Rogério Ceni completa nesta terça-feira 20 anos de sua estreia profissional. Carreira que teve o pontapé inicial na Espanha, na goleada são-paulina por 4 a 1 sobre o Tenerife (ESP), na semifinal do Troféu Santiago de Compostela, e que logo depois teve seu primeiro título. Hoje, o goleiro vive o que é provavelmente seu último semestre como jogador. Em 20 anos, inúmeras conquistas, a consagração como o maior goleiro-artilheiro de todos os tempos e a confirmação como o maior ídolo da história do São Paulo.
– Vejo a mesma importância em todos os jogos. Cada torneio expõe a marca do São Paulo Futebol Clube e isso é o mais importante. A grande diferença é que naquela era o meu primeiro jogo pelo clube e, agora, poderá ser um dos meus últimos jogos pelo clube – diz Ceni, comparando o torneio na Espanha, em 1993, e a Copa Suruga, que será disputada no Japão, no início de agosto.
Na época, o “menino meio assustado”, como descreve o ex-volante Pintado, ainda tinha todos os cabelos na cabeça. Rogério jogou o torneio amistoso na Espanha por conta ausência de Zetti, na Seleção, pela Copa América. Rogério. Porque o sobrenome Ceni, até então, se restringia à carteira de identidade. Logo na estreia, o primeiro gol sofrido e o primeiro pênalti defendido. Ambos dos pés do atacante argentino Oscar Dertycia.
Os quatro gols da vitória foram marcados por Guilherme, que depois se destacaria pelo Atlético-MG. No jogo seguinte, empate em 2 a 2 com o River Plate (ARG), defesa de Rogério na disputa de pênaltis e título. Em 20 anos, o ato de comemorar um troféu aconteceu em outras 26 ocasiões durante a carreira do hoje ídolo e conhecido mundialmente Rogério Ceni.
Agora, em 2013, ele tem as últimas chances de levantar troféus pelo São Paulo. A Copa Audi, no dia 31 de julho, é bem semelhante ao torneio de 20 anos atrás. Europa, amistosos e quatro times. Depois, Copa Suruga, no Japão que Ceni conquistou em 2005. Antes deles, a Recopa Sul-Americana. No fim do ano, Sul-Americana e Brasileirão. Cinco taças ainda em jogo, para que Ceni, hoje com alguns cabelos a menos e muitas glórias a mais, possa fechar a carreira da mesma forma que começou: campeão.
Pintado, ex-volante, no São Paulo entre 1984 e 1986, e 1992 e 1993:
“Foi um momento muito especial. A gente via no olhar do Rogério que ele tinha conseguido a oportunidade importante da vida dele. Era um menino meio assustado, por participar diretamente numa equipe que tinha ganhado muito. Deu sorte e conseguimos trazer uma taça muito bonita logo na estreia. Ali, nós soubemos que ele seria um grande goleiro”
Ronaldão, ex-zagueiro, no São Paulo entre 1986 e 1993:
“Já conhecíamos o Rogério do dia a dia, dos treinos em São Paulo, mas não sabíamos como ele jogaria. Mesmo assim, a gente tinha total segurança e confiança na capacidade dele de jogar no lugar do Zetti. A estreia foi bem tranquila, e no jogo foi muito bem. Pegou um pênalti contra o Tenerife. Depois, garantiu o título pegando um pênalti contra o River”
Guilherme, ex-atacante, no São Paulo entre 1993 e 1994:
“Rogério foi muito bem nesse jogo, e melhor ainda na final, contra o River. Para mim, também foi um jogo especial, porque foi minha estreia no São Paulo. Também era a oportunidade da minha vida. Foi um dia muito importante. Rogério foi muito bem nessa competição. Ganhamos do River Plate, era um torneio importante. Foi muito bom para nós dois”
Fonte: Lance