Um dos reforços contratados para 2017, o atacante Neilton deixou o São Paulo pela porta dos fundos: disputou apenas nove partidas, não fez gol e deu apenas uma assistência. Além de desfalcar o ataque, a saída expôs um erro de planejamento da diretoria, já que Hudson, envolvido na troca com o Cruzeiro, seria útil para Rogério Ceni para escalar o meio-campo tricolor. Isso porque Thiago Mendes está machucado e João Schmidt deixará o clube no mês que vem.
Neilton não chegou ao Tricolor com status de titular, mas tinha uma função importante: faria parte do revezamento que seria feito por Ceni nas pontas do ataque. Para isso, o técnico tinha quatro peças: Neilton, Wellington Nem, Luiz Araújo e David Neres.
No final de janeiro, Neres foi vendido ao Ajax por € 15 milhões (R$ 55 milhões), dos quais € 12 milhões (R$ 44 milhões) já foram pagos.
Wellington Nem, também contratado para a atual temporada, sofreu duas lesões até agora. Ele se recupera de uma cirurgia no joelho direito e, em uma semana, estará em condições de jogo.
Neilton participou normalmente da pré-temporada e dos jogos do Torneio da Flórida. Mas, quando as partidas oficias começaram, ele perdeu espaço.
Ceni deixava claro que o maior problema do atacante era tático. Para atuar como ponta, além de atacar, era preciso saber voltar para fazer a recomposição defensiva, auxiliando o lateral na marcação. O jogador de 23 anos tinha muita dificuldade em fazer isso. Tanto que chegou a ficar fora da lista de relacionados do treinador em alguns jogos.
A situação de Neilton ficou ainda pior quando o São Paulo anunciou as contratações de Marcinho e Morato, atacantes que vieram de São Bernardo e Ituano, respectivamente. O segundo estreou no jogo contra a Cruzeiro, no jogo da eliminação da Copa do Brasil, e deixou ótima impressão. Só que teve o azar de se contundir. Com lesão no joelho direito, foi operado e só volta em 2018.
Ceni, então resolveu voltar a apostas suas fichas em Neilton. Durante o período de inatividade de 17 dias após a eliminação no Campeonato Paulista, o treinador comandou treinos fechados e ficou animado com o desempenho do atacante, que virou titular na decisiva partida contra o Defensa y Justicia, pela Copa Sul-Americana.
Só que a esperança virou uma enorme decepção. Neilton teve fraquíssima atuação, tanto que foi substituído no intervalo da terceira eliminação do ano, depois de Paulistão e Copa do Brasil. Depois disso, a saída do atacante estava decretada.
Para piorar, o São Paulo não sabe se contará com o retorno de Hudson, que se encaixou muito bem no esquema tático do técnico Mano Menezes. Os dirigentes da Raposa já avisaram que vão procurar os cartolas são-paulinos para discutir uma contratação em definitivo.
Enquanto isso, Ceni sofre para arrumar o meio-campo. Como Thiago Mendes ficará pelo menos duas semanas em tratamento, ele será obrigado a escalar João Schmidt contra o Palmeiras, pela terceira rodada do Brasileirão, às 19h (de Brasília) de sábado, no Morumbi.
O problema é que o jogador deixará o Tricolor no final de junho, pois, a caminha da Atalanta, da Itália, o volante optou por não renovar contrato com o clube. Ou seja: em pouco mais de um mês, não será mais opção. E mais: especificamente para o clássico, o jeito de jogar do São Paulo deve mudar, já que João Schmidt tem características mais defesivas do que as de Thiago Mendes.
As outras opções para a posição são: Wesley (recupera-se de estiramento na coxa direita), Araruna (aprimora a forma física após lesão na coxa esquerda), Eder Militão (acabou de ser promovido e ainda é considerado imaturo) e Wellington (não está nos planos da comissão técnica).
Veja as informações do Choque-Rei válido pela terceira rodada do Brasileirão:
Data e horário: sábado, às 19h (de Brasília)
Local: Morumbi, em São Paulo
São Paulo provável: Renan Ribeiro; Buffarini, Maicon, Rodrigo Caio e Junior Tavares; Jucilei, João Schmidt e Cícero; Luiz Araújo, Pratto e Cueva
Desfalques: Wesley, Araruna, Thiago Mendes, Wellington Nem e Morato (machucados)
Palmeiras provável: Fernando Prass; Jean, Mina, Edu Dracena (Juninho) e Zé Roberto; Felipe Melo, Tchê Tchê e Guerra (Raphael Veiga); Róger Guedes, Dudu e Borja (Willian)
Desfalques: Arouca, Luan, Moisés e Thiago Martins (machucados)
Arbitragem: Anderson Daronco (Fifa-RS), auxiliado por Elio Nepomuceno de Andrade Júnior (RS) e Rafael da Silva Alves (RS)
Transmissão: Premiere, Premiere HD e PFCI (com Jota Jr e Mauricio Noriega)
Fonte: Globo Esporte
O Rogério Ceni deveria bancar o Militão na cabeça de área, deixando o Jucilei de segundo volante, jogando num 4 x 2 x 3 x 1. O garoto é muito melhor na marcação do que o João Schimith e, com dois volantes mantendo-se à frente da zaga, o time ficaria menos exposto. Com Marcinho, Cueva e Luiz Araujo como meias e o Pratto como único atacante. Acho que, dessa maneira, ganhamos dos porcos…