, prefere em muitos momentos passar instruções aos atletas em bilhetes. Arranca um pedaço de papel de um caderno que leva sempre no bolso, escreve uma mensagem ou desenha uma mudança tática e dá nas mãos do jogador.

 

Fonte: Uol

7 comentários em “Salários e repercussão negativa de Peseiro fizeram SP fechar com Osorio

  1. Vamos torcer e muito para que dê certo, pq nao sei nao, estou desconfiado, é muito mimimi, muito cheio de teorias, quero ver na pratica.
    E uma coisa que preocupa tb é que ele nao repete o mesmo time, e se realmente ele fizer isso no sao paulo ja era, a nao ser que ele tire da base jogadores suficiente para fazer isso, pq no time chamado de titular e principal nao dá meio time de jogadores bons.
    É temeroso, mas vamos torcer e dar boas vindas a Ozorio, que leve de novo o nosso sao paulo a titulos e glorias.

  2. Pesou contra o peseiro o peso de seu salário, o peso do desconhecimento do seu trabalho e a ausência de peso nos títulos… Então, ele é peso pena….

  3. Muito deselegante, por parte da diretoria e imprensa, a comparação salarial entre o que deve ganhar o Osorio e o que ganhava o Murici Ramalho. O salário que o colombiano vai receber é excelente para qualquer profissional que trabalhe no Brasil; o absurdo é o que pagavam à esses técnicos bom de imprensa e nem tanto de serviço, que, agora, deverão amargar o desemprego ou, se quiserem voltar a trabalhar no ramo, deverão pedir, no máximo, 10% do que ganhavam.
    Com um pouco de sorte o Osorio vai ajudar a colocar ordem nesse mercado de técnicos do Brasil…

    • Concordo plenamente, a deselegância virou regra no SPFC com JJ e continua a piorar com Aidar. Sem cabimento fazer um comparativo salarial entre o futebol brasileiro e o colombiano, e a realidade de meia dúzia de técnicos ditos “top” que tem o salário incompatível com os resultados. O futebol brasileiro precisa se readequar a sua realidade, em vez só de querer simplesmente copiar os altos salários dos clubes europeus, lá a estrutura é totalmente diferente.

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